Gestão de mudanças organizacionais é essencial na transição de empresas estatais para o setor privado
Processo de mudanças, focado em uma comunicação transparente, facilita a adaptação dos colaboradores à nova cultura. O movimento de privatização de empresas estatais tem sido recorrente no Brasil e desencadeia um processo profundo de transformação, impactando todas as áreas dessas organizações. Esse cenário é desafiador, mas também está repleto de oportunidades.
Muitos governos ao redor do mundo avançam com programas de desestatizações ou concessões de serviços públicos para empresas privadas em setores como energia, saneamento, transporte e infraestrutura. Além disso, ao se tornarem privadas, essas empresas enfrentam forte pressão para modernizar seus negócios. Elas também precisam atender às demandas de um mercado globalizado.
Resiliência e prosperidade na gestão de mudanças
Nesse contexto, seus profissionais buscam desenvolver habilidades que os tornem mais resilientes e capazes de prosperar durante o processo de transição.
Após essa primeira fase, a tendência é que as empresas enfrentem uma concorrência mais acirrada e maior pressão do mercado e da sociedade. Ademais, elas terão uma necessidade constante de inovar para elevar os níveis de serviços prestados. A integração ao mercado privado proporciona um ambiente mais dinâmico, focado em maior eficiência operacional e geração de valor.
Contudo, esses resultados só são alcançados por meio de uma gestão eficaz de mudanças. Isso envolve iniciativas complexas e profundas de adaptação, tanto culturais quanto operacionais, do capital humano das organizações que passaram por esse processo. Essa transição exige alterações significativas em estrutura, governança, metas e cultura organizacional.
Desafios à resistência os colaboradores
Esse tipo de reestruturação pode gerar desafios relacionados à resistência dos colaboradores, que muitas vezes encontram dificuldades para se adaptar à nova cultura.
Além disso, há uma pressão substancial para reformular processos internos, atualizar tecnologias e lidar com a incerteza. Essa incerteza frequentemente permeia o ambiente durante as concessões.
Outro grande desafio é a retenção de talentos-chave, enquanto se ajustam as políticas de remuneração, benefícios, planos de carreira e desenvolvimento dos colaboradores. Essas práticas podem ser consideravelmente diferentes das práticas comuns no setor público.
Comunicação clara e transparente
Uma forma eficaz de garantir que essa transformação ocorra de maneira fluida e alinhada aos objetivos estratégicos da organização é adotar uma comunicação clara e transparente. Essa comunicação deve ser tanto com os profissionais quanto com o público em geral. É essencial manter os profissionais sempre informados sobre cada etapa do processo, as metas da privatização e o impacto que isso terá em suas rotinas.
Além disso, é importante realizar uma análise minuciosa da organização para identificar suas forças e áreas que precisam de melhorias, a fim de desenvolver um plano de desestatização estruturado.
Com base nessa análise, podem ser implementadas ações focadas no engajamento, mobilização, capacitação e adoção dos colaboradores em relação aos novos sistemas e regulamentações internas.
Líderes preparados
Para enfrentar as mudanças com sucesso e liderar essas iniciativas, é preciso contar com líderes preparados para promover essas transformações e criar um ambiente de segurança, confiança e cooperação.
Segundo o estudo “Tendências Globais de Capital Humano 2024” da Deloitte, muitos líderes e profissionais estão se voltando para um novo desafio: melhorar a forma como as pessoas trabalham, com ênfase em gerar valor tanto para os colaboradores quanto para todos aqueles que são impactados pela organização.
O relatório destaca ainda que 76% dos entrevistados acreditam ser muito ou criticamente importante deixar cada pessoa que entra em contato com a organização em uma situação melhor do que antes, o que é considerado vital para o sucesso nos negócios.
Adotar abordagens multifuncionais
Diante desse contexto, a adoção de abordagens mais integradas e multifuncionais para lidar com as transformações é fundamental. Isso implica revisar mentalidades anteriores e métodos que, embora familiares, podem não ser mais adequados às novas exigências do mercado.
Esse processo exigirá formas inovadoras de responsabilização por parte da nova gestão, com líderes em todos os níveis da organização não apenas implementando, mas exemplificando novas maneiras de trabalhar. Assim, eles poderão auxiliar os colaboradores de todas as áreas a incorporar as melhores práticas identificadas, promovendo uma transição eficiente.
Por fim, a gestão eficaz de mudanças para empresas que passam a operar no setor privado é um fator determinante.
Dado o impacto transformador desse processo, essa abordagem não só facilita a adaptação dos colaboradores à nova cultura de eficiência e lucratividade, como também garante a execução bem-sucedida de novos processos e tecnologias.
Como resultado, a organização se torna mais resiliente, capaz de inovar e de se ajustar às dinâmicas do mercado, garantindo uma posição competitiva, alta produtividade e sustentabilidade a longo prazo.
Por Edson Cedraz, líder da indústria de Governo e Serviços Públicos;
Patrícia Otachi, sócia de Consultoria em Capital Humano da Deloitte e
Mariane Cruz, gerente sênior de Governo e Serviços Públicos.
🎧 Inteligência Artificial (IA): Deve Mesmo Preocupar-nos?
No episódio 158 do RH Pra Você Cast, intitulado “IA: a preocupação deve mesmo existir?”, discutimos um tema que tem gerado debates acalorados: o desenvolvimento das inteligências artificiais. Em março de 2023, veio a público a informação de que cerca de 2.600 líderes e pesquisadores do setor de tecnologia assinaram uma carta aberta. Nessa carta solicitavam uma pausa temporária nesse desenvolvimento. O argumento central é que as IAs podem representar um “risco para a sociedade e a humanidade”. Surpreendentemente, até Elon Musk, um dos maiores entusiastas da tecnologia, também assinou o documento.
Visões Contrastantes: Otimismo vs. Preocupação
Jhonata Emerick, CEO da Datarisk, diverge desse movimento de cautela em relação às IAs. A princípio, para o doutor em Inteligência Artificial, a evolução dessas tecnologias é tão natural quanto o crescimento que elas podem impulsionar. Ele argumenta que, ao longo da história, a humanidade sempre enfrentou mudanças disruptivas, e a IA não é exceção. A questão, portanto, é como nos adaptamos e aproveitamos essas transformações.
Legitimidade das Preocupações
Mas será que as preocupações em torno das IAs são legítimas? A perda de empregos é frequentemente apontada como um risco iminente. No entanto, também devemos considerar os benefícios potenciais: automação de tarefas repetitivas, diagnósticos médicos mais precisos, otimização de processos industriais e muito mais. Ainda há muito a aprender sobre o impacto real das IAs em nossas vidas.
O Desconhecido e o Potencial Inexplorado
Por fim, o que as IAs podem fazer por nós que ainda não compreendemos totalmente? Com efeito, talvez estejamos apenas arranhando a superfície de suas capacidades. Assim, à medida que avançamos, é crucial manter um olhar crítico e otimista, buscando equilibrar os riscos com as oportunidades.
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