Sem dúvida não podemos continuar a fazer a nossa comunicação e feedback do mesmo jeito. 

Tudo evolui e muda, principalmente quando somos influenciados por fatores externos como, por exemplo, o advento do home office.

Veja mais: A importância do feedback no anywhere office

Então temos, a reunião virtual, o WhatsApp, o EAD, a relação com a câmera fechada, o e-mail (será que temos isso ainda?), até as mídias sociais que, além de suprir a necessidade, quase obsessiva, de se fazer notar, também atende à troca de mensagens. 

E essa situação da mídia digital nos leva a outro tipo de evolução. Parece que, como um passo à frente do “o meio é a mensagem” de McLuhan, estamos indo para o “A IMAGEM É A MENSAGEM”! 

Mas o conteúdo continua sendo secundário nos afastando do objetivo principal. 

O que parece que realmente importa é qual a percepção que consigo passar sobre mim para os outros. 

É a “nova comunicação”! A IMAGEM!

E assim utiliza-se a maior parte dos recursos para difundir mais a imagem do que a mensagem, propriamente dita. Espera-se, inclusive, que a imagem seja o elemento de convencimento da mensagem. 

Então são muitos canais e pouca profundidade: rápida, curta, quase lacônica. Algumas vezes apenas em forma de Emojis (que tem para todos os gostos). Ou seja, pouco entendimento. Como diria Bauman: a comunicação líquida

Há, até um fenômeno atual que ganhou nova dimensão: os ofendidos ganharam poder, como nunca!

Uma boa parte das empresas, por exemplo, não conseguiram ainda, enfrentar essa realidade de forma adequada, causando uma complicação razoável.

Uma recente pesquisa internacional da Mckinsey, sobre características da “grande evasão” salienta os seguintes motivos dessa insatisfação: 54% dos colaboradores pesquisados, não se sentem valorizados pela organização e, 52% pelos seus líderes. 

Então duas conclusões possíveis:

  • Penso que as empresas pretendem manter seus colaboradores. Nesse caso podemos imaginar que as empresas não estão conseguindo comunicar isso. Não se está gerando comunicação, simplesmente. Há intenção, apenas. Às vezes boa intenção, mas, não há comunicação. 
  • Outro ponto é que podemos enfatizar que os colaboradores estão CLAMANDO por valorização e reconhecimento. E não recebem nenhum dos dois. 

E ESSA É A MISSÃO DA COMUNICAÇÃO E O FEEDBACK NA GESTÃO!

Pelo menos deve ser, se puder atender algumas novas posturas. 

As empresas confundem, com frequência, atitudes transacionais, como mais salário ou benefícios, em detrimento das atitudes relacionais, como melhor conexão, relacionamento, propósito e reconhecimento. Essa situação impacta diretamente no clima organizacional.

Veja mais: 5 passos para construir uma cultura de feedback

Lembrem-se de que estamos todos “juntos e misturados” no ambiente organizacional, até com o reforço da diversidade, provocando sensível fragmentação de valores e condutas. 

Precisamos reconectar as pessoas entre si e reforçar o propósito.

Algumas vezes fala-se, até, da empresa feliz. Mas, o que é uma empresa feliz?

Afinal, o que é ser feliz sem ter desafios, dificuldade a vencer e metas a serem alcançadas e conquistadas? O ambiente empresarial não é um ambiente de lazer.

Veja mais: Como o feedback auxilia na gestão de conflitos

Sem dúvida preciso ter satisfação em trabalhar nessa empresa porque reconhecem o meu esforço (então tenho que fazer esforço), me dão responsabilidades (preciso assumir), me exigem melhorar (preciso querer melhorar) e, finalmente, acreditam em mim. Esse é o ambiente que propicia desenvolvimento. Sem dúvida então, o reconhecimento é a “pedra de toque” para reforçar a satisfação e a produtividade.

Que precisará ser sempre exigida.

No entanto, adicionalmente o incremento da tecnologia, notadamente com o uso aplicado de algumas ferramentas, como a IA e os processos de Analytcs, faz surgir um novo procedimento de análise organizacional, TOMANDO DECISÕES POR VOCÊ! 

É, por exemplo, quando você recebe a informação “o sistema não permite”. Sem dúvida ocorre o aumento da qualidade da decisão, mas deixamos de lado alguma das nossas habilidades. 

Em suma, fortes mudanças na prática organizacional têm provocado novas posturas e novas sensações entre todos, líderes e liderados, ambos inseguros com esses novos passos

E vemos iniciativas de integração digital, mas não se fala sobre integração HUMANA.

Esse enfoque está sustentando no nosso mais recente lançamento do livro: 

Dicas de Feedback 2, previsto para esse início de 2023. 

Dessa forma podemos fazer algumas considerações:

  • Minha atividade passa a ter menor valor agregado?
  • Meu distanciamento com o home office me retira um pouco da empresa?
  • Nas reuniões virtuais preciso manter as câmeras abertas ou apenas o som? Ou que se dane!
  • O feedback pode ser por escrito, apenas?
  • Como acreditar no potencial dos nossos colaboradores? Há receita para isso?
  • Se a tecnologia nos apoia então deverá nos sobrar tempo discricionário. Podemos usar esse tempo para nos aproximar da equipe e aproximar a equipe? Ou não sobra tempo? 

São essas e outras são considerações que vamos utilizar na nossa palestra, quando faremos questão de ouvir a sua opinião e a sua experiência sobre isso. 

De perto ninguém é normal

Por Bernardo LeiteConsultor Organizacional, longa experiência executiva em nível gerencial e diretivo. (Volkswagen / Bayer / Calfat / Enterpa / Confab / Brastemp /  Morita / Abaeté). Psicólogo especializado em Comportamento Organizacional. Atua em consultoria desde 1980. Forte participação no mercado com palestras, artigos, pesquisas e estudos sobre comportamento organizacional e gestão. Palestrante, escritor, coaching personalizado para executivos. Um dos maiores especialistas em Avaliação de Desempenho, em todos os segmentos, incluindo Empresas Públicas. Professor em nível de Pós Graduação em diversas instituições de ensino. Coordenou o MBA de Administração para Engenheiros do IMT e, atualmente, é professor convidado da FGV-SP. Autor dos livros: Ciclo de Vida das Empresas, Dicas de FeedbackSerá que minha empresa é assim?.

Para aprofundar informações sobre RH, ouça o podcast do RHPraVocê, episódio 87 com o título “Faz sentido falar em meritocracia na gestão de RH?“ com a dupla de colunistas do RH Pra Você, Gustavo Mançanares Leme, Sócio Diretor da Tailor, e Renata Meireles, Gerente Sênior Pessoas & Performance da Cyrela. Confira ouvindo diretamente no app abaixo:

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