A ciência da gratidão: como um ato simples pode mudar seu cérebro e transformar sua vida

Já parou para pensar em quantas vezes ouviu falar sobre gratidão ultimamente? Parece que todo mundo está falando sobre isso, como se fosse a solução mágica para todos os nossos problemas, não é?

Mas, sinceramente, será que essa história de ser grato realmente faz diferença?

Ou estamos apenas diante de mais uma tendência de autoajuda, que promete transformar vidas, mas acaba sendo mais um daqueles conselhos que entram por um ouvido e saem pelo outro?

Se você já se fez essa pergunta, está no lugar certo. Vamos dar uma olhada de perto nessa tal de “gratidão”, e tentar entender se ela realmente pode fazer o que promete: transformar sua vida. Mas sem enrolação, vamos direto ao ponto.

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E claro, prepare-se para alguns questionamentos provocadores no caminho. Afinal, você realmente sabe o que significa ser grato? Ou é só mais uma daquelas palavras bonitas que repetimos sem pensar?

Por que falamos tanto sobre gratidão hoje em dia?

Primeira pergunta do dia:

Por que parece que todo mundo agora está falando sobre gratidão?

Será que estamos todos tão desesperados que nos apegamos a qualquer coisa que prometa nos fazer sentir um pouco melhor?

Ou será que finalmente estamos percebendo que, em um mundo tão cheio de estresse e ansiedade, agradecer pelas pequenas coisas pode ser uma maneira de não enlouquecer?

A verdade é que a gratidão não é nenhuma novidade. Nossos avós já falavam sobre isso. Eles tinham o costume de dizer: “Agradeça pelo que tem”. E, se você parar para pensar, eles eram bem mais felizes do que nós, mesmo vivendo com bem menos recursos. Será que sabiam de algo que a gente esqueceu?

A vida moderna trouxe muita coisa boa, mas também trouxe uma lista interminável de preocupações. Trabalho, contas, redes sociais, expectativas… tudo parece nos pressionar o tempo todo. Então, não é de se espantar que a gratidão tenha voltado ao centro das conversas. Mas, será que ela é realmente uma solução prática para os nossos problemas? Ou estamos apenas tentando nos enganar com pensamentos positivos?

O que acontece no cérebro quando você pratica gratidão?

Vamos entrar de cabeça na ciência. Sim, existe ciência por trás dessa ideia. E, acredite ou não, praticar gratidão realmente muda o funcionamento do seu cérebro. Parece bom demais para ser verdade, não é? Mas calma, vou te explicar como isso funciona.

Quando você se sente genuinamente grato — e não estou falando daquele “obrigado” automático que você solta por educação — o cérebro ativa regiões específicas, como o córtex pré-frontal. Essa é a parte do cérebro responsável pelo pensamento crítico e pela tomada de decisões.

Além disso, quando praticamos a gratidão, liberamos dopamina e serotonina, dois neurotransmissores que você já deve ter ouvido falar. São os famosos “hormônios da felicidade”. E quem não quer uma dose extra de felicidade?

A gratidão é realmente importante para nossa saúde mental ou estamos exagerando?

A ciência mostra que sim, isso importa. Pessoas que praticam gratidão regularmente apresentam melhorias na qualidade do sono, no humor e até na imunidade. Isso significa que não é apenas uma questão de “se sentir bem”, mas também de cuidar da sua saúde física e mental.

Um bom exemplo disso é um estudo realizado pela Universidade de Manchester, que examinou como a gratidão afeta o sono. Mais de 400 adultos participaram, respondendo a questionários sobre gratidão e qualidade do sono.

Os resultados mostraram que pessoas mais gratas tinham menos pensamentos negativos antes de dormir, o que facilitava adormecer mais rapidamente e proporcionava uma noite de sono mais tranquila.

Sono mais longo e revigorante

Outro estudo relevante foi conduzido pelos psicólogos Robert Emmons, da Universidade da Califórnia, e Michael McCullough, da Universidade de Miami. Em seus experimentos da pesquisa “Counting blessings versus burdens: an experimental investigation of gratitude and subjective well-being in daily life”, eles pediram a pessoas com doenças neuromusculares que escrevessem diariamente sobre o que eram gratas. Após três semanas, os participantes relataram ter um sono mais longo e revigorante.

A pesquisa de Emmons comprovou também como a gratidão tem um impacto positivo no humor e na saúde emocional, concluindo que praticá-la regularmente pode reduzir os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, promovendo uma sensação maior de bem-estar e diminuindo sintomas de ansiedade e depressão.

Mas traduzindo isso de uma maneira mais simples, como é que agratidão pode mudar nossa vida? Explico essa questão, com algumas dicas práticas de como por isso em funcionamento, na segunda parte deste artigo. Até lá!

gratidão

Por Charles Betito, Especialista em Saúde Mental Corporativa | Consultor de Treinamento e Desenvolvimento. Com mais de 20 anos de experiência em meditação e práticas de atenção plena, adquiriu habilidades em tecnologia e inovação por meio de treinamento avançado em instituições de renome como o MIT, Singularity University e o Institute for The Future.

 


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