Gestão de terceiros: o fator silencioso que define a reputação da sua marca
Quando um consumidor interage com uma marca, pouco importa se está lidando com um colaborador direto ou com um prestador de serviço terceirizado. Para ele, a experiência é única, e quem responde naquele ponto de contato é a própria marca. Essa percepção coloca a gestão de terceiros em um papel cada vez mais estratégico: quando bem estruturada, fortalece a jornada do cliente e protege a reputação; quando mal conduzida, pode desencadear crises, reclamações públicas e perda de competitividade.
O erro mais comum das empresas está em tratar a contratação de terceiros como um processo restrito à assinatura de contrato ou à entrega inicial. Sem due diligence adequada, que avalie aspectos fiscais, trabalhistas e reputacionais, e sem um onboarding robusto, fornecedores desalinhados podem comprometer valores e padrões da companhia. Esse descuido gera consequências que vão muito além da operação, atingindo diretamente a experiência final do consumidor.
No ambiente digital, cada vez mais presente no cotidiano, a linha que separa a marca de seu terceiro simplesmente não existe. Uma falha de atendimento, um atraso na entrega ou uma conduta antiética do prestador se transforma rapidamente em avaliações negativas em plataformas e redes sociais, corroendo a confiança do público e a credibilidade construída ao longo dos anos.
Onboarding estratégico e controle preditivo de terceiros
Para evitar esse cenário, o onboarding de terceiros precisa ir além da formalidade e incluir treinamento sobre a cultura da empresa, alinhamento com as áreas de atendimento e marketing, definição clara de KPIs e abertura de canais de comunicação contínuos. O objetivo é que o prestador seja, de fato, uma extensão da marca, não apenas em termos técnicos, mas também na forma de pensar e de se relacionar com o cliente.
Plataformas de compliance e sistemas de monitoramento permitem acompanhar fornecedores em tempo real, automatizar verificações, gerar alertas de não conformidade e transformar a gestão em algo preditivo, não reativo.
Em setores regulados, como saúde, financeiro ou energia, esse controle é ainda mais crítico, pois a falha de um terceiro pode resultar em multas milionárias, processos e perda de confiança perante reguladores e consumidores.
Integração e métricas: pilares da gestão de terceiros
Outro ponto essencial é a integração das áreas que interagem com o cliente. Atendimento e marketing devem participar ativamente da gestão de terceiros. Outrossim, precisam garantir alinhamento comunicacional, oferecer feedback contínuo, contribuir na criação de treinamentos. Para completar, apoiar a definição de padrões de conduta e linguagem que reflitam o DNA da marca.
Indicadores como NPS (Net Promoter Score) e CSAT (Customer Satisfaction Score) ajudam a mensurar o impacto direto dos terceiros. Ademais, métricas como tempo de resolução de problemas e taxa de reclamações relacionadas a prestadores complementam essa análise. Além disso, monitorar a reputação online completa a visão, mostrando como a gestão de terceiros é determinante para a competitividade do negócio.
A gestão de terceiros não é um detalhe operacional, mas sim um pilar estratégico. Em um mercado cada vez mais transparente, ela tornou-se uma das principais garantias da confiança do consumidor e da longevidade da marca.

Por Bruno Santos, sócio e CRO da área de Gestão de Terceiros da Bernhoeft. Administrador com MBA em Gestão de Projetos pela FGV, co-criador do primeiro curso de Gestão de Terceiros no Brasil. Com mais de 15 anos de experiência, implementou o modelo em 70+ empresas e contribuiu para o conceito de Nível de Maturidade. Atua como professor de pós-graduação e palestrante em eventos, promovendo conhecimento e mitigação de riscos na terceirização.
🎧 Ouça o episódio 211 do RH Pra Você Cast:
“Escritórios cheios: dá para voltar ao presencial sem perder talentos?”
A volta para os escritórios é uma tendência que cresce cada vez mais. Em paralelo, diversas plataformas de vagas já identificam um aumento significativo nas oportunidades presenciais. Por outro lado, as opções híbridas e remotas não mantêm o mesmo ritmo de antes, indicando uma mudança nas estratégias corporativas de contratação.
Diante desse cenário, surge uma dúvida pertinente: será que os profissionais estão realmente satisfeitos com essa decisão? Embora as empresas tenham suas razões para trazer equipes de volta ao ambiente físico — como fortalecimento da cultura organizacional, melhoria da comunicação e maior controle operacional —, não se pode ignorar o impacto dessa medida no engajamento dos talentos.
Sob essa ótica, torna-se fundamental refletir sobre a experiência real dos colaboradores nesse novo modelo. Afinal, fatores como autonomia, qualidade de vida e flexibilidade continuam sendo prioridades para muitos profissionais. Portanto, a forma como as organizações conduzem essa transição pode determinar não apenas níveis de engajamento, mas também índices de retenção e produtividade
Como a volta ao presencial afeta o engajamento dos profissionais
A fim de entender melhor esse cenário, conversamos com Raissa Florence, Cofundadora e Diretora de Growth da Koru. Durante o bate-papo, sua análise trouxe insights extremamente valiosos sobre como os profissionais estão lidando com a transição para o trabalho presencial.
Entre os destaques, Raissa aponta os principais dilemas enfrentados pelas lideranças, bem como as estratégias que estão sendo adotadas para promover adaptação e engajamento. Por isso, não deixe de ouvir o episódio completo — certamente, você encontrará reflexões que podem transformar sua visão sobre o retorno aos ambientes corporativos
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