O cenário de treinamento e desenvolvimento (TeD) nas empresas brasileiras está passando por transformações profundas, impulsionadas pela crescente necessidade de adaptação a um mercado cada vez mais competitivo e tecnológico. Nesse contexto, a capacitação comercial torna-se essencial para preparar profissionais não apenas para dominar novas ferramentas e processos, mas também para desenvolver habilidades estratégicas que impulsionem a performance e a competitividade empresarial.
Embora o país tenha registrado um crescimento nos investimentos em T&D nos últimos anos, esses investimentos ainda estão bastante abaixo dos benchmarks internacionais.
De acordo com a pesquisa “Panorama do Treinamento no Brasil 2022/2024”, realizada pela Associação Brasileira de Treinamento e Desenvolvimento (ABTD), o investimento médio por colaborador no Brasil é de R$ 1.072. Por outro lado, nos Estados Unidos, esse valor chega a R$ 6.400.
Capacitação Comercial: o desafio da eficiência e engajamento no T&D
Os colaboradores brasileiros participam, em média, de 23 horas anuais de treinamento, enquanto nos EUA esse número sobe para 33 horas. Esses dados evidenciam um cenário ainda desafiador, especialmente quando se considera que cerca de 70% dos treinamentos corporativos no Brasil são considerados ineficazes.
A pandemia de Covid-19 acelerou a transformação digital na área de aprendizagem corporativa, fazendo com que mais da metade dos treinamentos sejam realizados online, com destaque para os formatos de autoatendimento, que representam cerca de 40% dos treinamentos online. Ao mesmo tempo, o modelo híbrido, que combina o melhor do presencial com o digital, tem ganhado espaço.
No entanto, esse novo panorama traz seus próprios desafios para as empresas e seus departamentos de Recursos Humanos. Entre eles, estão a dificuldade em manter o engajamento dos colaboradores – refletida em taxas de absenteísmo de cerca de 13% –, e a carência no uso efetivo de indicadores que mensurem o impacto dos treinamentos.
Curiosamente, 17% das empresas da indústria, 13% do setor de serviços e 7% do comércio ainda não adotam métricas para avaliar a efetividade de seus programas de T&D, o que dificulta o alinhamento dos investimentos com os objetivos estratégicos da organização.
Estratégias de T&D para um mercado em transformação
Essa realidade impacta diretamente as áreas comerciais e os diferentes canais de venda. Por isso, a capacitação comercial torna-se essencial para preparar equipes altamente qualificadas, capazes de lidar com as rápidas mudanças do mercado e aproveitar novas oportunidades de crescimento.
Ademais, a adaptação às novas tecnologias e às diversas formas de contato com o cliente torna-se um diferencial competitivo.
Quando o treinamento não é eficiente ou mal direcionado, as consequências aparecem em quedas nas taxas de conversão, perdas de produtividade e deterioração da experiência do cliente. Por isso, é fundamental que as estratégias de T&D considerem as especificidades de cada canal.
Seja presencial, digital, marketplace ou venda direta, cada modelo exige capacitações personalizadas. Dessa forma, as equipes estarão realmente preparadas para enfrentar os desafios cotidianos.
Caso precise de ajustes, é só me avisar!
Para as empresas que desejam transformar seus programas de treinamento em uma vantagem competitiva real, é essencial investir em uma abordagem estratégica que vá além da simples oferta de cursos.
Para uma competitividade sustentável
Implementar indicadores claros de desempenho e resultados, capacitar o RH para a análise de dados e a utilização de ferramentas de business intelligence são passos fundamentais. Além disso, apostar em metodologias que estimulem o aprendizado ativo e colaborativo fortalece ainda mais esse processo.
Da mesma forma, equilibrar treinamentos presenciais com os digitais garante flexibilidade e engajamento. Por fim, alinhar os conteúdos diretamente aos objetivos comerciais assegura que os investimentos em T&D tragam retorno real e mensurável.
No contexto atual, o papel do RH é cada vez mais estratégico, atuando como parceiro do negócio e fomentando uma cultura organizacional voltada para a aprendizagem contínua e a inovação.
Ao adotar práticas modernas e embasadas em dados, as empresas brasileiras estarão mais preparadas para superar os desafios do mercado. Consequentemente, poderão alcançar um crescimento sustentável.
Além disso, as áreas comerciais terão um papel fundamental nesse processo. Elas são o motor do desempenho empresarial e da geração de receita, garantindo vantagem competitiva.
Em resumo, o investimento em treinamento e desenvolvimento é muito mais do que uma obrigação ou custo para as empresas. Ademais, é uma alavanca decisiva para sua competitividade e longevidade.
O Brasil está avançando, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que as práticas de T&D se equiparem às melhores referências globais. Empresas e RH que entenderem essa realidade e investirem em soluções inteligentes, mensuráveis e alinhadas ao negócio estarão na vanguarda da transformação corporativa. Além disso, estarão prontos para os desafios do futuro.
Por Gustavo Malavota, mestre em gestão e desenvolvimento, graduado em Marketing pela ESPM e
Gustavo Mota, empresário há mais de 25 anos, mentor em gestão de vendas.
🎧 Ouça o episódio 211 do RH Pra Você Cast:
“Escritórios cheios: dá para voltar ao presencial sem perder talentos?”
A volta para os escritórios é uma tendência que cresce cada vez mais. De fato, diversas plataformas de vagas já identificam um aumento significativo nas oportunidades presenciais. Por outro lado, as opções híbridas e remotas não mantêm o mesmo ritmo de antes.
Mas, diante desse cenário de mudança, será que os profissionais estão realmente satisfeitos com essa decisão? Empresas têm suas razões para trazer equipes de volta ao ambiente físico. No entanto, o impacto dessa medida no engajamento dos talentos merece atenção.
Como a volta ao presencial afeta o engajamento dos profissionais
Para entender melhor esse cenário, então, conversamos com Raissa Florence, Cofundadora e Diretora de Growth da Koru. Sua análise, aliás, traz insights valiosos sobre como os profissionais estão lidando com a transição para o trabalho presencial. Portanto, não deixe de ouvir o episódio completo!
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