Por que para as mulheres ainda é um desafio serem assertivas, sem receios, na liderança?

O machismo é um problema sistêmico, infiltrado em todas as camadas e âmbitos da sociedade, desde os ambientes familiares até as mais altas esferas governamentais. De acordo com o relatório de 2020 da ONU Mulheres, apenas 25% dos assentos parlamentares, em 133 países, são ocupados por mulheres. Na gestão de empresas os índices não são tão diferentes, apenas 7.4% das empresas da Fortune 500 são dirigidas por mulheres, e isso foi um recorde da lista! Mas por que isso acontece?

A reivindicação por posições de liderança, aumentos salariais e até a demanda por equiparação salarial são vistas com maus olhos, consideradas tentativas ambiciosas que não condizem com a figura feminina, que deve recolher-se e contentar-se com o espaço limitado e direitos mínimos concedidos pelo patriarcado. Mas, assim como tais direitos e espaços, tornar-se uma mulher em um posto estratégico é algo conquistado com muito esforço, que é multiplicado, ainda, pelos obstáculos que precisam ser enfrentados, simplesmente, por ser mulher.

Desigualdade salarial, assédio sexual, desvalorização da maternidade, da fala feminina e preconceito são apenas alguns dos muitos desafios impostos pela disparidade de gênero, que, por conta das raízes e políticas patriarcais, tornam-se violências estruturais e simbólicas. Isso significa que o machismo é um quadro avalizado pela sociedade, refletido na cadeia empresarial.

Além do árduo percurso para chegar até um posto de liderança, estar em uma posição de autoridade coloca essas dificuldades sob uma nova perspectiva. Na gestão de pessoas, ao tentar implementar mudanças, ser assertiva ao dar comandos, chamar a atenção de algum funcionário ou simplesmente dar uma opinião em uma reunião rende rótulos de mandona, grossa, megera, etc. Enquanto isso, homens que têm o mesmo comportamento e até mais severos são elogiados, tidos como líderes sérios, centrados e respeitáveis. Esse tipo de distinção faz com que muitas mulheres tenham receio de tomar atitudes e decisões administrativas.

Infelizmente, esses temores não estão restritos às hipóteses e ansiedades femininas, como muitos pensam. Eles são fundamentados pelo o que se observa na realidade de muitos ambientes de trabalho. Não é difícil ver casos de gestoras e funcionárias que são difamadas, desautorizadas e desqualificadas pelos colaboradores e chefes homens. Independentemente da função, carreira, cargo, cor e sexualidade, nós mulheres, precisamos ter nossa autoridade, nossos direitos, corpos e integridades, acima de tudo, respeitadas.

Por Leiza Oliveira, CEO da rede Minds Idiomas e mãe de dois filhos. Coordena mais de 70 escolas no Brasil.

Why is it still a challenge for women to be assertive, fearless, in leadership?

Sexism is a systemic issue, infiltrated into all stratums and fields of society, from family environments up to the highest governmental spheres. According to the UN Women’s 2020 report, only 25% of congress seats, in 133 countries, are occupied by women. In business management, the indicators are not so different, only 7.4% of Fortune 500 companies are run by women, and that was a record! But why does this happen?

The claim for leadership positions, salary raises and even pay equality are badly seen, considered ambitious attempts that do not match the female figure, who must withdraw and be content with the limited space and minimum rights granted by the patriarchy. However, just like those spaces and rights, becoming a woman in a strategic post is something conquered with a lot of effort, which is multiplied, still, by the obstacles that need to be faced, simply, for being a woman.

Pay inequality, sexual harassment, deprecation of motherhood, of the female speach and prejudice are just a few of the many challenges imposed by gender disparity, which, due to pathriarcal roots and policies, become structural and symbolic violences. This means that sexism is a paradigm endorsed by society, reflected in the business chain.

In addition to the arduous journey to a position of leadership, being in a post of authority puts these difficulties in a new perspective. In personnel management, trying to implement changes, being assertive or merely giving an opinion in a meeting earns labels of bossy, rude, shrew, etc. Whilst, men who have the same behaviours and even harsher, are seen as serious, centred and respectable leaders. This kind of distinction makes many women afraid to take administrative attitudes and decisions.

Unfortunately, those fears are not restrained to female hypothesis and anxieties , as many think. They are reasoned by what is observed in the reality of lots of workspaces. It is not hard to see cases of female managers and employees being deprecated, unauthorized and defamed by their male coworkers and bosses. Regardless of occupation, career, post, color and sexuality, us women need to have our authority, rights, bodies and integrities, above all, respected.

Para as líderes ainda é um desafio serem assertivasFor Leiza Oliveira, CEO of the chain Minds Idiomas and mother of two. Coordinates more than 70 language schools in Brazil.

 

 

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