Competências e sentimentos no trabalho – parte 1 – introdução
“O coração tem suas razões que a razão desconhece.” Blaise Pascal
Emoções e sentimentos: algumas diferenças
Explicar o que é um sentimento não é fácil. Qualquer definição aprisionaria em uma descrição racional um conteúdo que não é racional. Existem algumas caracterizações específicas que diferenciam a emoção do sentimento.
Segundo a opinião comum, as emoções são entendidas como paixões, geralmente de curta duração, sentidas ou experimentadas internamente pelo indivíduo. Além disso, as emoções se ativam de maneira involuntária, sem que sejam solicitadas pelo próprio indivíduo. Elas estão intimamente ligadas à nossa biologia.
As emoções servem para conhecer o ambiente
Durante a filogênese, os estados emocionais serviram, e ainda cumprem essa função, para se adaptar ao ambiente e para sobreviver nele. Como estão diretamente ligadas ao sistema perceptivo sensorial, as emoções servem para conhecer o ambiente, intuir os perigos, “sentir” se podemos nos aproximar de determinados contextos ou situações, ou se é adequado nos afastar.
É amplamente aceito que o corpo é o palco privilegiado onde os estados emocionais se manifestam. Quando um evento externo envolve o indivíduo e suas competências emocionais, o organismo se ativa modificando seus parâmetros fisiológicos. Essa reação pode ser de ataque ou de fuga, mas também de “adaptação”, como sugeriu Hans Seyle, teórico do estresse. Quanto ao número de emoções, sejam elas primárias ou secundárias, puras ou mistas, simples ou complexas, o debate ainda está aberto.
As 6 emoções primárias
Paul Ekman concluiu que 6 emoções, consideradas primárias, são independentes da cultura e provavelmente inatas:
- felicidade,
- raiva,
- tristeza,
- medo,
- desgosto e
- surpresa.
Cada uma delas pode variar em intensidade ao longo de um continuum, onde a experiência emocional varia de um nível baixo a um alto.
Essas variações favorecem a combinação entre as várias emoções, criando diferentes nuances que dão origem a emoções complexas, que se tornam modos subjetivos de alta variedade.
Sentimento igual a emoção?
O termo sentimento é frequentemente usado na linguagem comum como sinônimo de emoção; na realidade, há certamente afinidades, mas também diferenças substanciais.
Nos sentimentos, nosso aparato físico-sensorial também está envolvido, que “sente”, mas essa percepção é elaborada e integrada por uma componente cognitiva, que transforma as emoções com base em parâmetros de conhecimento. Dado o papel particular dos pensamentos, as emoções são experimentadas primeiro e os sentimentos posteriormente; estes são, portanto, o próximo degrau das emoções.
A relação entre sentimentos e emoções (e competências emocionais) é tão estreita que não podem existir sentimentos sem emoções. No entanto, podemos vivenciar emoções sem que necessariamente se desenvolvam sentimentos a partir delas.
Competências emocionais e a continuidade no tempo
Resumindo algumas características distintivas, o sentimento é uma emoção que se caracteriza por sua continuidade no tempo. A emoção pode ser de alta intensidade e curta duração, enquanto um sentimento pode ser menos intenso em termos de percepção, mas deve ser duradouro. Ele nasce de uma ou mais emoções, mas se alimenta com o tempo, reiterando essas emoções e, de certa forma, nutrindo-se delas.
Além disso, caracteriza-se pela complexidade dos elementos que o compõem, que funcionam entre si com relações sistêmicas, tanto que, em alguns casos, é difícil identificar seus limites de influência. Os sentimentos, ao contrário das emoções que são formas de reação, tornam-se verdadeiros modos de ser.
Se o sentimento é o produto do nosso pensamento, ele se torna a forma privilegiada com a qual nos relacionamos com os outros e com o ambiente, sendo fortemente condicionado por isso.
O sentimento torna-se, assim, o resultado do nosso esforço adaptativo, mesmo nos casos em que seus efeitos se revelam disfuncionais para o próprio indivíduo e para o ambiente.
A aprendizagem desempenha um papel estratégico nos sentimentos, tanto na sua gênese, baseada nas experiências, quanto no seu processo de mudança. Este é o motivo pelo qual eles deveriam ter lugar em todos os programas formativos, tanto no campo escolar quanto nas organizações empresariais, pois são o resultado do nosso aprendizado e o influenciam.
Os sentimentos, por fim, são contagiosos. Nossos ambientes sociais frequentemente transmitem sentimentos positivos, mas também podem “infectar” os indivíduos com sentimentos negativos.
Os sentimentos inevitavelmente influenciam nossas capacidades comportamentais e, consequentemente, nossa eficácia. Principalmente no ambiente de trabalho.
Neste artigo, passaremos rapidamente por 12 sentimentos destrutivos e 12 sentimentos produtivos, e a ordem de apresentação é rigorosamente alfabética.
Veremos juntos a influência (produtiva ou destrutiva) de alguns sentimentos sobre certas habilidades de comportamento organizacional.
Clique AQUI para acessar a parte 2 do artigo. Conheça os Sentimentos Emocionais destrutivos no trabalho.
Por Angela Gallo, Presidente de IdeaManagement. Artigo publicado originalmente em 2024 na HR ONLine da AIDP – ‘Associazione Italiana per la Direzione del Personale‘.
🎧 Ouça o episódio 194 do RH Pra Você Cast: Desvendando o Poder do Autoconhecimento
No livro “Arya: o desnudar de uma mente dentre tantas almas”, o autor Tiago Petreca mergulha fundo no tema do autoconhecimento e nas competências emocionais. Neste episódio, ele compartilhou conosco uma série de reflexões e insights que nos fazem repensar nossa relação com nós mesmos e com o mundo ao nosso redor.
O Poder Transformador do Autoconhecimento
Tiago Petreca enfatiza que o desenvolvimento da mente, o aprender, é uma jornada contínua e poderosa. Portanto aqui estão alguns pontos-chave que ele abordou:
- Desenvolvimento da Mente: O autor nos lembra que o autoconhecimento não é apenas sobre entender nossas características superficiais, mas também sobre explorar nossos padrões de pensamento, crenças e emoções mais profundas. Dessa forma, esse processo nos permite crescer e evoluir.
- Manifestação de Habilidades: Quando nos conhecemos melhor, abrimos espaço para o surgimento de novas habilidades e aprender. Como resultado o autoconhecimento nos ajuda a identificar nossos pontos fortes e áreas de melhoria, permitindo que desenvolvamos talentos ocultos.
- Enfrentando Desafios com Assertividade: Situações difíceis são inevitáveis na vida. No entanto, quando compreendemos nossos gatilhos emocionais e padrões de reação, podemos enfrentá-las com mais clareza e assertividade. Assim sendo o autoconhecimento nos dá ferramentas para lidar com adversidades de forma construtiva.
Uma Conversa Reveladora
No bate-papo completo, Tiago Petreca compartilhou suas próprias experiências e histórias pessoais, tornando o tema das competências emocionais e autoconhecimento acessível e inspirador. Em suma, vale a pena conferir o livro e mergulhar nessa jornada de descoberta interior.
Lembre-se: conhecer a si mesmo é um superpoder que todos podemos cultivar.
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