O modelo híbrido de trabalho, que se fortaleceu com a pandemia da Covid-19, veio para ficar. Nesse formato, os colaboradores vão ao escritório em dias pré-acordados e concluem o restante das tarefas trabalhando em casa, com maior gerência sobre a sua jornada laboral.
De acordo com estudo da escola de negócios francesa Insead, 30% e 40% da força de trabalho no mundo está operando em um formato laboral híbrido.
Não há unanimidade sobre essa modalidade, afinal, há quem goste e quem desaprove. No entanto, pesquisa da Gartner, empresa de consultoria em tecnologia, mostra que, se havia receio que a cultura organizacional pudesse ser afetada pelo modelo, não há motivo para pânico, pelo contrário: um em cada três funcionários que experimentaram o trabalho híbrido ou o home office declararam que a cultura da empresa melhorou após a migração.
Mas é muito cedo para celebrar, pois as companhias ainda estão em fase de transição e aprendendo a lidar com esse novo formato de trabalho, e um dos desafios compete ao setor de Recursos Humanos (RH):
– Como manter ou aumentar a produtividade, com satisfatórios níveis de engajamento?
Talvez, a resposta esteja justamente no engajamento, um laço do profissional com o trabalho que realiza e a organização que não é estabelecido em contrato e sugere vínculo emocional e afetivo.
Fato é que o engajamento deve ser uma prática diária dentro das empresas. Algumas ações basilares são:
1. Fornecer um bom ambiente interno: mesmo no modelo home office, ter um ambiente acolhedor e amigável é fundamental para que todos se sintam bem durante o expediente.
Por isso, é preciso criar uma cultura forte e estável para que todos possam se sentir à vontade e entregar os melhores resultados. Por exemplo: fornecendo elogios e reconhecimento pelas conquistas e oferecendo perspectiva de crescimento, treinamentos e formas de a pessoa se desenvolver profissionalmente dentro da empresa.
2. Realizar feedbacks constantes e francos: é uma prática que pode ajudar a criar um ambiente mais harmônico e saudável. Além disso, traz informações valiosas sobre a empresa e sobre os colaboradores. A partir do feedback é possível ter insights para novas ações internas ou alguma nova estratégia para manter o engajamento e a performance em alta.
Aliás, o feedback contínuo é uma das melhores estratégias para isto, já que essa ferramenta ajuda a alinhar expectativas, a desenvolver os colaboradores e a manter uma boa frequência de comunicação com a equipe.
3. Incentivar o desenvolvimento do time: empresas que querem se destacar entre as concorrentes e ter um diferencial competitivo investem no desenvolvimento de seus colaboradores. É uma estratégia que ajuda a planejar todo o futuro das pessoas dentro da empresa. Além disso, auxilia a desenvolver as competências-chave e alinhadas com os objetivos do negócio.
Assim, é possível melhorar e impulsionar o desempenho das pessoas e da organização ao mesmo tempo. Além disso, investir em programas de reconhecimento e recompensa pode ser uma forte estratégia para manter o engajamento de todos da equipe, já que é uma forma de incentivo.
Por último, considere trabalhar com remunerações variáveis. Elas podem contribuir para elevar a performance e a produtividade das pessoas, já que a maioria desses bônus é atrelado às metas e aos objetivos da empresa.
Em um modelo presencial de trabalho, a aplicação do engajamento por si só já é desafiadora, pois não se tratam de ações pontuais, e sim de um trabalho constante e diário de tornar a empresa um local saudável e inspirador para o profissional.
No sistema home office, a ausência de encontros presenciais torna o desafio ainda maior. Por isso, nesse ambiente ainda tão complexo e novo, algumas apostas precisam ser feitas. O engajamento, apesar das incertezas, minimiza erros, mantém a proatividade nas equipes e, de quebra, eleva o potencial inovador do negócio.
Por Ivan Cruz, cofundador da Mereo, HR Tech que tem como propósito impulsionar a performance das pessoas e das organizações.
Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 92, “Como fortalecer a cultura organizacional em modelos flexíveis de trabalho?” com Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil e Daniela Gartner, Sr Human Resources Director LATAM at NTT Ltd. Clique no app abaixo:
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