Muita coisa tem mudado no mercado de trabalho nos últimos anos. No contexto das empresas, o perfil dos talentos, a dinâmica da tecnologia e os requisitos do mercado já não são mais os mesmos. Na outra ponta, onde estão os profissionais, também encontramos transformações significativas: agora, as pessoas têm necessidades, desejos e exigências completamente diferentes.

Um levantamento realizado pela Indeed, em 2019, mostra que as empresas que desejam evoluir e investir em sua força de trabalho continuarão atraindo e retendo os melhores talentos. A remuneração e a segurança no emprego ainda estão entre as prioridades dos candidatos, mas há uma crescente procura pela cultura e pelo senso de comunidade, além da valorização e do apoio da liderança.

Essa busca é ainda mais intensa quando falamos das mulheres que desejam ser mães e que são, muitas vezes, pressionadas a escolher entre a vida pessoal ou profissional. Ao fazer uma análise, eu mesma vejo essa mudança. Desde que decidi ser mãe senti que, apesar do medo de como seria a minha vida profissional, era o momento de realizar esse sonho.

E assim foi! Por pouco mais de um ano, me dediquei integralmente à maternidade e, apesar de amar, me sentia incompleta: minha vida profissional faz parte de quem eu sou. Eu percebi que precisava me dedicar às pessoas, dentro e fora de casa.

Hoje, como Chief Happiness Officer, entendo que vivenciei um turbilhão de emoções desde que me tornei mãe – e ainda mais quando, após a maternidade, voltei ao mercado de trabalho. Sou a prova viva do quanto ser bem-recebida por uma empresa pode nos estimular a dar o nosso melhor. Em tudo.

É claro que organizar o meu tempo entre essas duas grandes (e intensas) paixões não foi nada fácil. Assim como muitas mulheres na mesma fase, me sentia dividida, mas o acolhimento de uma empresa jovem e em franco crescimento me apresentou um novo horizonte de possibilidades.

Eu sabia que, enquanto profissional de RH, ainda tinha muito a aprender e estava pronta para contribuir. Fazer parte de uma empresa em que os gestores confiaram no meu potencial e me deram as ferramentas que eu precisava para me desenvolver – e, também, apoiar o desenvolvimento dos que estavam ao meu redor -, foi essencial para minha felicidade pessoal.

Com a experiência que acumulei, defendo que o bom ambiente de trabalho pode nos transformar e, consequentemente, transformar os rumos da empresa. Causar um impacto positivo sempre foi algo que busquei e, olhando para trás, é gratificante ver essa transformação profissional com a realização de projetos em que acredito.
Uma pesquisa realizada pela Universidade de Warwick, no Reino Unido, apontou que funcionários felizes são 12% mais produtivos que os demais.

Outra pesquisa, da Universidade da Califórnia (EUA), indica que profissionais satisfeitos com o ambiente de trabalho vendem até 37% mais e têm três vezes mais criatividade. Ambos evidenciam que, caso haja alguma insatisfação, o desempenho pode ser o primeiro prejudicado.

Os profissionais estão procurando empregos mais felizes, mas, de acordo com pesquisa do Instituto Locomotiva e o Grupo LMT – Loyalty & Trade Management, 56% dos brasileiros estão insatisfeitos com o seu trabalho e 64% gostariam de atuar em áreas diferentes da sua função atual. Isso me faz pensar que muitas empresas não estão alinhadas às necessidades de seus colaboradores e não têm se preocupado em implantar processos mais humanos e felizes.

Me sinto realizada por fazer parte de uma empresa que escreve uma história bem diferente desses índices. Os primeiros seis meses foram muito desafiadores. Conciliei a vida de mãe à função de Analista de RH e enquanto me adaptava, equilibrando as responsabilidades, minha cabeça fervilhava de novas ideias e meu coração batia forte pelas inúmeras oportunidades corporativas. Havia reencontrado, enfim, o meu propósito profissional.

Na prática, pude identificar formas ambiciosas de causar um impacto positivo na vida das pessoas. Mais uma vez, contei com a confiança da gestão e com a autonomia necessária para implementar ideias e processos cada vez mais humanos. Ao final do primeiro semestre de empresa, ascendi à coordenação da área, que até então se chamava RH.

Apenas oito meses depois, acompanhando o crescimento da empresa, expandimos o departamento e tornei-me gerente de seis profissionais altamente competentes. Depois, implantamos um cargo pioneiro, o de Analista de Bem-estar e Felicidade, que vem despertando o interesse do mercado pela nossa cultura, e outros focados em contratar, cuidar e gerir pessoas felizes.

Com espaço para tantas mudanças, duas delas, em especial, têm um espaço no meu coração. A primeira é a nomenclatura do time: em vez do tradicional RH, condicionado a enxergar as pessoas como recursos, somos Gente & Cultura. O termo traduz com exatidão tudo o que eu buscava quando decidi voltar ao mercado.
A segunda, muito mais pessoal, foi minha promoção à Chief Happiness Officer, no fim de 2020.

A primeira mulher na Diretoria da empresa e a primeira Diretora da minha família. Eu não poderia estar mais feliz, grata e realizada! Sem dúvidas ter um ambiente de trabalho leve, empático e acolhedor foram os fatores determinantes para que eu pudesse me desenvolver profissionalmente.

Meu foco sempre foi construir um ambiente de trabalho mais leve e prazeroso, mas não menos produtivo. O segredo, como sempre, está nas pessoas. Nós amamos estar aqui e compartilhamos um propósito nobre: desenvolver empresas e pessoas por meio da tecnologia. Não há como prever o que nos espera no mercado nos próximos

Da maternidade à Chief of Happiness Office em 3 anos

Por Danielli Ramos de Almeida, Chief Happiness Officer na Ativy, ecossistema de empresas de tecnologia.

 

 

 

 

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