As estatísticas fornecidas por tradicionais institutos do mercado de trabalho brasileiro confirmam: as mulheres trabalham mais horas do que os homens, pois administram uma dupla jornada, dedicando-se, simultaneamente, ao trabalho e às atividades domésticas.

Mesmo aquelas que possuem uma rede de apoio, de forma geral, sentem que precisam ter o controle de todas as situações. Além disso, administram na vida profissional e/ou acadêmica uma agenda carregada de compromissos, projetos, entregas, viagens, cursos, dentre outras obrigações.

O exercício diário dessa conjugação de compromissos domésticos, profissionais e/ou acadêmicos, mesmo com o toque de sensibilidade característico do universo feminino, gera um grau de estresse elevado que nem sempre é observado. Afinal, ser multitarefa é um desafio!

As mulheres se esforçam ao máximo para seguirem fortes nas suas jornadas, evitando demonstrar qualquer desconforto ou pedir ajuda. Consequentemente, “somatizam” dores, angústias e preocupações. Esta questão não poderia deixar de ser evocada no mês de setembro, um período dedicado à reflexão sobre a saúde emocional.

Essa dinâmica tão intensa vivenciada pelas mulheres leva também ao adiamento de projetos pessoais, dentre eles a maternidade, seja de forma consciente ou inconsciente.

Ser mãe após os 35 anos é algo cada vez mais frequente, apesar dos especialistas alertarem sobre os riscos à saúde da mãe e do bebê. No entanto, nem sempre há tempo para acompanhar o ritmo do relógio biológico. Além de todos estes fatores, existe a pressão social pela maternidade. Só que, muitas vezes, ser mãe não está cronologicamente aderente ao planejamento de vida da mulher.

A escolha do melhor momento para a maternidade deve ser respeitada, se é que isso faz parte do planejamento pessoal e familiar da mulher. Se ela decide priorizar a carreira, estudos, viagens, projetos, isso é louvável. Não deveria ter que se justificar porque não é mãe em determinada idade ou ainda porque simplesmente não pretende ser mãe. Pré-julgamentos e estereótipos nunca são positivos.

A maternidade é um sonho para muitas mulheres. Se ela chega tardiamente, por escolha consciente ou por outras circunstâncias é porque aquele é o momento certo para ela.

O importante é que apoio, carinho, afeto e reconhecimento nunca faltem a essas mulheres, que felizmente têm encontrado cada vez mais espaço e voz em nossa sociedade.

Maternidade tardia: escolha consciente ou inconsciente?

Por Debora Helena da Silva Pinto, superintendente de pessoas e organização da Generali Brasil.

 

 

 

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