Compliance e integridade são essenciais em tempos de exposição constante. As empresas enfrentam uma pressão crescente para manter práticas éticas e transparentes.
Casos recentes, como o da Americanas, demonstram os riscos da falta de controles internos. Uma governança fraca pode resultar em perdas financeiras graves, desconfiança pública e danos irreparáveis à reputação.
Polítias de compliance e integridade em destaque
Além disso, esse cenário coloca o papel das políticas de compliance e do conselho de administração em destaque. Isso reforça a necessidade de uma estrutura sólida de governança que promova integridade em todos os níveis da organização.
Compliance vai muito além do cumprimento de leis e regulamentos: trata-se de um compromisso com padrões éticos elevados e de uma atuação responsável em todas as práticas da empresa.
Políticas de compliance robustas devem servir como guias claros para as operações diárias, deixando explícitos os comportamentos aceitáveis e inaceitáveis. Ademais, essas políticas previnem riscos e orientam os colaboradores sobre como agir frente a dilemas éticos.
O caso Americanas
No caso Americanas, a falta de transparência contábil evidenciou uma falha de compliance, levando investidores e o público a questionarem os processos internos da empresa. Essa situação reforça a importância de políticas de compliance que assegurem não só a conformidade legal, mas também evitem lacunas e práticas inadequadas. Além disso, essas políticas devem prevenir riscos que possam colocar em perigo a confiança dos stakeholders.
O Papel do Conselho de Administração na Integridade Corporativa
O conselho de administração exerce uma função estratégica na promoção de uma cultura de integridade. Cabe a ele assegurar que as políticas de compliance não fiquem apenas no papel, mas sejam implementadas de forma eficaz e monitoradas continuamente.
Esse monitoramento exige que o conselho tenha uma visão crítica sobre os riscos e garanta a adoção de controles que protejam a empresa de irregularidades.
Para que o conselho cumpra esse papel, é fundamental que ele conte com membros capacitados para identificar potenciais vulnerabilidades. Esses membros devem ser capazes de promover práticas de compliance alinhadas ao perfil de risco da empresa.
Conselheiros preparados conseguem intervir preventivamente e estabelecer uma comunicação clara e transparente com as lideranças executivas. Assim, promovem uma cultura onde a ética e a responsabilidade permeiam as decisões.
Escândalos corporativos, falta de governança
Escândalos corporativos mostram que a falta de governança e de transparência não só afetam a saúde financeira das empresas, mas também destroem a confiança do mercado e da sociedade.
Portanto, é essencial que os conselhos de administração invistam na criação de canais transparentes e processos rígidos de auditoria, permitindo que irregularidades sejam detectadas rapidamente. A comunicação transparente e o compromisso público com a integridade podem ajudar a recuperar a confiança dos stakeholders após uma crise.
A governança corporativa robusta, sustentada por políticas de compliance eficazes e conselhos de administração ativos, é um dos principais pilares contra escândalos corporativos.
Prioridades estratégicas
A integridade e a transparência devem ser vistas como prioridades estratégicas e não apenas como cumprimento de formalidades. Na era digital, onde informações circulam rapidamente, empresas que negligenciam esses aspectos correm o risco de enfrentar crises. Essas crises podem comprometer anos de trabalho e valor de mercado.
Ao priorizar a ética e a responsabilidade, as empresas não só evitam crises, mas também constroem uma reputação sólida e sustentável.
A adoção do compliance permite reduzir riscos não apenas jurídicos, mas também financeiros. Precisamos que essa cultura esteja enraizada nas corporações. Dessa forma, minimizaremos casos de corrupção, desvios de dinheiro, falsos relatórios de finanças e outras lamentáveis situações empresariais que vemos repercutindo todos os anos.
Em outras palavras: compliance tornou-se pauta obrigatória em conselhos e espaços decisórios de diferentes organizações. Sua adoção abrange políticas, regras e meios de controle internos e externos, enquadrando todos os profissionais, independente da hierarquia.
Benefícios
Dentre outros benefícios, um bom sistema de compliance ajuda na:
- proteção da empresa, garantindo a continuidade dos negócios, por meio da identificação e mitigação de riscos;
- prevenção de danos reputacionais e financeiros;
- contribuição para o fortalecimento da governança corporativa, com a criação de uma cultura corporativa íntegra e baseada na ética;
- garantia de melhores parceiros de negócios, por meio da fiscalização de fornecedores e outros terceiros;
- atração de investidores, por meio da demonstração de que a empresa tem credibilidade e os negócios são sólidos, entre outros benefícios.
No “fim do dia”, com uma prática efetiva de compliance, a empresa consegue diminuir significativamente a incidência de irregularidades. Com efeito, torna muito menos exposta a uma repercussão negativa perante o mercado e seus consumidores.
Por Darcio Zarpellon, executivo financeiro com mais de 30 anos de experiência tendo atuado em várias posições de liderança em indústrias nacionais e multinacionais de diferentes setores como alimentício, automobilístico, equipamentos e farmacêutico.
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