Lideranças humanizadas conduzem equipes psicologicamente seguras e mais produtivas

O antigo modelo de liderança, alicerçado na competição e na sobrevivência, produziu gestões pautadas por conflitos e pelo exercício brutal de poder. Embora ainda sustente velhos padrões de gestão mundo afora, esta “escola” de líderes está fadada à obsolescência. Na contramão desta cultura empresarial, o momento, justamente, é de abrir os olhos para a liderança compassiva, focada na empatia, na consciência e no respeito.

O modo humanizado de conduzir equipes responde hoje em dia por times psicologicamente mais seguros, mais sustentáveis e capazes de trazer resultados significativos para a corporação.

Ser um líder gentil e compassivo não é tarefa fácil. Mas esta é a única escolha possível a quem pretende construir uma carreira, apresentando bons resultados e gerando, coletivamente, lucros na empresa em que atua.

Por muitos anos, acreditou-se que quanto maior a produtividade do gestor, em detrimento do equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, maior o reconhecimento por parte da empresa. Mas o que se vê, diante deste comportamento, é um líder exausto, sem condições de levar uma equipe a prosperar.

Ser multitarefa, lançando-se a muitas frentes ao mesmo tempo, está longe de ser sinônimo de produtividade. Doutor em Psicologia e professor-adjunto da Universidade de São Francisco, Jim Taylor constatou em vários estudos que podemos chegar a 40% de ineficiência ao tentar fazer várias tarefas ao mesmo tempo. Isso porque o cérebro humano precisa se acostumar com uma atividade para depois se lançar a outra, sem perder a eficácia.

Nas corporações, entre os multitarefas, o que vemos são pessoas mentalmente cansadas, perturbadas e cumprindo seus afazeres sem o foco necessário. No dia a dia, abrir várias telas do computador, por exemplo, verificar notificações o tempo todo no celular em nada colaboram para o bom desempenho das atividades.

No livro Felicidade Autêntica, Martin Seligman, psicólogo, pesquisador e escritor, propõe uma reflexão importante. Segundo ele, que também é professor da Universidade da Pensilvânia, a felicidade se sustenta na conexão de cada pessoa com sua própria alma, e não em outras fontes, como sucesso financeiro e projeção social.

Diante de tudo que abordamos até aqui, um ponto de mudança evidente no novo líder está em ajudar seus colaboradores a reconhecer seus valores e, assim, terem orgulho de si mesmos, independentemente do cargo que ocupem. Esta é uma sinalização clara de como são importantes, respeitados, compreendidos e livres para fazerem o seu melhor.

É desta forma, num contexto de segurança psicológica, que uma equipe vai trabalhar com empenho e eficiência. Quando um líder volta o seu foco para a compaixão, a empatia e a felicidade há de conquistar, como consequência, os melhores talentos, os resultados mais satisfatórios e fará tudo fluir melhor.

Em linhas gerais, enumeramos algumas dicas práticas capazes de promover a segurança psicológica de um time:

  • Saiba ouvir. Reserve um tempo de sua jornada para isso.
  • Estimule a reflexão e mostre, sempre que possível, o sentido que há no trabalho realizado.
  • Seja empático, sempre.
  • Não julgue ninguém previamente. Converse, ouça, entenda os contextos.
  • Abra espaço para a inovação, para o fazer diferente, para a criatividade. Mesmo que isso envolva riscos.

Em quaisquer circunstâncias, o gestor precisa estar certo de que liderar com respeito, compassividade e equilíbrio é uma forma de transformar situações de tensão e conflitos em entendimento, segurança e produtividade.

Lideranças Humanizadas e condução de equipes

Por Ligia Costa, escritora, palestrante e pesquisadora e fundadora do Thank God it’s Today. É precursora no Brasil do Movimento “Liderar com Amor Gera Lucros”. Graduada em Marketing pela Universidade Mackenzie, com pós-graduação em Gestão Organizacional e Relações Públicas pela ECA-USP. Também é certificada em Mindfulness pelo Centro de Felicidade do Butão. Professora na Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getúlio Vargas (FGV/ESSP), tem no currículo certificação em Neurociências, Inteligência Emocional e Mindfulness pelo instituto SIYLI, criado no Google, na Califórnia. Com atuações destacadas na LucasArts, de George Lucas, no Vale do Silício, Estados Unidos, trabalhou durante 18 anos como executiva em multinacionais. Teve passagens por grandes empresas, como OgilvyMather, Neogama BBH e Brasil Telecom. Dirigiu o marketing do Yahoo para a América Latina, liderando equipes em oito países. Em 2012, Ligia Costa foi eleita executiva em tecnologia destaque pelo jornal Valor Econômico.

Ouça o PodCast RHPraVocê, episódio 52, “Quando a resiliência vira algo tóxico?” com Carla Tieppo, neurocientista da Santa Casa. Clique no app abaixo:

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