Uma organização tradicional, seja qual for o tamanho, vai ter uma pessoa no comando, que geralmente ocupa o cargo de ‘gestor’. Essa figura possui uma série de responsabilidades, entre elas, a de liderar os colaboradores, orientando para que consigam exercer o trabalho da melhor maneira possível e alcançar os resultados desejados. No entanto, especialmente para quem é marinheiro de primeira viagem, é importante estar preparado e ter em mente que é uma tarefa bem mais difícil do que se imagina.

É comum elencarmos pontos que fazem um líder ser considerado ‘bom’: diálogo, respeito, escuta ativa, preocupação com o bem-estar dos colaboradores e se estão entendendo o que precisa ser feito. Eu poderia citar uma lista interminável de características para uma boa liderança, mas o que será que torna uma liderança ruim então? Simplesmente a falta de todos esses pontos positivos ou existe algo a mais?

Dados de uma pesquisa do ResumeLab para descobrir o que torna alguém um líder ruim apontaram que 72% dos entrevistados relataram que já foram tratados de maneira rude ou desrespeitosa. Cerca de 70% também contaram que já foram criticados na frente de seus colegas. Isso claramente demonstra uma falta de tato da liderança, que não sabe como agir com os colaboradores e acaba fazendo com que se sintam mal.

Por essa razão, acredito que um dos principais fatores que tornam a liderança ruim é a falta de preparo do gestor. É claro, ninguém nasce líder ou faz uma boa gestão da noite para o dia, isso é parte de um processo, que pode ser longo e árduo. Porém, o que faz diferença é se essa pessoa que está na posição de líder realmente está se esforçando e tentando melhorar a cada dia, se empenhando para entregar mais qualidade para o seu time.

Skills obrigatórias do RH

Assumir um cargo de liderança é ter em mente que será necessário enfrentar vários tipos de problemas, principalmente por ter que lidar com diferentes perfis, cada um com suas particularidades e às vezes, quando colocados juntos, podem gerar conflitos. O que é bem normal, em qualquer equipe, mas não são todas as pessoas que conseguem gerenciar as diferenças de maneira adequada.

Além disso, um líder que não é imparcial diante das divergências que surgem no caminho tende a cometer injustiças com os colaboradores, que podem se sentir prejudicados de diversas formas. Essas situações podem provocar a quebra de confiança entre líder e seus liderados, o que vai tornar o trabalho em equipe muito mais difícil e penoso, dificultando a comunicação.

E a falta de uma comunicação assertiva vai gerar consequências para todos, alcançando a empresa de forma mais ampla. Afinal, os colaboradores não conseguirão entender o que está sendo pedido e o motivo de estarem fazendo aquela tarefa, também não se sentindo confortáveis para tirar dúvidas e até mesmo notificar quando não possuem as ferramentas necessárias para realizar uma atividade que tenha sido solicitada.

Neste sentido, cabe ao líder aprender com os próprios erros e fazer com que a liderança não se torne ruim, sabendo recalcular a rota e reconhecer o que precisa ser melhorado. É fundamental criar um ambiente seguro para que todos os colaboradores se sintam bem, conseguindo entregar uma performance de qualidade e fazendo com que o time evolua, o que trará resultados positivos para a empresa.

O que torna uma liderança ruim?

Por Pedro Signorelli, um dos maiores especialistas do Brasil em gestão, com ênfase em OKRs. Já movimentou com seus projetos mais de R$ 2 bi e é responsável, dentre outros, pelo case da Nextel, maior e mais rápida implementação da ferramenta nas Américas. É CEO da Pragmática Consultoria em Gestão e colaborador habitual da Comunidade RHPraVocê.

 

Ouça o episódio 149, “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“. Na busca por uma gestão mais humanizada e em um momento em que o perfil das lideranças vem passando por transformações, a empatia surge como uma habilidade-chave para os líderes. Mas o que significa, na prática, ser um profissional empático? Como desenvolver essa habilidade? A pandemia e os períodos de crise também evidenciam a importância das soft skills no ambiente organizacional. Como o RH pode contribuir para que esse conceito faça parte da cultura da empresa? Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa. Acompanhe!

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Capa: Depositphotos