Nas último mês, fomos bombardeados pelas imagens do atual time da seleção brasileira fora da Copa América. Feedbacks em relação à garra e à falta de bola no pé foram um dos assuntos mais comentados nas redes sociais, quase como um grito de socorro daqueles que veneram a amarelinha.

Do outro lado, o técnico do time brasileiro, Dorival Júnior, protagonizou uma das cenas mais impactantes da história do futebol brasileiro – ficando de fora da conversa dos jogadores no momento da definição dos batedores dos pênaltis na disputa com o Uruguai.

Reitero que este artigo não é sobre futebol, mas, sim, sobre liderança. Assim, questiono:

O que este momento dentro do campo tem a nos ensinar fora dele, na vida corporativa?

Talvez por mostrar que um líder precisa estar atento à sua forma de se comunicar e impactar o time. Isso é regra básica! Mas o que me parece importante também é que, em tempos em que atletas ganham muita visibilidade e altos salários, ter alguém na posição de liderança permanece algo necessário. O que me faz acreditar que o exercício da escuta deve ser posta pelos dois lados.

Uma pesquisa realizada pela Gallup revela que um líder tem influência de até 70% no engajamento dos funcionários com o negócio, indicando que os outros 30% precisam partir dos colaboradores, para haver, de fato, fit entre ambos, bem-estar e sinergia, assim como assegurar resultados mensuráveis. Seja no esporte, ou nos negócios, não há como negar que estrelas dentro dos times são sempre um grande desafio.

Skills obrigatórias do RH

Afinal, temos, de fato, profissionais de ponta, que entendem a importância do coletivo, assim como temos profissionais que agem como um outstanding e atuam como se fossem o centro de tudo. Como gerenciar perfis tão diferentes num mesmo time?

Cada membro da equipe é único e pode responder de maneira diferente aos mesmos estímulos. Um líder eficaz adapta sua abordagem de comunicação para se alinhar às necessidades individuais, garantindo que todos se sintam compreendidos e engajados. Se me permitem, vou compartilhar um pouco da minha experiência.

Ao longo da minha carreira, estive à frente de equipes e sempre acreditei no que chamamos de liderança autêntica, capaz de engajar liderados para uma conversa cabeça, sem que títulos, dinheiro e tal hierarquia estivessem acima da nossa relação e o que deveria ser entregue no final do dia. Tudo isso atrelado a uma comunicação eficiente, de ambas as partes, entendendo, acima de tudo, que liderança não é sobre status, mas, sim, sobre responsabilidade mútua.

É óbvio que, na prática, é tudo mais desafiador e exige um jogo de cintura que muitos podem ter dificuldade de exercer, mas não é impossível. A liderança não é uma via de mão única; os liderados também desempenham um papel crucial. Eles precisam estar preparados para serem liderados e, eventualmente, assumirem papéis de liderança. O engajamento é um dos pontos que devem ser cultivados.

A desclassificação do Brasil da Copa América foi apenas mais um reflexo e consequência de quando não há sinergia entre esses dois mundos que parecem tão distantes, mas, na verdade, não são – andam lado a lado, e um precisa do outro para obter sucesso. Eu sou do time que aposta todas as fichas de que a relação líder e liderados precisa – e pode – dar certo!

Líderes e liderados: uma relação que pode e deve dar certo!

Por Roberto Nascimento (Naná). Possui mais de quatro décadas de experiência na indústria da comunicação, sendo amplamente reconhecido por sua influência nos campos de gestão de pessoas, vendas, inclusão e diversidade, empreendedorismo, cultura organizacional e transformação digital.

 

 

Ouça o episódio 149, “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“. Na busca por uma gestão mais humanizada e em um momento em que o perfil das lideranças vem passando por transformações, a empatia surge como uma habilidade-chave para os líderes. Mas o que significa, na prática, ser um profissional empático? Como desenvolver essa habilidade? A pandemia e os períodos de crise também evidenciam a importância das soft skills no ambiente organizacional. Como o RH pode contribuir para que esse conceito faça parte da cultura da empresa? Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa. Acompanhe!

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Foto: Depositphotos