Estratégia falha quando a liderança intermediária é ignorada

Em qualquer organização, existe um elo que, muitas vezes, é invisível, mas absolutamente vital: a liderança intermediária. Supervisores, coordenadores, encarregados e líderes de equipe que ocupam um espaço importante, e que frequentemente, em alguns ambientes são subestimados, justamente entre o planejamento feito no topo e a execução realizada na base.

Esses profissionais não apenas traduzem metas em tarefas; eles são o pulso da operação. Estão próximos da realidade do chão de fábrica, do balcão de vendas, do caixa do banco, da linha de produção, e ao mesmo tempo, precisam dialogar com diretores e gestores. Ou seja, vivem em dois mundos: o da estratégia e o da execução tática e operacional.

Quando bem-preparada, a liderança intermediária é capaz de manter a motivação acesa, ouvir o time e transformar diretrizes em resultados palpáveis. Mas quando despreparada, os efeitos são devastadores: a escuta morre, a produtividade trava, a moral da equipe cai, e o engajamento se perde.

RH TopTalks 2025

Sem liderança intermediária, a estratégia falha

O papel desse líder não é apenas operacional. Ele precisa ser intérprete e mediador. Traduz a linguagem rebuscada do corporativo para o time, simplifica planos complexos, protege seus colaboradores de pressões excessivas e, acima de tudo, garante que a voz da operação chegue até a alta gestão.

Ignorar o preparo dessa liderança é abrir a porta para:

  • Retrabalho e desperdício, porque o planejamento se desconecta da prática.
  • Queda de engajamento, quando colaboradores sentem que não são ouvidos.
  • Adoecimento silencioso, fruto de pressão e invisibilidade no dia a dia.

Como fortalecer a média liderança?

  • Treinamento contínuo: não apenas em processos, mas em habilidades humanas, escuta ativa, empatia, feedback.
  • Empoderamento real: líderes intermediários precisam ter autonomia planejada para decidir, não apenas cumprir ordens.
  • Canal de voz: criar mecanismos formais para que esses líderes levem insights da operação para o topo.
  • Reconhecimento: valorizar o papel de ponte e de guardião da cultura.

A média liderança não é apenas um nível hierárquico. É um sistema nervoso central que conecta cérebro (estratégia) e músculos (execução). Sem ela, a comunicação falha, a produtividade emperra, a tática desaparece e a cultura se fragiliza.

Preparar, desenvolver e valorizar esse elo é, mais do que uma boa prática de gestão, um investimento estratégico no desenvolvimento dos mesmos.

Estratégia sem abismo

Muitas estratégias corporativas naufragam não pela falta de genialidade na concepção, mas pela ausência de escuta e envolvimento da média liderança. Quando planos são criados em salas fechadas, longe de quem respira o dia a dia da operação, perdem vitalidade já na largada. A estratégia deixa de ser ponte e vira abismo: não conversa com a realidade do negócio, tampouco gera compromisso de quem deveria traduzi-la em ação.

É nesse ponto que a comunicação exerce papel decisivo no envolvimento uníssono. Sem engajar a liderança intermediária antes, ouvindo seus insights e percepções, e depois, ao transformar diretrizes em narrativa envolvente, a estratégia morre na apresentação.

A diferença entre o plano que gera impacto e o que fica apenas bonito no papel surge quando a alta gestão ouve e engaja os líderes intermediários — aqueles que vivem a operação, conhecem as dores do time e transformam diretrizes em ação concreta.

O papel do RH

O papel do RH nesse tema é tornar-se protagonista, lado a lado com os líderes da alta gestão nessa jornada. O RH influencia a escuta das lideranças intermediárias, estrutura esse processo de forma dinâmica e considera suas percepções no direcionamento estratégico e no planejamento.

Em seguida, o RH deve conduzir, junto com os dirigentes, o alinhamento claro sobre o papel de cada liderança na execução do plano, de modo que esses líderes se sintam engajados e reconhecidos no alcance dos resultados.

Liderança intermediária_foto do autorPor Genésio Lemos Couto - Conselheiro Consultivo, Autor do livro "Luz, Câmera e Gestão" e criador do canal Careira no Topo, disponível no Youtube. Executivo com sólida atuação em gestão de pessoas, supply chain, TI e estratégia nos setores agro, construção e indústria. Expatriado por 15 anos na América Latina e África, liderou equipes enxutas com foco em custos e cultura organizacional.



🎧 Ouça o episódio 211 do RH Pra Você Cast:

“Escritórios cheios: dá para voltar ao presencial sem perder talentos?”

A volta para os escritórios é uma tendência que cresce cada vez mais. Diversas plataformas de vagas já identificam um aumento significativo nas oportunidades presenciais. Por outro lado, as opções híbridas e remotas não mantêm o mesmo ritmo de antes.

Mas, diante dessa mudança, será que os profissionais estão realmente satisfeitos com essa decisão? Empresas têm suas razões para trazer equipes de volta ao ambiente físico. No entanto, o impacto dessa medida no engajamento dos talentos merece atenção.

Como a volta ao presencial afeta o engajamento dos profissionais

Para entender melhor esse cenário, conversamos com Raissa Florence, Cofundadora e Diretora de Growth da Koru. Sua análise traz insights valiosos sobre como os profissionais estão lidando com a transição para o trabalho presencial. não deixe de ouvir o episódio completo!

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