Demissão e o medo
A pressão constante de perder o emprego, recentemente classificada como “FOGLO” (Fear of Getting Laid Off ou “Medo de Ser Demitido”, em tradução livre), se tornou uma preocupação crescente para muitos trabalhadores no Brasil. Segundo um levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), cerca de 31% dos profissionais têm bastante receio da demissão. Enquanto 15% sentem um medo moderado, 52% relatam pouca ou nenhuma preocupação com o tema.
Embora a preocupação com a estabilidade seja compreensível, esse novo fenômeno corporativo tem um impacto direto na saúde mental dos colaboradores. Isso ocorre independentemente de seus cargos. Ademais, resulta em stress elevado e queda de produtividade.
Temor nos setores da tecnologia
Esse temor fica ainda mais evidente em setores onde a automação e a inteligência artificial estão avançando rapidamente, ameaçando as funções tradicionais.
Muitas empresas, mesmo sem intenções claras de corte, acabam contribuindo para esse clima de insegurança, que pode ser evitado com melhor comunicação e clareza nos objetivos e planos de carreira.
Mas, para algumas pessoas, esse medo de ser dispensado também pode funcionar como um alerta positivo para os profissionais. Diante dessa realidade, muitos estão aproveitando para investir em capacitação e diversificação de habilidades. Esse movimento aumenta suas chances de permanência no mercado.
Atualização profissional é crucial
Esse movimento reflete o entendimento de que, em um cenário de rápidas mudanças, se manter atualizado é uma estratégia essencial.
Além disso, as organizações também têm um papel importante na redução do FOGLO, e oferecer oportunidades de desenvolvimento e clareza sobre a segurança dos cargos pode ajudar a diminuir a ansiedade entre os colaboradores.
Medidas que promovam o bem-estar e a valorização do capital humano também podem fortalecer o vínculo com a empresa, reduzindo a rotatividade e melhorando o clima organizacional.
O impacto do medo da demissão nos times
Quando voltamos nossos olhares para as lideranças, é preciso reconhecer o impacto que esse medo exerce sobre suas equipes e repensar o relacionamento com todos os trabalhadores.
Por isso, estruturar uma comunicação aberta e transparente sobre os rumos da empresa, mesmo em tempos de incerteza, contribui para uma cultura organizacional mais saudável e produtiva.
O FOGLO nos traz à reflexão sobre a relação entre segurança profissional e produtividade.
Ao endereçar essas questões de forma preventiva e proativa, tanto empresas quanto profissionais podem caminhar juntos em direção a um mercado de trabalho mais resiliente e colaborativo.
Por Marcello Amaro, CHRO da P3, uma plataforma de gestão de pagamentos para mais de 2000 empresas da América Latina.
🎧 Ouça o Podcast RH Pra Você Cast, Episódio 171:
Não é Só uma Demissão: O Peso do Desemprego na Autoestima e na Saúde Mental
Perder o emprego não é fácil para ninguém. Para algumas pessoas, o impacto emocional pode ser bem maior do que para outras. Seja pelas necessidades financeiras ou por questão de autoestima, um desligamento pode causar efeitos extremamente negativos à saúde mental. Além disso, esses efeitos podem ser gatilhos para transtornos ou doenças, como ansiedade, ataques de pânico e depressão.
Como as Organizações Podem Ajudar?
Diante desse cenário, é possível que as organizações contribuam de algum modo para que o impacto seja menos sentido? Afinal, o que fazer para que uma demissão não afete tão drasticamente o nosso emocional? Quem fala sobre isso é a psicóloga especialista em Gente & Gestão, Cláudia Danienne, CHRO da Degoothi Consulting. Confira:
Conclusão
Ouça o podcast e descubra estratégias para lidar com a demissão e seus efeitos na saúde mental. Além disso, entenda o papel das organizações nesse processo crucial.
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