Observo com muita frequência pessoas cansadas, desanimadas, como se carregassem um sentimento de injustiça.

Por quê?

O trabalho não deveria ser algo que nos realiza e nos gratifica?

Que nos dê razão para levantar todos os dias e nos sentirmos animados?

Por que tanta gente não se sente assim?

Ou, quando se sente, é um sentimento momentâneo?

E os dias passam e carregamos o peso das nossas frustrações e sofrimentos. Evidente que não é apenas por causa do trabalho que nos sentimos assim. Há muitas razões nos tempos atuais para nos sentirmos mal, basta sentar num sofá e ligar a TV.

Inteligencia artificial

Mas, muitos não conseguem fazer essa distinção e acabam por debitar ao trabalho, ao chefe, ao empregador, a causa de todos os males. Não é assim. Muitas vezes, pessoas que se sentem assim são tidas como carentes. Que maldade!

Mundo superficial

Vivemos em um mundo de superficialidades e todos somos afetados mais ou menos por tudo que nos cerca. O sucesso é definido como obtenção de dinheiro, de poder e de status. E como humanos, esses critérios até podem fazer parte do nosso sentimento nesse sentido. Porém, respeitados sempre os limites da sobrevivência digna, eles não são a base da nossa sensação de felicidade e plenitude, acredito. Até as empresas estão carentes hoje, tão carentes estão que, sem se dar muita conta, estão ficando muito sem graça.

A ideia fantasiosa do amor eterno ao cliente

Vejamos dois fatores a respeito: o primeiro é a absoluta contradição entre a declaração de amor eterno aos clientes, principalmente àqueles que ainda não o são. Mas depois, no momento que você precisa de auxílio, de um simples atendimento, de uma simples informação, é como se dissessem: “não quero você como cliente”; “por favor não fale comigo, não me telefone, não me perturbe”. A nova fulaninha com o apelido bonitinho de “IA – Inteligência Artificial” vai tirar suas dúvidas principais.

Aliás, essas dúvidas já estão no script do chat. Então, se quiser, escolha uma delas, porque atender você exatamente no que precisa nós não vamos. Você é só mais um…. número. Se precisar de mais, procure no Google, ok? Não dá.

Tudo é pesquisa para conhecer a sua experiência. Haja paciência!

Outra pista da carência delas: você não pode clicar no site de uma empresa e já vem uma pesquisa para saber como foi sua experiência. Tudo é pesquisa! E haja pesquisas de atendimento, mesmo quando não houve atendimento. E se clicar em um produto apenas para exercer seu direito ou interesse de pesquisar, aí se prepare para a chuva de ofertas que vai cair sobre você, em qualquer lugar que você clicar daí para a frente. Está demais!

Eu já penso pelo menos duas vezes antes de comprar algo, com medo de atrapalhar a empresa, de perturbar seu sossego. E se o fizer, o sossego que acaba é o meu. Haja paciência!

Cadê a Inteligência?

E chamam isso de Inteligência. Não sei. Embora tenha lido diversos artigos apocalípticos, acho que a Inteligência Artificial vai nos trazer muita coisa boa. A verdade é que muita coisa vai mudar ou já está mudando, e precisamos estar atentos para nos adaptar. Muita coisa mudou com o advento da internet e tivemos que nos adaptar. Os robôs não dominarão os humanos.

E como será o RH com a Inteligência Artificial? E o RH por tràs do RH?

Enquanto essa fulaninha não chega lá, a gente continua observando. Existem histórias e histórias, mas a hipocrisia na gestão dos recursos humanos está ridiculamente alta, e muitos têm medo de questionar, com alguma razão.

Parte da culpa é do próprio RH cujos profissionais, em algumas situações, se acomodam em posição de subserviência, liderados propositalmente por pessoas que falam muito, mas pouco executam.

A outra parte da culpa é a falta de vergonha e de coerência entre o que se fala e o que se faz, um “mal” das nossas sociedades no geral. Por exemplo: há um enorme incentivo à inovação, destaca-se a importância da inovação permanente para uma empresa, mas ai de você se não fizer o que está escrito da forma como está.

Não vai ser inovação, mas erro, e a consequência é severa. Como incentivar a inovação e não tolerar o erro? Uma coisa pertence à outra. Acho que você vai entender isso, não é? Como estimular a conversa nesses ambientes? 

A consequência é que vivemos em um mundo empresarial entrópico, com uma energia imensa sendo desperdiçada em contradições, em ineficiências, muitas vezes apenas buscando redução de custos nos lugares errados, em caminhos mais fáceis.

Por exemplo: demitir, em vez da contínua, efetiva e consistente busca pelo aumento da produtividade e do bem-estar, que andam lado a lado. Mas para que isso ocorra, é necessário ter visão, direção, liderança, perseverança e permitir o tempo devido para que as coisas aconteçam.

O Desânimo, o RH e a Inteligência Artificial

Por Armando Bordallo, economista formado pela PUC-RJ com uma carreira diversificada que inclui passagens por cargos de liderança em grandes empresas como Shell Brasil, Banco Nacional e Ernst & Young. Também possui experiência significativa em consultoria e desenvolvimento de negócios e RH.

 

🎧 Inteligência Artificial (IA): Deve Mesmo Preocupar-nos?

No episódio 158 do RH Pra Você Cast, intitulado “IA: a preocupação deve mesmo existir?”, discutimos um tema que tem gerado debates acalorados: o desenvolvimento das inteligências artificiais. Em março de 2023, veio a público a informação de que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta solicitando uma pausa temporária nesse desenvolvimento. O argumento central é que as IAs podem representar um “risco para a sociedade e a humanidade”. Surpreendentemente, até Elon Musk, um dos maiores entusiastas da tecnologia, também assinou o documento.

Visões Contrastantes: Otimismo vs. Preocupação

Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, diverge desse movimento de cautela em relação às IAs. Para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução dessas tecnologias é tão natural quanto o crescimento que elas podem impulsionar. Ele argumenta que, ao longo da história, a humanidade sempre enfrentou mudanças disruptivas, e a IA não é exceção. A questão, portanto, é como nos adaptamos e aproveitamos essas transformações.

Legitimidade das Preocupações

Mas será que as preocupações em torno das IAs são legítimas? A perda de empregos é frequentemente apontada como um risco iminente. No entanto, também devemos considerar os benefícios potenciais: automação de tarefas repetitivas, diagnósticos médicos mais precisos, otimização de processos industriais e muito mais. Ainda há muito a aprender sobre o impacto real das IAs em nossas vidas.

O Desconhecido e o Potencial Inexplorado

Por fim, o que as IAs podem fazer por nós que ainda não compreendemos totalmente? Talvez estejamos apenas arranhando a superfície de suas capacidades. À medida que avançamos, é crucial manter um olhar crítico e otimista, buscando equilibrar os riscos com as oportunidades.

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Capa: Depositphotos