A pandemia terá um impacto duradouro no futuro do trabalho. A grande questão para os líderes de RH é o quanto as mudanças trazidas por ela devem alterar as metas e planos estratégicos das organizações e quais ajustes imediatos – e de longo prazo – serão necessários para dar conta de tantas mudanças.
A lista de desafios que estamos enfrentando é extensa e, por isso, priorizar o que vai gerar mais impacto na vida das pessoas e suas carreiras e, ao mesmo tempo, impulsionar o crescimento das empresas, é o sweet spot que merece mais do nosso tempo. Na sequência, a minha visão das principais tendências do futuro do trabalho sobre as quais as organizações devem se debruçar:
1. Aprender para sempre: prever os skills que os nossos times vão precisar desenvolver para o sucesso futuro das organizações é um trabalho árduo. Sem bola de cristal, entretanto, é nossa missão criar novas estratégias para preparar talentos mais adaptáveis, que mudam de papel ou função com mais flexibilidade e se engajam muito mais com o impacto que podem causar e a história que podem contar para o mundo, do que com o cargo que estão ocupando.
2. Humanizar as relações: há uma demanda cada vez maior para que o time de Gente desenvolva novas abordagens de liderança que fortaleçam a relação funcionário-gestor, criando mais conexão emocional, confiança e segurança psicológica para formar times de alta performance. É importante ainda que os gestores olhem com cuidado para o bem estar e a saúde mental de todos os profissionais.
3. Avançar na agenda de Diversidade, Equidade e Inclusão: nos últimos dois anos, vimos muitos progressos em contratação de talentos diversos, mas pouco resultado ainda na ascensão desses profissionais para cargos de liderança. Precisamos olhar mais para dentro e direcionar nossos esforços para destravar esse crescimento, acelerando o desenvolvimento dos skills desses profissionais para que possam progredir mais rapidamente.
4. Acelerar o desenvolvimento de People Analytics: nunca acessamos tantos dados sobre nossas pessoas nas organizações: demografias, pesquisas de engajamento, de saúde, dados de desempenho, preferências, etc. Organizar esses dados e transformá-los em insights para tomar decisões, disponibilizar esses dados para a gestão dos líderes e conectar análises mais sofisticadas com a estratégia geral da empresa ainda é um caminho longo – e importante – a ser percorrido.
5. Colocar Pessoas no Centro: ir além do processo típico e da abordagem mais programática de “prestar serviços” com uma prateleira de processos e produtos prontos e concentrar-se na experiência e nos resultados. Reduzir a complexidade e o atrito que as pessoas reais experimentam no dia-a-dia, preocupar-se não apenas se a solução é a mais usada no mercado, mas também em entender a adequação à cultura, aos interesses, motivações e necessidades das pessoas…
Em outras palavras, é considerar seu público não apenas como “usuários”, mas como seres humanos com emoções e sentimentos, compreendendo que a própria “experiência” é o produto.
Essas são apenas algumas das importantes reflexões que todos nós, líderes e profissionais de RH, precisamos fazer para que possamos apoiar as nossas organizações a acelerarem a trajetória de seus profissionais e, assim, se manterem competitivas no mercado em que atuam.
E aí, animados com o futuro?
Por Isadora Gabriel, Diretora de HR Operations da Movile, responsável por apoiar o desenvolvimento das empresas investidas por meio de projetos de RH. Graduada em Psicologia pela PUC-SP, possui pós-graduação em Gestão Estratégica de Serviços pela ESPM e MBA pela IESE Business School. Em sua trajetória profissional, teve passagens por empresas do setor financeiro como Banco Safra, B3 e Itaú BBA, e também como Diretora de People & Places na Amaro.
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