Sem saída, milhares de organizações tiveram que repensar a companhia com um todo no último ano. A inovação ‘forçada’ abriu espaço para uma discussão mais honesta sobre os modelos e protocolos tradicionais que não funcionam mais. Isso porque, processos que não são modernizados há anos, necessitam de pelo menos uma nova roupagem.
Uma pesquisa feita pela McKinsey em 2018 com 2.500 marcas, revelou que as organizações ágeis têm indicadores de desempenho 70% melhores a longo prazo. Além disso, essas empresas alcançaram melhores resultados em diversas áreas: tempo de entrada no mercado mais rápido, maior crescimento da receita, custos mais baixos e uma força de trabalho mais engajada.
Quando tentamos implementar essas metodologias nas empresas tradicionais, os entraves mais comuns são: o medo do desconhecido, convencer os C-levels com mais tempo de companhia e, claro, reeducar a equipe para este modelo. É importante lembrar que quando fazemos o caminho digital todo mundo pode criar e passar a agregar valor à companhia.
Comunicação e descentralização
Começar falando sobre guilds, frameworks, pivotar e outros termos da metodologia ágil, só faz sentido se todos estão entendendo e dominando todos esses conceitos. O primeiro passo é introduzir os conceitos e como cada um deles funciona no fluxo de trabalho para a equipe e, posteriormente, adaptá-los para o contexto em que aquela corporação está inserida.
Com as equipes divididas em squads, por exemplo, é necessário observar como estes grupos estão se integrando. A divisão de tarefas está sendo feita corretamente? Isso é o básico, mas precisa ser priorizado e observado pelos líderes para conduzir os processos de maneira correta.
Algo que também ficou mais evidente na pandemia, foi a ‘fadiga de calls’. A ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) realizou a primeira pesquisa sobre o tema em 2020.
A sondagem revelou que a maioria dos pacientes se queixaram sobre o excesso de trabalho por videoconferências, 56,1%. Sabemos da importância da comunicação dos times em métodos ágeis a fim de criar soluções mais rápidas em conjunto, porém quando se pode evitar uma reunião virtual, isso deve ser feito.
Hoje, o mercado de softwares para ambientes de trabalho disponibiliza diversas ferramentas de comunicação e compartilhamento de materiais com colaboração. Levando isso em conta, alguns processos podem ser feitos de outra maneira – sem a necessidade de uma reunião ou um e-mail.
Regulamentação e credibilidade
Alguns setores, como o farmacêutico, por exemplo, necessitam de uma série de documentações e exigências para implantar inovação nas empresas. Os caminhos percorridos pelos times costumam ser longos mesmo com a utilização do método ágil – um dos entraves que o mercado brasileiro ainda não superou; é preciso melhorar tanto para as grandes corporações, quanto para as startups. O Marco Legal das Startups é o começo de uma jornada cheia de percalços no campo jurídico.
E por fim, é importante ressaltar que o método ágil só funciona quando toda a organização compra a ideia. Não acontece do dia para a noite, e resultados como os da pesquisa destacada no começo do artigo só reforçam essa teoria.
Tentativas e erros, além de adaptações, deverão acontecer para que o método comece a fazer sentido dentro da empresa. Apesar disso tudo, não tem segredo: é mão na massa o tempo todo e o empenho coletivo para que a novidade seja implementada, credibilizada e fortalecida.
Por Paulo Humaitá, CEO da Bluefields.
Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 92, “Como fortalecer a cultura organizacional em modelos flexíveis de trabalho?” com Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil e Daniela Gartner, Sr Human Resources Director LATAM at NTT Ltd. Clique no app abaixo:
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