O termo “Generatividade” significa a propensão dos sujeitos em buscar a autorrealização através da melhoria das condições de vida dos outros. O termo tem raízes psicológicas e está associado às contribuições do psicólogo Erikson. A generatividade em psicologia é uma condição associada ao declínio das pulsões narcísicas em sujeitos “maduros” e ao surgimento de uma predisposição para se doar aos outros pelo puro prazer de ser útil, transferindo conhecimentos e experiências e contribuindo para o crescimento do contexto.

Me deparei com esse conceito pela primeira vez quando li um livro de Irvin Yalom, “The Gift Of Therapy”; Não tendo estudos aprofundados de psicologia, achei este livro muito interessante e absolutamente acessível até mesmo para não especialistas. De vez em quando, no espaço dedicado à reflexão noturna preservado pelo consumo de diversas séries televisivas, retomava o livro, descobrindo por diversas vezes novas ideias.

Yalom reflete sobre sua experiência como terapeuta e reconhece o surgimento dessa predisposição generativa tendo atingido, aos 70 anos, a condição de plena maturidade profissional. Na relação entre Terapeuta e paciente Yalom reflete sobre a disposição do Profissional em se “entregar” mais na relação, através de uma atitude de “empatia” ativa, conceito sobre o qual o autor passa algumas das mais belas páginas do livro, com referências e citações multidisciplinares.

Na realidade, se esta condição tem a ver com as fases da vida, então pode-se supor que qualquer pessoa, tendo atingido uma fase de “maturidade” na sua experiência (de trabalho), pode reconhecer o surgimento de uma necessidade como aquela associada a a condição descrita com o termo “generatividade”. “

Aplica-se, por exemplo, a um Gestor que, tendo atingido o limite da sua carreira e tendo perdido a referência à promoção como fonte de motivação no trabalho, descobre uma nova vocação abrindo-se à melhoria das condições dos outros e do contexto organizacional em que ele atua.

Diz respeito ao Profissional que, tendo atingido a satisfação da plena maturidade profissional, decide contribuir com as suas competências para causas de utilidade social.

Depois de realizar algumas pesquisas na internet, descobri também que este conceito já é fonte de inspiração para diversos sujeitos que atuam no mundo da consultoria para organizações e no mundo sem fins lucrativos. A teoria de Erikson também é utilizada em processos de aprendizagem e metodologias de coaching.

Nas organizações, poder ativar uma disponibilidade “generativa” é uma enorme ajuda nos processos de integração e transferência de competências, considerando também a copresença de várias gerações no trabalho (pelo menos 5) e a distância, cada vez mais semelhante a uma abismo, entre os jovens de 25 anos e os “maduros” com mais de 60 anos.

Procurar uma maior “empatia” relacional, podendo contar com a disponibilidade de escuta ativa por parte dos “mais sábios”, que muitas vezes nada mais esperam do que ajudar os outros, pode tornar-se um importante factor de dinamismo da organização e crescimento do sistema de competências dentro dela.

Generatividade no trabalho

Por Alessandro Sormani, Consultor de Organização e Gestão de Recursos Humanos. Artigo publicado originalmente em 2024 na HR ONLine da AIDP – ‘Associazione Italiana per la Direzione del Personale‘.

 

Ouça o episódio 143 do RH Pra Você Cast, “Inclusão 50+, bom para o presente e para o futuro (de todos nós)“. Como você se enxerga daqui a cinco ou dez anos? O questionamento, que já deve ter sido feito a muitos de vocês durante algum processo seletivo ao longo da carreira, nem sempre traz consigo uma resposta fácil. Especialmente para um público que, diante de tantos estereótipos e preconceitos, sequer sabe como será o dia de amanhã em sua vida profissional. A cada nova geração que entra no mercado, uma anterior se vê diante do dilema de ficar para trás e ver cada vez menos portas se abrirem.

O panorama, todavia, não só precisa como deve ser mudado. Pesquisas revelam que o tão falado “choque geracional” é extremamente benéfico não só a profissionais de todas as idades, mas também às empresas. E, afinal, se não olharmos para o público 50+ com atenção, como será quando chegar a nossa vez de lutar por espaço com os mais jovens? Para falar sobre as vantagens de mesclar gerações e como desenvolver mecanismos de inclusão, o RH Pra Você Cast traz Mórris Litvak, Fundador e CEO da Maturi. Confira o papo clicando no app abaixo:

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