Toda ação leva a uma reação.

Esse famoso princípio da Terceira Lei de Newton, estudado nas aulas de física da escola, está presente, frequentemente, ao longo de nossa vida. Inclusive, na última semana, foi possível confirmá-lo, mais uma vez, após comentários impertinentes de um conhecido jogador de vôlei, demitido após se posicionar, de forma inadequada, em seu perfil nas redes sociais.

Evidentemente, preservar os espaços para expressar sempre as diferentes opiniões é fundamental, pois isso é o que promove a tão falada inovação, constantemente buscada pelas organizações.

Todavia, é primordial refletir sobre qual o impacto gerado por nossas falas, ações e posicionamentos, especialmente em um momento em que a temática da diversidade é cada vez mais aplicada dentro das empresas, o que não deixa espaço para intolerâncias e outras posturas desse tipo.

Sendo assim, esse caso foi apenas mais um clássico que reforça que preconceitos continuam a existir entre muitos brasileiros, de forma latente, mas, geralmente, velada. Também mostra que, se tem algo bem escasso, atualmente, é a empatia no trato relacional, seja no âmbito profissional, seja no pessoal.

No entanto, essas atitudes estão na contramão, uma vez que, nos dias de hoje, é ainda mais importante aceitar o diferente, principalmente aquele que pensa diferentemente do seu ponto de vista. Caso contrário, inicia-se o processo de polarização, que é péssimo para qualquer tipo de relação e para qualquer ambiente de trabalho. Pode, até mesmo, afetar os resultados da companhia.

Nesse contexto, ter empatia é essencial para evitar os problemas. Na hora em que o indivíduo se coloca no lugar do outro, sente a dor ou o entusiasmo do outro, ele consegue estabelecer um vínculo e fortalecer o relacionamento, tanto pessoal, quanto profissional.

Uma pessoa empática é mais saudável em suas relações e mais produtiva. Imagine um mundo onde todos são egoístas ou que simplesmente falam o que pensam.

Já pensou como seria? A partir do momento em que vivemos em sociedade, há o dever de lidar com outras pessoas, que podem ser completamente divergentes de nós na forma de pensar. Para evitar conflitos desnecessários, é preciso exercer a empatia, lembrando que sua opinião não é a única do universo.

Vale destacar que ser empático não significa concordar com tudo, aceitar todos os pensamentos e ser refém de outras pessoas.

Quem é empático consegue entender e respeitar os variados pontos de vista para, depois, expor as suas reflexões. Para tanto, é fundamental buscar a habilidade de escuta ativa. Afinal, vivemos na era do compartilhamento.

Ou seja, não é mais possível ignorar os sentimentos e problemas alheios, mesmo porque cada um tem sua história, suas crenças, seus repertórios, que fazem com que cada indivíduo seja único.

Portanto, posso garantir que a empatia é umas das competências e habilidades, as tão faladas soft skills, presentes em profissionais de sucesso. Isso ocorre, porque, diariamente, é preciso gerenciar conflitos dentro das corporações.

Ao usar a empatia, as chances de resolução aumentam consideravelmente. Além disso, é bom lembrar que, antes de ser um bom profissional, é necessário ser um bom ser humano. Somente assim, construirá relações saudáveis.

Outro ponto extremamente relevante sobre o posicionamento dos profissionais é, claro, o fato de que, quando se atua em uma empresa, representa-se uma marca – trabalhando como colaboradores ou sendo patrocinado, como o caso do jogador de vôlei.

De que maneira você representa a marca da organização da qual faz parte?

Entender sobre esse aspecto, com certeza, ajuda a direcionar as ações no dia a dia. Também é necessário um profundo autoconhecimento e a já comentada empatia.

Isso evita que o “espírito julgador” seja acionado, apontando erros ou criticando atitudes, mas se esquecendo de que todas as pessoas são falhas.

Por fim, as redes sociais têm impulsionado as polarizações e discussões acaloradas.

Vivemos numa era onde todos estão com o celular nas mãos e a postos para expressarem suas opiniões, nesses canais, a respeito de absolutamente tudo. É o novo mundo e, de certa forma, tem inúmeros benefícios, porém é preciso cautela na maneira de se expressar.

Aliás, o modo como uma pessoa se porta e emite opiniões diz muito sobre ela mesma e afeta diretamente a credibilidade, que é constantemente avaliada por líderes, pares, liderados, clientes, além de familiares e amigos.

E, em um mundo onde se fala tanto em legado e propósito, isso não pode ser um discurso vazio, com ações contraditórias.

É prudente falar tudo o que se pensa?

Por David Braga, CEO, board advisor e headhunter da Prime Talent. É também professor convidado da Fundação Dom Cabral (FDC) e autor do livro “Contratado ou Demitido – só depende de você” que pode ser baixado gratuitamente em PDF. Ele atua, ainda, como conselheiro de RH da ONG ChildFund e da ACMinas.

 

 

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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