Não é a hora de descuidar: Equilíbrio mental dos colaboradores segue sendo o principal desafio das empresas no pós-pandemia
No início da pandemia, a principal dificuldade das áreas de recursos humanos estava em engajar os colaboradores, mantê-los saudáveis, tanto do ponto de vista físico, como mentalmente, em um cenário totalmente desconhecido e adverso. Atualmente, mesmo com o termo “novo normal” não fazendo mais sentido, o tema continua sendo pauta e muito real no cotidiano dos RHs.
No Brasil, o cenário exige atenção redobrada. Segundo pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, a ansiedade é o transtorno mais comum entre os brasileiros durante a pandemia: 86,5% dos participantes deste estudo admitiram estar mais ansiosos, o que vai muito em linha ao que revelou a pesquisa do HUBRH+ABPRH.
A possível volta para o escritório, o luto experimentado por alguns colaboradores que perderam seus familiares, as sequelas deixadas para quem ficou com COVID19, absenteísmo, sinistralidade e as incertezas que seguem com relação ao controle da doença são pontos que tiram o sono de quem está responsável pela gestão de pessoas nas organizações.
Como lidar com os impactos emocionais causados pela pandemia em seus colaboradores foi inclusive um tema apontado como prioritário e de maior interesse quando o assunto é Saúde Corporativa, em uma pesquisa que fizemos no HUBRH+ABPRH. Ouvimos, em junho, profissionais de recursos humanos de grandes empresas (com mais de 500 funcionários) com o intuito de endereçar suas principais necessidades no que diz respeito ao aprimoramento de conhecimento como ferramenta estratégica.
Importante ressaltar que 66.3% dos entrevistados apontaram a gestão do bem-estar e da saúde mental dos colaboradores como o maior dos desafios a serem enfrentados. A pesquisa também revelou que pandemia segue sendo o pano de fundo quando questionados diretamente sobre quais os temas que gostariam de ter mais acesso às informações de qualidade, 50,6% apontaram cultura organizacional em tempos remotos e 48,1% o papel do profissional de RH no futuro do trabalho.
Daí a importância dos profissionais de recursos humanos e lideranças terem acesso a ferramentas que ajudam a endereçar os desafios e a traçar suas estratégias para um futuro próximo. Sempre pensando em uma nova realidade e de forma que consigam ressignificar o alto desempenho, não só com entregas rápidas e de qualidade, mas com bem-estar, qualidade de vida preservando o emocional.
Não há mais dúvidas de que os desgastes emocionais estão no centro dos debates de toda a sociedade. E nas organizações, essa preocupação, mais que necessária, está sob os cuidados das áreas de recursos humanos, que precisa olhar para inteligência emocional e do bem-estar como um dos pilares da experiência do colaborador.
Por Tania Machado, Presidente do HUBRH+ABPRH.
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