Considerado um tema antigo no mundo dos negócios, a Agenda ESG tomou um novo corpo a partir dos acontecimentos pós-pandemia COVID-19. São três pontos de atenção que pessoas e organizações, interessadas no desenvolvimento de uma sociedade sustentável, devem considerar que tendem a elevar o nível de serviços, de produtos e dos negócios.
Para quem ainda não está familiarizado com o assunto, a Agenda ESG é uma combinação de fatores que ajudam a medir o índice de sustentabilidade e impacto social das organizações. Empresas que buscam se manter vivas e competitivas, devem procurar se alinhar cada vez mais com essa questão.
Além disso, os clientes também estão mudando sua mentalidade e procurando fornecedores que respeitem e pratiquem ações sustentáveis em seu dia a dia. Outro ponto importante, apontado pela ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), é que no Brasil o mercado de fundos ESG está em ascensão.
Refletindo sobre os três pontos que envolvem a sigla: Environment (ambiente), Social (Social) e Governance (Governança), podemos verificar três áreas da psicologia bastante aderentes que podem trazer contribuições significativas para que as organizações se preparem e atuem em linhas com eles.
No caso do Environment (ambiente), que é a maneira como a organização atua alinhada à sustentabilidade ambiental, está associada com a redução de impacto ambiental, utilização de tecnologias limpas, reciclagem, redução de emissão de carbono, entre outros.
A psicologia ambiental, no papel de um psicólogo especialista na área, pode colaborar fortemente com a organização para entender como as pessoas se relacionam com o ambiente, as influências que o ambiente exerce nelas e vice-versa.
Quando olhamos para o S, o Social (Social), que é maneira como a organização atua alinhada à sustentabilidade social, com foco em temas como suporte ao crescimento da comunidade, compromisso com o desenvolvimento do RH, entre outros, a psicologia social, no papel de um psicólogo especialista na área, pode trazer uma visão importante para a organização.
Ele estuda a relação do indivíduo com a sociedade, procura entender como as pessoas se organizam para sobreviver, como formam a cultura, os valores e os costumes para a continuidade da sociedade.
Desse modo, pode auxiliar na elaboração de políticas com o objetivo de desenvolver programas e ações interventivas, no intuito de melhorar a qualidade das relações e de vida de todos.
Já no caso do G, de Governance (Governança), que aborda a sustentabilidade econômica, ética, transparência, entre outros; a psicologia organizacional, no papel do psicólogo especialista na área, contribui no desenvolvimento de ações e projetos orientados para este ponto.
Através da realização de um diagnóstico organizacional, será analisada a situação atual de todas as áreas da empresa, onde será possível identificar os problemas e dificuldades que a organização enfrenta para que todos os colaboradores atuem alinhados com a cultura ESG.
O psicólogo organizacional faz a avaliação e propõe as intervenções adequadas, de acordo com o planejamento estratégico da empresa. Um trabalho que envolve análise das pessoas, de seus perfis, e com isso ele pode elaborar treinamentos para que todos se desenvolvam com essa nova mentalidade.
Diante do cenário de transformação mundial, e do ponto de vista da liderança, vejo que a multidisciplinaridade e a colaboração são o caminho para a construção de uma sociedade estruturada. Por isso a Psicologia aparece como um campo de estudo que traz contribuições em diversos sentidos.
E, no âmbito das organizações, o papel do psicólogo fará com que as relações entre a liderança, a cultura, os colaboradores e o propósito da organização se tornem cada vez mais sólidos, integrando atividades, ações e realizações, além de possibilitar que se alcance resultados sustentáveis para a organização, para a sociedade e para o planeta.
Por Anna Maria Buccino, administradora de empresas, consultora, especialista em Psicologia Positiva, gerente das áreas comercial e de serviços na Vetor Editora Psicopedagógica.
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