De acordo com uma pesquisa realizada pela Think Work Lab, 38% dos respondentes indicaram que a principal meta do RH para 2024 é “fortalecer a cultura organizacional“. O dado já não surpreende: é o terceiro ano consecutivo que as demandas relacionadas à cultura do ambiente de trabalho são a maior preocupação dos times de gestão de pessoas.

Trabalho no setor há 24 anos e desde 2019 atuo no desenvolvimento dessa cultura em uma multinacional que, no Brasil, conta com mais de 400 funcionários. Selecionei alguns aprendizados importantes adquiridos ao longo da minha trajetória e trouxe algumas reflexões sobre a construção de um ambiente de trabalho colaborativo que englobe todos os níveis hierárquicos.

Cultura, Identidade e Valores do lugar devem ser bem estruturados, inspiracionais e conhecidos por todos

Ainda que as competências técnicas sejam de extrema importância, o alinhamento cultural e de valores das pessoas com a empresa precisa ser prioridade. Isso porque as habilidades técnicas podem ser treinadas e desenvolvidas. Porém, conflitos de valores dificilmente são contornados e tornam a relação entre empresa e colaborador insustentável.

Alinhamento entre todas as esferas da empresa

Para que o fortalecimento da cultura organizacional seja bem-sucedido, todas as áreas da empresa – dos analistas aos líderes – devem estar alinhadas. É necessária uma ampla divulgação, além da avaliação constante de práticas, decisões, estratégias, processos, sistemas e ações de punição e recompensa, de forma que estejam alinhados com a cultura.

Na minha experiência, percebi que o fortalecimento de uma mentalidade de “não levar vantagem em tudo” entre os líderes ajudou na diminuição de uma competitividade tóxica e fortaleceu a colaboração entre os funcionários.

Desafios impostos por uma cultura de competitividade e como criar um ambiente colaborativo

Ainda que a cultura competitiva possa estimular o desempenho profissional, ela precisa ser gerenciada para não comprometer a colaboração. Isso porque, ao se concentrar tanto em superar os outros, o funcionário pode ter seu bem-estar afetado, com a sensação de estar sempre pressionado e com picos de estresse e ansiedade que podem gerar um burnout. Corre também o risco de ter uma frustração potencializada, o que afeta o engajamento – e pode acarretar em um alto nível de turnover na organização.

Transição de Carreira

Para que a empresa tenha a colaboração como principal pilar no dia a dia, é preciso implementar um planejamento estratégico com metodologia colaborativa. Outras ações que devem ser colocadas em prática – voltadas para todos os níveis hierárquicos da empresa – são:

  • Avaliação de estratégias, ferramentas e processos de toda a empresa – para que estejam fomentando os comportamentos da cultura desejada;
  • Fortalecimento da comunicação e do desenvolvimento interpessoal dentro dessa cultura;
  • Atração de pessoas que possuem valores e objetivos coerentes com a organização;
  • Avaliação e reforço dos comportamentos desejados.

Para que essas ações tenham sucesso entre os gestores, a capacitação das lideranças é essencial. Assim, é possível ter maior controle de que as boas práticas colaborativas estão funcionando em todas as áreas da empresa.

Por último, reforço que há sim momentos em que a competitividade é bem-vinda. Podemos estimular que as pessoas atuem em busca de superação, aproveitem oportunidades de novos cargos e saibam o que fazer para crescer dentro da organização.

Mas é importante sempre ter em mente: ninguém precisa ser melhor do que o outro. O que é necessário é estar e se sentir preparado para lidar com os desafios do dia a dia e construir aprendizados a partir deles.

Do analista ao líder: como estimular uma cultura colaborativa

Por Ana Paula Zancanaro Socha, diretora de RH da Zucchetti Brasil.

 

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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Capa: Depositphotos