A preocupação é um estado que antecipa um acontecimento desagradável e se prepara para lidar com ele, com objetivo de solucioná-lo da melhor forma possível. O problema ocorre quando existe um excesso de preocupações, deixando o cérebro em estado de alerta ininterrupto.

A sensação libera adrenalina e dopamina que podem até viciar. Esse estado, no mínimo, produz uma dose de ansiedade e de medo que alteram o metabolismo do corpo, gerando estresse, o que pode levar a um quadro de preocupações crônicas e sérios distúrbios, tais como fobias, obsessões, compulsões e ataque de pânico.

O aumento das doenças psicossomáticas passa por esses fatores.

Não existe controle sobre a preocupação, mas podemos reduzi-la a níveis aceitáveis por meio de uma gestão eficiente, delegação e visão sistêmica. Em termos práticos, os gestores devem considerar em suas rotinas:

Reuniões periódicas: encontros constantes, mesmo que de curta duração, proporcionam para o líder uma visão completa dos processos e para o time a sensação de acolhimento e de apoio, o que reduz a sensação de insegurança e, consequentemente, as preocupações;

Equilíbrio entre desempenho e motivação: em uma época de dificuldade, necessitamos de uma dose maior de gerenciamento em busca de metas e de objetivos. Por outro lado, a pressão exercida pela cobrança tende a desmotivar uma equipe em tempos de instabilidade emocional.

O que precisa ser feito é humanizar as estratégias de gestão, sem renunciar ao desempenho, por meio de práticas motivacionais contínuas como criar a cultura do elogio;

Gerenciar: é a prática de delegar uma ação, acompanhá-la periodicamente (monitorar) e proporcionar feedback concreto (reuniões e coaching individual) por meio de uma análise de desempenho;

Feedback: os líderes da instituição tanto observam a atividade quanto monitoram os resultados, usando as informações para ajudar os membros da equipe a identificarem falhas e modificarem as abordagens.

Para isso, é imprescindível que saibam o que acontece em sala de aula, no atendimento da escola e na delegação de funções, estimulando os acertos e corrigindo os erros.

Prover um colaborador de feedback em uma época de instabilidade emocional pode propiciar um efeito contrário. A pessoa fica aborrecida, na defensiva e acaba menos motivada.

Tendo em vista como é difícil reunir energia necessária para tomar esta inciativa, os líderes acabam desistindo de dar suas opiniões.

O feedback em público é uma ferramenta imprescindível para a aprendizagem de adultos por termos a facilidade de aprender com protótipos. Mas, nesta fase emocional mais sensível, mesmo não sendo o ideal, foque nos elogios individuais e nos exemplos corretivos genéricos. Deixe as críticas específicas para os encontros de coaching individual”.

Dar o exemplo: influência transformadora do protótipo é determinante.

  • se o líder é acessível, todos também serão;
  • se procura orientação, seus subordinados vão buscar a mesma coisa;
  • se assume a responsabilidade por seus erros, seus pares se sentirão encorajados a admitir os deles;
  • se o líder adotar uma sugestão de um colaborador, eles ficarão mais abertos para as sugestões;

Mais motivação, menos preocupação: as emoções se associam na mente por conteúdos e também por estado de espírito.

Quando uma pessoa está muito tempo estressada, triste ou ansiosa, tende a formar redes neurais muito fortes deste tipo de estado de espírito. A associação dos pensamentos negativos tende a se fortalecer e amplificar.

Segundo Diane Tice, cofundadora do “The Pacific Institute”, uma das mais renomadas consultorias de gestão do mundo, distrações rompem a cadeia que mantém as emoções negativas, sendo que as mais eficientes são as que mudam o estado de espírito, como uma surpresa, um presente, um elogio, atividades estimulantes, jogos emocionantes, projeto com autonomia de ação e um livro interessante.

O empenho é uma consequência da ativação do sistema de recompensa do cérebro. Os motivos que os despertam são diferentes para cada indivíduo.

Algumas estratégias motivacionais serão de grande valia para equilibrar uma gestão proeminente, minimizar o inconsciente coletivo depressivo e diminuir as insatisfações e projeções dos colaboradores.

Quando traduzimos essas estratégias de diminuição do inconsciente coletivo depressivo para o universo das instituições de ensino, compreendemos que algumas atitudes são bastante eficazes.

A primeira delas refere-se à possibilidade de oferecer uma sala de estar aos professores, proporcionando relaxamento, a partir de uma estrutura que facilite, com direito a TV, internet, pufes, sofás, almofadas.

Também é interessante evitar feedbacks individuais nos horários de aulas vagas, pois nesses momentos, os professores precisam recarregar as emoções e consolidar a memória de longo prazo.

Outra possibilidade é estimular o hábito da leitura por meio de uma biblioteca para colaboradores com lançamentos mensais. A prática do voluntariado também é considerada um importante redutor de depressão, pois desperta a empatia, deixando claro que todos têm problemas e que podem se ajudar.

A estratégia de estabelecer a meritocracia intrínseca e extrínseca é valiosa. A implementação de uma política de elogios e de premiações para os colaboradores que atingem as metas e os objetivos da instituição motiva e dá o exemplo.

Todas as pessoas gostam de ser elogiadas, mas reagem e são mais suscetíveis a determinados estímulos positivos do que em relação a outros.

E para coroar as atitudes eficazes de diminuição do inconsciente coletivo depressivo, estão as formas de valorização pessoal, com destaque para: elogio por realização, maneira de expressar palavras de afirmação, elogiando alguém de modo específico.

O elogio deve se concentrar na conquista ou na realização do indivíduo; foco no comportamento com ênfase no reconhecimento de determinados traços comportamentais positivos (atitudes), fazendo com que as pessoas tentem repetir atitudes como proatividade, organização, planejamento e iniciativa; afirmação do caráter: apreciação dos traços positivos de caráter daqueles com quem trabalhamos, como perseverança, coragem, humildade, disciplina, integridade, paciência e bondade.

O caráter vai além do desempenho e se concentra na natureza interna do indivíduo, por isso é considerado um elogio mais profundo; autonomia: o reconhecimento de que estamos no caminho certo e conquistando gradativamente o que queremos ativa áreas de recompensa do cérebro nos mantendo entusiasmados e felizes.

E, por fim, foque em você mesmo!

Quando conseguir se organizar, tire um tempo para fazer o que gosta.

É a melhor forma de repor as energias e as células cerebrais.

Saia mais cedo um dia por quinzena, pratique um esporte, tenha hobby.

Líderes preocupados: um estado de espírito cada vez mais comum

Por Christian Rocha Coelho, CEO do Grupo Rabbit.

 

 

 

Para aprofundar informações sobre RH, ouça o podcast do RHPraVocê, episódio 87 com o título “Faz sentido falar em meritocracia na gestão de RH?“ com a dupla de colunistas do RH Pra Você, Gustavo Mançanares Leme, Sócio Diretor da Tailor, e Renata Meireles, Gerente Sênior Pessoas & Performance da Cyrela. Confira ouvindo diretamente no app abaixo:

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Capa: Deposithphotos