Quando desistir é o melhor caminho: saúde e bem estar como chaves para o sucesso profissional
Aproveitando o clima pós-Olimpíadas, em que o mundo testemunhou um espetáculo de talento, resiliência e persistência, com atletas de todo o planeta dando o seu melhor, este é um momento oportuno para traçarmos um paralelo entre o esporte e o ambiente corporativo.
Tanto os atletas quanto os profissionais enfrentam desafios extremos por desempenho e excelência, que podem resultar em esgotamento físico e mental.
No caso dos atletas, um dos exemplos mais emblemáticos foi a da ginasta norte-americana, Simone Biles, que chocou o mundo ao desistir de disputar as quatro finais nas Olimpíadas de Tóquio, em 2021, para priorizar sua saúde mental. Na ocasião, ela afirmou que essa decisão foi sua maior vitória.
Além de Biles, temos ainda aqui no Brasil o exemplo da nadadora Ana Marcela, que revelou ter passado por períodos de estresse e desmotivação em sua carreira que a levaram a considerar parar de nadar. Nas entrevistas, ela destacou que as pressões no esporte de alto rendimento causam um forte impacto psicológico nos atletas.
Ambas as competidoras estavam no auge de suas carreiras e preferiram repensar sobre suas trajetórias. Elas demonstraram coragem e uma compreensão profunda do seu próprio bem-estar.
E o que podemos aprender com isso? Esse paralelo pode ser perfeitamente usado para mostrar que, assim como no esporte, na vida corporativa é fundamental entender que desistir ou fazer uma pausa não é sinal de fraqueza, mas sim um passo necessário para um desempenho ainda melhor no futuro.
Quantas vezes o excesso de trabalho e a pressão por resultados levam ao desgaste profundo, prejudicando a saúde mental e física dos profissionais? No entanto, apesar dos danos, desistir é ainda visto sob uma ótica negativa nas empresas.
Na maioria das organizações, a cultura corporativa valoriza os resultados a todo custo, mas é imprescindível entender que o cuidado com a saúde não deve ser negligenciado em nome da produtividade. É importante reconhecer os limites e saber quando recuar para proteger a saúde mental e física. Muitas vezes, perceber que uma situação não está mais alinhada aos nossos objetivos ou valores pode ser o primeiro passo para uma jornada mais vitoriosa, na direção do seu verdadeiro caminho
Além disso, a experiência de desistir, ao contrário do que se costuma pensar, traz lições valiosas e contribui para um crescimento pessoal e profissional significativo. Parar para se cuidar e respirar pode ser apenas um ponto de equilíbrio em sua trajetória. Isso é o que acredito e venho propondo. Será que o seu caminho profissional é mesmo seu ou você pegou carona e, em algum momento, é preciso descer para caminhar a sua própria trajetória?
Refiro-me a adotar uma visão mais atenta para a nossa jornada, incorporando pequenas pausas e momentos de reflexão, que poderão garantir uma trajetória mais consistente.
É desenvolver um olhar integral sobre si mesmo. Mas para isso, é necessário também prestar atenção em nossos pensamentos e emoções e examinar nosso modo de vida, criando rotinas saudáveis que incluam exercícios físicos e momentos de lazer para se alcançar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal.
Devemos refletir sobre como lidamos com excessos e carências, encarando a vida como um estudo de nós mesmos. E nessa trajetória é importante reconhecer nossas potencialidades, encontrando espaço para o autocuidado.
Dessa forma, você evitará a necessidade de interromper frequentemente seus processos de desenvolvimento para recalcular a rota e se manterá assertivo em seus passos, enxergando os momentos de descompressão como investimentos valiosos para seus resultados.
As empresas podem fazer a sua parte e ajudar seus colaboradores a trilhar um caminho mais saudável. Incentivar pausas, apoiar a saúde mental dos funcionários e reconhecer quando é necessário reavaliar a rota são práticas essenciais para o bem-estar geral no ambiente corporativo.
Pausas são uma ferramenta essencial para manter a produtividade, pois permitem que o cérebro descanse, prevenindo o esgotamento e melhorando o desempenho em longo prazo. Mas lembre-se essa pausa tem que ser um exercício verdadeiro com você e não usá-la para encher de outras distrações.
As empresas que valorizam um ambiente de trabalho que promova o autocuidado e o bem-estar vêm experimentando os benefícios de ter equipes mais saudáveis, motivadas e produtivas.
Por Juliana Romantini, Treinadora Corpo-Mente, graduada em Educação Física, pós-graduada em Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais (obesos, gestantes, hipertensos), especialista em Mindfulness e certificada em Medicina do Estilo de Vida pela Harvard University. Criadora do método Prática Integral, vem transformando vidas no tocante à saúde e expansão de consciência.
Ouça o episódio 145 do RH Pra Você Cast, “O que é preciso para construir times de alta performance?“. Como desenvolver lideranças e equipes de alta performance? Por mais que muitos tentem buscar uma “receita de bolo” para responder tal questão com facilidade – e, tão facilmente quanto, levar à execução -, o fato é que só há um caminho para que o sucesso guie a missão: treinar, treinar e treinar. Seja para líderes e liderados, a capacitação é fator determinante para a construção de times que alcançam os melhores resultados e, consequentemente, potencializam suas carreiras e a competitividade das organizações. Porém, mesmo a capacitação precisa ser estratégica. O olhar das empresas deve ser assertivo, humanizado e focado a treinamentos que, efetivamente, fazem a diferença. Eis, no entanto, que outra pergunta se manifesta: como tornar o desenvolvimento de pessoas estratégico para que as equipes de alta performance existam? Isso quem responde é uma dupla que entende – e muito – do assunto. O RH Pra Você Cast recebe Giovane Gávio, bicampeão olímpico de vôlei, palestrante e gestor de projetos esportivos, e também Sergio Agudo, Country Director da GoodHabitz. Confira clicando no app abaixo:
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