O titulo não é uma expressão exclusiva da mitologia Grega, ou de uma alusão ao “Big Bang”, mas tomo o conceito, por empréstimo, para remeter ao raciocínio de expansão e desenvolvimento que preciso dedicar á EMOÇÃO nas relações humanas, principalmente no ambiente organizacional.

A nossa proposição é de fazer uma análise de como foi e como ficará a relação da Empresa com a emoção, fator residente e diferencial dos seres humanos. Sem esquecer que as organizações só se desenvolvem por influência dos seres humanos que as compõem.

Evidentemente não estou afirmando que a Emoção aparece para resolver a confusão que, normalmente, o Caos provoca. Na realidade o mais comum é que a Emoção provoque alguma confusão.

Mas nem por isso podemos tolher o que é o mais representativo sinal de humanidade da nossa espécie animal. A espécie Homo Sapiens, ou Ser Humano como substantivo.

Mas Ser Humano é também um adjetivo, isto é, espécie dotada de características próprias e altamente diferenciada como: inteligência criativa, linguagem sofisticada que ainda é identificado com o bondoso, complacente, compreensivo, enfim, humano. Um mamífero, espécie animal com características próprias.

E em grande parte porque tem emotividade.

Afinal, como dizemos: ele é uma boa pessoa, muito humana!

Não é?

Além do que a sensibilidade emocional é, sem dúvida, uma manifestação muito especial. Imagino que muitas pessoas já se sentiram emocionadas ao ouvir uma determinada música, às vezes até ás lágrimas. É fantástica essa sensação! Mas, a emotividade, por incrível que possa parecer, não é bem aceita de forma geral.


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Retornando ao alvo da organização empresarial ressalto que no início da sua atividade ela privilegiava a organização e o controle como forma de manter a disciplina e a ordem na comunidade. Fatores emocionais e de relacionamento mais próximos eram considerados totalmente inapropriados nesse ambiente.

O tempo passou, mas essa realidade permanece até hoje, evidentemente com menor intensidade do que no inicio.

Tudo porque a emoção, de forma geral, sempre foi considerada inadequada como fenômeno comportamental, vista como irracional e disfuncional. Afinal, o comportamento nas empresas tinha que ser lógico, previsível e objetivo, ou seja, um comportamento profissional. Portanto ser profissional significa não demonstrar emoções. Afinal emoções são fenômenos inconvenientes que podem causar conflitos.

Infelizmente no estudo da Psicologia a emoção também sofreu alguns revezes, pois não era considerada “científica” e só recentemente passa a ter um tratamento mais próximo dos estudos e análises da área.

Antonio Damasio, (famoso neurocientista e pesquisador), um dos proeminentes estudiosos da emoção, tem uma frase interessante que é: “Toda e qualquer expressão racional está baseada em emoções”.

O curioso é que o aprofundamento das emoções no ambiente empresarial começa a surgir por razões indiretas. Por exemplo, um estudo sobre a influencia da iluminação na produtividade de uma linha de produção levantou resultados positivos muito significativos.

Refiro-me à experiência de Hawthorne (Elton Mayo) quando se percebeu que o aumento da produtividade constatada não se devia á intensidade da luz, mas á atenção que estava se dedicando àquele ambiente de trabalho. As pessoas sentiram-se atendidas. Isso foi uma surpresa! Mas melhorava os resultados.

E, apesar das resistências (“deixem as emoções na portaria”), a empresa passa, gradativamente, a dar mais importância a esses fatores por meio de desenvolvimento de lideranças, programas de qualidade de vida, metas sociais e outras iniciativas.

Mas, como pensar nesta questão para um futuro próximo?

O incremento da utilização da tecnologia, tanto nos aspectos operacionais como decisórios por conta do tratamento digital dos dados e com a velocidade da comunicação digital nos defronta com algumas restrições no nível de contribuição e no relacionamento do ser humano com os resultados do trabalho.

Extinguem-se alguns cargos, criam-se outros com exigências de conhecimentos tecnológicos, o sistema decide acima das pessoas, o relacionamento poderá ser mais restrito, os controles mais severos, sistemas biométricos e de controle biológico, em nome da segurança e equilíbrio.

Enfim, será que estaremos nos conduzindo a um trabalho menos humanizado?

Como podemos administrar essas questões e envolver as pessoas em suas diversas classes sociais para que nossa humanidade continue humana. Será que podemos nos conduzir para uma sociedade de castas? Lembre-se de 1984 (George Orwell).

Esses são os desafios que exigem nossas considerações.

Portanto…. que tal analisarmos conjuntamente?

No princípio era o Khaos!

Por Bernardo LeiteConsultor Organizacional, longa experiência executiva em nível gerencial e diretivo. (Volkswagen/Bayer/Calfat/Enterpa/Confab/Brastemp/ Morita/Abaeté). Psicólogo especializado em Comportamento Organizacional. Atua em consultoria desde 1980. Forte participação no mercado com palestras, artigos, pesquisas e estudos sobre comportamento organizacional e gestão. Palestrante, escritor, coaching personalizado para executivos. Um dos maiores especialistas em Avaliação de Desempenho, em todos os segmentos, incluindo Empresas Públicas. Professor em nível de Pós Graduação em diversas instituições de ensino. Coordenou o MBA de Administração para Engenheiros do IMT e, atualmente, é professor convidado da FGV-SP. Autor dos livros: Ciclo de Vida das Empresas, Dicas de Feedback, Será que minha empresa é assim? além de participação em mais outros cinco livros. “Será que minha empresa é assim?”.

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