Em recente viagem para os Estados Unidos, acompanhando uma missão de empresários brasileiros que têm planos de expansão para o mercado americano, realizada pela Amcham, tive a oportunidade de me deparar com conteúdos riquíssimos e que me fizeram refletir sobre vários aspectos. Porém, todas as conversas se relacionam – direta ou indiretamente – com o papel da liderança na condução dos processos corporativos.

Esse é um ponto particularmente precioso para mim. Há tempos, questiono as formas de liderar e tenho valorizado cada vez mais a gestão humanizada. Pode ser clichê, mas é verdadeiro: para mim, nada é mais importante do que as pessoas. E para fazer isso valer na prática dentro das empresas, é preciso olhar profundamente para a gestão.

Uma das palestras a que assisti foi do professor da New York University, Claudio Garcia. Para ele, o tempo do chefe que controla tudo sentado em sua cadeira de couro, da produção à venda de um produto, já passou ou está bem perto de acabar. Segundo o professor, o líder do futuro é aquele que é capaz de gerir diversos ecossistemas, dentro e fora de suas companhias, de maneira a conectar esses microuniversos ao objetivo estratégico do negócio. E quanto mais complexo o negócio, mais faz sentido.

Skills obrigatórias do RH

Pense numa cadeia automotiva. Como o próprio nome diz, a montadora “só” monta os automóveis. De forma simplista, para que isso aconteça, uma série de fornecedores produzem uma infinidade de componentes e uma cadeia enorme de concessionárias revende o produto de uma companhia. São vários ecossistemas atuando juntos e que precisam estar afinados na mesma sintonia para que todos os envolvidos alcancem o sucesso desejado. 

Por isso, o líder que dita regras e se faz ser “seguido” deve se transformar em fóssil logo mais. Cada vez mais, serão valorizados aqueles que são capazes de montar times competentes e, ao mesmo tempo, fomentar ecossistemas de qualidade dentro e fora das companhias. O líder do futuro é aquele que consegue flutuar entre esses círculos de influência, valorizando, inclusive, a gestão por competência. Isso vale da média à alta gestão. 

Lembrando Steve Jobs, de que adianta nos cercarmos dos melhores profissionais se queremos continuar dizendo para eles o que fazer? Ser líder é também saber a hora de ser liderado. Vivemos o tempo de estimular que as pessoas sejam o seu melhor e de entendermos que a liderança deve estar comprometida, acima de tudo, em conduzir todos esses ecossistemas para a mesma direção, cuidando para que os valores da corporação sejam respeitados e colocados em prática. 

Só é possível estabelecer parcerias, conectar indivíduos e alinhar todos dentro de um mesmo objetivo se houver um ambiente de confiança, construído sobre os alicerces da empatia e da escuta ativa. A beleza disso tudo é que ecossistemas de sucesso estão ligados inegavelmente à valorização das pessoas, de seus anseios e saberes. E, no fim do dia, tudo é sobre pessoas. 

Ecossistemas e a força do líder do futuro

Por Fabrício Oliveira, CEO da Vockan. Com mais de 15 anos de carreira na QAD, o executivo foi responsável pela implementação de diversos projetos de ERP, contribuindo na reestruturação da área de serviços e na utilização de ferramentas de usabilidade global. Como Head de Operações, liderou os times de Vendas, Suporte e R&D no Brasil.

 

Ouça o episódio 149, “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“. Na busca por uma gestão mais humanizada e em um momento em que o perfil das lideranças vem passando por transformações, a empatia surge como uma habilidade-chave para os líderes. Mas o que significa, na prática, ser um profissional empático? Como desenvolver essa habilidade? A pandemia e os períodos de crise também evidenciam a importância das soft skills no ambiente organizacional. Como o RH pode contribuir para que esse conceito faça parte da cultura da empresa? Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa. Acompanhe!

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Foto: Depositphotos