Você está confortável? CUIDADO!

Tudo bem, impossível negar que estar confortável, na sua zona de conforto, é objetivo de todos, mas que é um grande risco não tenha dúvida!

Um dos exemplos que utilizo para demonstrar a importância da Competitividade para o mercado em geral, parte do seguinte: Porque recordes mundiais normalmente são batidos em competições internacionais?

Algumas opções:

  1. defendo o meu país;
  2. cobertura de mídia;
  3. importância do evento, etc. 

Mas a resposta que melhor atende é: porque estão presentes os melhores do mundo.

Por Exemplo, na largada há competidores que tem uma retrospectiva de tempos melhores que os meus. Isto é, se naquele momento eu não fizer mais do que jamais fiz em qualquer outra competição, eu estou fora do jogo. É nesse momento que consigo fazer mais, consigo me superar e, bater o recorde mundial.

Skills obrigatórias do RH

Concorrência: é fundamental que exista

E assim foi descoberta a maior invenção para a competitividade das empresas. Chama-se “Concorrente”!

Se a concorrência é forte então minha empresa é forte, desenvolvida, competitiva. Se a concorrência é fraca a minha empresa se acomoda!

E isso vale para nós, profissionais!

Então muito cuidado. Se estivermos nos comparando com perfis baixos podemos até nos sentir muito satisfeitos, por um tempo, mas á primeira solicitação de maior exigência e competitividade não conseguiremos enfrentar.

O que estamos dizendo é que precisamos de fatos que nos mobilizem e nos mova para a ação. O comportamento de acomodação é típico do ser humano. Precisamos de algo que nos incomode, nos mova!

É bom ter febre?

Eventualmente nas palestras e cursos que desenvolvo comento com o público se não seria ótimo se não tivéssemos febre. A princípio alguns incautos afirmam que sim, seria ótimo. Mas se fosse assim todos estaríamos mortos. Afinal, o que é a febre senão um aviso!

A febre é um sintoma que nos informa que algo não está bem. Que precisamos buscar respostas para essa disfunção. Se não houvesse febre teríamos a doença e não saberíamos.

Pesquisa: O Panorama da Transição de Carreira no Brasil

Portanto, a febre é ruim? Não, a febre não é ruim, pode ser incomoda, mas ela nos avisa de problemas. É um sintoma, um alarme.

O sintoma, assim, pode ser incômodo, mas não é dispensável.

Mais do que isso, o incômodo é necessário e, desejável!!!

Desejável porque nos permite focar e agir. A ação deve ser valorizada, sobremaneira, como o divisor entre a intenção e o resultado.

Tudo na vida tem seu contraponto. Viver a vida é administrar esses altos e baixos perfeitamente normais e esperados.

A acomodação é um estado natural para a maioria dos seres humanos. É uma tendência, da mesma forma que procuramos o “estar confortável”.

Acomodação

A acomodação não é mal por principio, pois, conforme Jean Piaget, pode ser vista como uma adaptação ao meio, mas pode se tornar uma limitação auto imposta e perigosa para o desenvolvimento em si.

A acomodação perigosa é aquela que nos tira os desafios do alvo e nos faz “aceitar” o que nos é imposto.

Essa acomodação pode surgir por limitações (isto é, não consigo, não é para mim, é melhor não arriscar) e outras situações causadas, frequentemente, por uma baixa autoestima.

Em outra situação pode ser causada por se ter facilidade em conquistar as coisas, ou, ao contrário, dificuldade excessiva para isso.

Acomodação e regalias, sinais de zona de conforto

Interessante também é a acomodação causada por uma posição diferenciada por regalias como:

  • disponibilidades de horários,
  • ausência de pressão ou
  • um salário muito bom (costumo dizer que o pior que pode acontecer á um bom profissional é um salário acima da média, porque lhe retira o desafio do crescimento e, ás vezes, até a contestação).

Em suma, estamos sempre sendo atraídos para a acomodação e, consequentemente, a estagnação.

Precisamos ter pessoas, conosco, que não tenham visto o que já foi e que não se sintam acomodados pelo “status quo”. Aliás, temos que ter pessoas que se sintam incomodadas com situação atual e com isso mobilize-se para gerar o movimento de mudança.

A história nos presenteia com exemplos nos quais o movimento de criação precisa de um estímulo. Entre os grandes mestres, como, por exemplo, na música, a criatividade foi alvo de dilemas, dificuldades e busca de soluções.

Tipo Intuição Introvertida

Na psicologia, Jung, na sua abordagem sobre seus tipos psicológicos nos brinda com uma observação interessantíssima, principalmente quando analisa o Tipo Intuição Introvertida, um de seus tipos mais significativos que conta, entre seus representantes mais típicos: o feiticeiro que guia o destino da sua tribo, os profetas e os artistas visionários. 

A autora Nise da Silveira, no seu livro "Jung – Vida e Obra", (1974 – José Álvaro Editor), observa “a experiência demonstra que se um Mecenas põe o artista visionário ao completo abrigo da luta pela vida, sua função superior decai e sua atividade criadora estanca”. E este é um tipo psicológico, conforme Jung, de muita contribuição para o futuro e a modernidade.

As pessoas precisam de desafios, a criatividade precisa de espaço e as empresas precisam de pessoas criativas. Parece uma equação simples, mas demanda necessidades muito específicas e o comprometimento da gestão, da alta gestão, principalmente porque investe coragem de ação.

E se ninguém tem feito por Você nenhuma ação para liberá-lo da acomodação, faça Você mesmo. Não espere o futuro chegar. Você tem que construí-lo hoje.

Zona de Conforto

Por Bernardo LeiteConsultor Organizacional, longa experiência executiva em nível gerencial e diretivo. Psicólogo especializado em Comportamento Organizacional. Atua em consultoria desde 1980, e possui robusta participação no mercado com palestras, artigos, pesquisas e estudos sobre comportamento organizacional e gestão. Palestrante, escritor, coaching personalizado para executivos. Um dos maiores especialistas em Avaliação de Desempenho, em todos os segmentos, incluindo Empresas Públicas.


🎧Ouça o Episódio 181 do Podcast RH Pra Você Cast: “A Saúde dos Trabalhadores Está em Risco?”
Introdução

A abordagem das empresas em relação à saúde dos colaboradores traz otimismo. Desde a pandemia, o bem-estar e a qualidade de vida passaram a ser assuntos obrigatórios nas organizações para que elas se mantenham competitivas.

A Prática é Tão Positiva Quanto o Debate?

Contudo, será que a prática é tão positiva quanto o debate? Segundo uma pesquisa recém-realizada pela Alice, ainda existem muitos gaps a serem corrigidos.

Pesquisa da Alice Revela Gaps na Saúde dos Trabalhadores

Para falar mais sobre o estudo e também a respeito do cenário da saúde do trabalhador para 2024, batemos um papo com Sarita Vollnhofer, CHRO da Alice. Confira abaixo:

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Capa: Depositphotos