Ninguém mais quer a liderança

Se 36% da Geração Z rejeita cargos de liderança e a Inteligência Artificial transforma o futuro do trabalho, talvez o problema não seja apenas assumir cargos de gestão — mas repensar o que e quem estamos tentando liderar.

Vivemos uma crise inédita: ninguém mais quer assumir cargos de gestão.
Mas, pensando bem... liderar para quem?

Essa geração que hoje rejeita a liderança — 36% da Geração Z, segundo pesquisas — não surgiu por acaso. Ela é consequência direta das escolhas de quem veio antes: uma geração educada para evitar riscos, treinada para buscar gratificação instantânea e acostumada a um mundo onde a comparação é infinita e o anonimato é intolerável.

O que chamamos de "aversão à liderança" é, na verdade, o reflexo de uma falha anterior: a falha em transmitir propósito, em ensinar a beleza do sacrifício coletivo, em construir um senso real de impacto.

Liderança na era digital: sentido, conexão e transformação

Só que o cenário é ainda mais complexo.
Hoje, além de liderar pessoas, seria necessário comandar em meio as máquinas.

O velho modelo de trabalho — linear, previsível, baseado em esforço repetitivo — está ruindo diante dos nossos olhos. A Inteligência Artificial já redefine o que significa "trabalhar" em todos os setores.

E se o próprio trabalho está se tornando abstrato, desmaterializado, o que exatamente significa liderar?

Liderar para quem, se o trabalho humano está sendo substituído por algoritmos?

Liderar para quê, se o senso de pertencimento ao trabalho está esvaziado?

Se antes o líder era o farol que guiava um time de pessoas rumo a um objetivo concreto, hoje ele precisa ser o arquiteto de significados em meio ao caos tecnológico.
Não basta mais ser chefe. Não basta mais ser gerente de tarefas.

Liderar agora é construir pontes entre humanos e máquinas, entre gerações e culturas, entre propósito e produtividade.

O problema, portanto, não é apenas que ninguém quer mais assumir cargos mais altos.
É que ninguém quer comandar um vazio.

Nenhum indivíduo quer carregar bandeiras que não inspiram.
Nenhuma pessoa quer sofrer sozinho por sistemas que não acolhem.
Ninguém quer conduzir para um futuro que não faz sentido.

Se queremos formar novos líderes, precisamos começar propondo novos sentidos para o trabalho e para a vida coletiva.

Ressignificar liderança como o ato de transformar, e não apenas gerenciar.

É hora de parar de perguntar "por que eles não querem liderar?" e começar a perguntar:
por que eles deveriam querer?

Liderança além das hierarquias: reconstrução, pertencimento e coragem

As lideranças precisam urgentemente assumir seu papel: ressignificar o “trabalho” dentro de uma nova narrativa. Um modelo que consiga unir as diferentes gerações em um senso único e coletivo de pertencimento, honra, orgulho, valor, desafio e impacto. Recuperar o valor do trabalho é obrigação da Liderança. Precisamos reconstruir seu significado usando os escombros como blocos de construção.

A extinção da liderança não é inevitável.
Mas a reconstrução exige coragem:
Coragem para aceitar que as regras mudaram.
Coragem para entender que liderar, daqui para frente, é muito mais do que subir hierarquias.
É se colocar no centro do desconhecido — e guiar outros através dele.

Hoje é um bom dia para começar.

liderança_foto do autor

Por Piero Franceschi, Sócio da StartSe. Executivo C-Level experiente, com ampla expertise em Estratégia, Marketing e Inovação em múltiplos setores. Altamente qualificado em Gestão de Marketing, Planejamento Estratégico, Marketing para Clientes, Inovação e Transformação Digital.



🎧  Ouça o episódio 210 do Podcast RH Pra Você Cast:

"Como tornar a liderança mais inspiradora? Os grandes desafios dos líderes"

Um líder inspirador, portanto, transforma o ambiente de trabalho, impulsionando engajamento e produtividade. Ademais, sob sua gestão, os colaboradores se sentem motivados e, consequentemente, contribuem para uma cultura organizacional sólida e saudável.

No entanto, será que todo gestor tem o potencial para se tornar um líder inspirador?

Mais do que isso, quais desafios ele enfrenta nessa jornada de desenvolvimento?

Como Desenvolver uma Liderança Inspiradora

Liderar exige muito mais do que simplesmente gerenciar tarefas e definir metas. Por isso, um verdadeiro líder precisa construir conexões, incentivar o crescimento da equipe e, acima de tudo, criar um propósito compartilhado. Além disso, a liderança inspiradora envolve habilidades essenciais, como comunicação eficaz, inteligência emocional e visão estratégica, todas fundamentais para o sucesso.

Case de Sucesso: Fernando Sollak e a Liderança Humana na TOTVS

Nada melhor do que aprender com exemplos reais. Por isso, Fernando Sollak, Diretor de Relações Humanas da TOTVS, é um exemplo de liderança inspiradora. Além disso, ele destaca a importância de colocar as pessoas no centro da estratégia, o que, por sua vez, fortalece o senso de pertencimento e impulsiona resultados positivos.

O caminho para se tornar um líder inspirador, portanto, exige esforço, aprendizado contínuo e, além disso, adaptação às novas demandas do mercado. Por isso, investir em desenvolvimento de liderança é essencial, afinal, empresas que querem crescer precisam de uma equipe engajada e produtiva.

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