Liderança Centrada nas Pessoas: O Caminho para uma Cultura Organizacional Forte e Engajada

A liderança centrada nas pessoas é uma abordagem humanizada que tem se consolidado como tendência no mercado. Esse modelo favorece o engajamento e o desempenho dos colaboradores, especialmente em tempos de transformações culturais e digitais.

São muitos os desafios que perpassam a economia e o mercado de trabalho na contemporaneidade: do alto índice de turnover nas empresas – com o Brasil liderando o ranking o índice de rotatividade global, segundo estudo recente da Robert Half –, a crise de saúde mental nas organizações que motivou, em 2024, mais de 470 mil afastamentos de acordo com o Ministério da Previdência.

Ao mesmo tempo, surgem oportunidades em um cenário de transformações aceleradas no âmbito cultural e digital. Ademais, as companhias buscam fortalecer um posicionamento socioambiental positivo, especialmente diante da consolidação da agenda ESG no mercado.

Nesse contexto, o modelo liderança centrada nas pessoas ganha espaço e se coloca como uma base estratégica para a construção de culturas organizacionais robustas e sustentáveis.

Mais do que um estilo de gestão, onde o colaborador é reconhecido em sua singularidade e potencial criativo, e não apenas como uma peça funcional ou um número para os negócios.

Essa concepção de liderança e modelo de gestão permite que qualquer funcionário exponha suas ideias e projetos. Além disso, fundamenta-se na escuta ativa, na empatia e no compromisso com o desenvolvimento humano. Como resultado, promove um deslocamento da autoridade verticalizada para uma relação mais horizontal e dialógica.

Líderes centrados nas pessoas compreendem que o desempenho é uma decorrência natural de ambientes onde há confiança, respeito e autonomia. Nesse sentido, por exemplo, uma análise recente do pesquisador Mark Marone para a Harvard destaca que esse tipo de liderança facilita a adaptação das equipes às mudanças, reduz a resistência organizacional e eleva os níveis de engajamento, justamente por promover segurança psicológica e clareza de propósito.

Cultura, desempenho e permanência

E tudo isso porque estamos falando de um modelo de liderança que prima pela formação de ecossistemas de trabalho saudáveis, aumentando o engajamento dos colaboradores e, consequentemente, impulsionando o desempenho da empresa.

A partir do entendimento das necessidades de um talento e da busca pelo seu bem-estar, o líder se mostra comprometido com uma relação de respeito que, por sua vez, estimula o compromisso e o engajamento dos colaboradores com a filosofia e os propósitos de uma organização.

Nesse sentido, ambientes que valorizam o cuidado com o outro, a colaboração e o reconhecimento tornam-se naturalmente mais atrativos — não apenas do ponto de vista simbólico, mas também prático. Não por acaso, também segundo a Robert Half, 89% das empresas reconhecem que bons resultados estão ligados à felicidade dos colaboradores e 94% dos profissionais creditam sua satisfação à atuação do líder.

A liderança centrada nas pessoas impacta diretamente o aumento dos índices de produtividade. Além disso, fortalece uma cultura resiliente, capaz de se adaptar a tempos de mudança.

Como resultado, impulsiona a formação de ecossistemas mais inovadores e abertos a processos de autodesenvolvimento contínuo.

Além disso, em tempos de rotatividade elevada e esgotamento profissional, esses desafios se tornaram sintomas difusos do mundo corporativo.

Por isso, essa perspectiva ganha caráter estratégico. Afinal, beneficia tanto o bem-estar coletivo quanto a saúde econômica da organização.

Uma pesquisa da NTT Data já revela que líderes centrados nas pessoas deixaram de ser exceções ou apostas de futuro. Além disso, essa abordagem se tornou a principal tendência em liderança.

Atualmente, 60% das organizações afirmam buscar esse perfil mais autêntico, empático e flexível. Como resultado, essas empresas escolhem líderes que conduzem áreas estratégicas dos negócios com mais humanidade e conexão.

O dado reflete um deslocamento estrutural, onde o capital humano não é valorizado somente como ativo. Ademais, é percebido como a própria razão que oferece continuidade para uma corporação.

O que sustenta uma liderança centrada nas pessoas

Construir esse tipo de liderança requer um exercício diário e disciplinado. Práticas como a comunicação transparente, o feedback contínuo e o estímulo ao desenvolvimento individual são pontos de sustentação para essa cultura.

Mas acima de tudo, trata-se de uma mudança de paradigma. Afinal, o líder deixa de ser apenas aquele que entrega metas e passa a ser o agente que cria condições para que as pessoas realizem, com sentido e motivação, o seu trabalho.

Há também um compromisso com a escuta — não apenas para resolver demandas pontuais. Ademais, busca compreender as nuances emocionais e relacionais que atravessam o cotidiano profissional.

A abertura para o diálogo, a co-construção de soluções e a inclusão das pessoas
nas decisões que afetam sua rotina são formas concretas de legitimar a experiência do outro. E quando há reconhecimento, há engajamento genuíno.

A liderança centrada nas pessoas, portanto, não se restringe a um gesto pontual ou a uma política de RH. Ela é expressão de um novo olhar que reconhece no outro a força que sustenta e que abre as portas para o futuro das organizações.

Liderança Centrada nas Pessoas_foto do autor

Por Leonardo Abreu, um profissional especializado em Gente e Gestão, com sólida experiência em transformar culturas organizacionais por meio da gestão estratégica de pessoas. Atualmente, atua como Diretor de Gente & Gestão e Diversidade & Inclusão na CSN. Além disso lidera iniciativas voltadas para o desenvolvimento humano e a promoção de ambientes corporativos mais inclusivos e colaborativos.



🎧  Ouça o episódio 210 do Podcast RH Pra Você Cast:

"Como tornar a liderança mais inspiradora? Os grandes desafios dos líderes"

Um líder inspirador, portanto, transforma o ambiente de trabalho, impulsionando engajamento e produtividade. Ademais, sob sua gestão, os colaboradores se sentem motivados e, consequentemente, contribuem para uma cultura organizacional sólida e saudável.

No entanto, será que todo gestor tem o potencial para se tornar um líder inspirador?

Mais do que isso, quais desafios ele enfrenta nessa jornada de desenvolvimento?

Como Desenvolver uma Liderança Inspiradora

Liderar exige muito mais do que simplesmente gerenciar tarefas e definir metas. Por isso, um verdadeiro líder precisa construir conexões, incentivar o crescimento da equipe e, acima de tudo, criar um propósito compartilhado. Além disso, a liderança inspiradora envolve habilidades essenciais, como comunicação eficaz, inteligência emocional e visão estratégica, todas fundamentais para o sucesso.

Case de Sucesso: Fernando Sollak e a Liderança Humana na TOTVS

Nada melhor do que aprender com exemplos reais. Por isso, Fernando Sollak, Diretor de Relações Humanas da TOTVS, é um exemplo de liderança inspiradora. Além disso, ele destaca a importância de colocar as pessoas no centro da estratégia, o que, por sua vez, fortalece o senso de pertencimento e impulsiona resultados positivos.

O caminho para se tornar um líder inspirador, portanto, exige esforço, aprendizado contínuo e, além disso, adaptação às novas demandas do mercado. Por isso, investir em desenvolvimento de liderança é essencial, afinal, empresas que querem crescer precisam de uma equipe engajada e produtiva.

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