O que baby boomers e outras gerações têm a aprender com a gen Z no mercado de trabalho. Em um cenário de constante transformação, o mercado de trabalho brasileiro enfrenta desafios significativos, especialmente quando se trata da empregabilidade dos jovens. Com aproximadamente 35 milhões de pessoas entre 14 e 24 anos no país, apenas 14 milhões possuem alguma forma de ocupação, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.
A Geração Z, nascida entre meados dos anos 1990 e início dos anos 2010, está no centro dessa transformação, redefinindo os padrões tradicionais no ambiente de trabalho. Criados com o digital integrando o processo de aprendizagem, por pais focados na expressão individual e na construção da autoestima, esses jovens profissionais buscam um equilíbrio entre tecnologia, flexibilidade e propósito em suas carreiras.
Esse início na jornada profissional enfrenta desafios, no entanto. Uma pesquisa da Resume Genius revelou que 45% dos recrutadores consideram os nascidos entre 1997 e 2012 como desafiadores para se trabalhar. Isso ecoa preocupações semelhantes que as gerações anteriores tinham no passado, indicando um padrão recorrente de desafios intergeracionais.
Apesar disso, a Geração Z traz consigo características únicas que podem ser valiosas para as organizações. São empreendedores por natureza, valorizam a saúde mental, são criativos, inovadores, buscam flexibilidade e desenvolvimento rápido, além de se preocuparem com o propósito e o impacto social das empresas onde trabalham.
As estratégias de contratação estão evoluindo para além da simples seleção com base em habilidades técnicas. As empresas agora reconhecem a importância de avaliar as soft skills, a adaptabilidade e o potencial de crescimento das pessoas estagiárias.
Uma pesquisa exclusiva da nossa empresa mostrou que, dentre 1482 vagas de estágios de mais de 700 companhias, a vontade e capacidade de aprender foi a soft skill mais cobrada pelos recrutadores. Por isso, muitas empresas estão estabelecendo parcerias estratégicas com instituições educacionais, criando programas de estágio mais robustos e oferecendo experiências de aprendizado significativas.
Os baby boomers, a Geração X e os millennials continuam desempenhando papéis importantes nas organizações, cada um trazendo suas próprias perspectivas e experiências. Os baby boomers, por exemplo, trazem consigo uma ética profissional forte e valorizam a lealdade corporativa. A Geração X busca autonomia e oportunidades de desenvolvimento, enquanto os millennials valorizam o propósito e o feedback constante em suas carreiras.
O desafio para as organizações brasileiras é criar um ambiente que possa acomodar e aproveitar as forças de todas essas gerações. Isso inclui oferecer flexibilidade no trabalho, fortalecer a cultura de feedback e proporcionar oportunidades de crescimento para a Geração Z, enquanto ainda valoriza a experiência e o conhecimento de maneira sistemática.
Compreender e valorizar as características distintas de cada geração concede às empresas brasileiras o poder de criar ambientes mais inclusivos e produtivos, aproveitando o melhor que cada grupo tem a oferecer.
Por Roberta Saragiotto, diretora de People e Strategy na Start Carreiras, plataforma que conecta universitários ao mercado de trabalho. Já foi VP da Morgan Stanley, com foco em Recursos Humanos, e head de RH na Giant Steps e no Groupe Crédit Agricole.
Ouça o episódio 150 do RH Pra Você Cast, “Dar feedback ainda é um desafio para as empresas?“. “Preciso te dar um feedback”. Essa palavrinha, que já nos apropriamos há tempos do inglês, para muitos, ainda causa certo frio na barriga. Mas, em qualquer relação e, claro, incluindo o universo corporativo, o seu princípio é um só: o de evoluir. Segundo Bernardo Leite Moreira, Consultor e Especialista em feedback, é necessário que ele seja protagonista. O que mudou nos processos de feedback? Há um momento certo para ele? Acompanhe clicando no app abaixo:
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Foto: Depositphotos