Muitas discussões sobre o trabalho em modelo não presencial iniciaram a partir da pandemia, afinal, fomos forçados a trabalhar de casa.
Nunca falamos tanto sobre comunicação, relacionamento, saúde emocional, engajamento de time, resultado, cultura, contratações e mais uma porção de dúvidas de como fazer, agir e gerir.
A verdade é que as mudanças chegaram de forma bruta e a adaptação precisou acontecer na mesma velocidade. Quem não conseguiu se adaptar, não conseguiu perceber os benefícios do trabalho remoto e, por isso, tem dificuldade em gerenciar seu time ou empresa.
Digo que o primeiro passo para isso é aceitar. Entendo que é muito bom ter o contato físico com as pessoas todos os dias, mas essa não é mais a realidade em muitas empresas.
Aqui no Kinvo, por exemplo, contratamos pessoas de outros estados durante a pandemia e mesmo quem é de Salvador, onde fica nossa sede, não tem interesse em enfrentar trânsito para trabalhar presencialmente todos os dias.
É natural sentir que a cultura da empresa fica desestabilizada com tudo isso, mas o ponto é:
O que você tem feito para mantê-la fortalecida?
Quando cheguei à empresa, tive o desafio de implantar o RH do zero em plena pandemia. Conheci e senti a cultura da empresa de forma remota e todas as nossas ações foram pensadas e adaptadas para o novo modelo.
Nossa prioridade sempre foi manter viva as relações entre os times e colaboradores. Por isso, investimos em ações para manter essa conexão entre todos. Temos uma ferramenta de comunicação interna onde criamos salas e ambientes que existem de fato no escritório presencial.
Temos também um servidor de convivência, com salas nomeadas com diversos assuntos que nossos colaboradores amam, como: yoga, investimentos, café e cerveja, jogos, etc.
Uma vez ao mês realizamos o nosso Happy Hour, momento em que aproveitamos para conversar ou fazer alguma atividade direcionada – até gincana já rolou!. A cada quinze dias trocamos conhecimentos em nossos talks.
Além disso, o nosso processo seletivo foi pensado para proporcionar uma experiência leve, alegre e com muita transparência. Então, logo que o colaborador entra, já sabe que nossa prioridade são as pessoas. Tanto que temos uma empresa parceira que nos ajuda a cuidar da saúde emocional dos nossos colaboradores.
Para que essa experiência toda seja positiva, é importante incentivar a abertura das câmeras. Se você é daqueles que não abre a câmera por nada, digo que você não está se conectando com as pessoas.
Lembre que sua imagem comunica, mesmo que não fale nada. Se você fala e eu não te vejo, não me conecto. Se não for para conectar, faça uma ligação telefônica.
As lideranças também devem estimular a conexão entre os colaboradores. Momentos de descontração, como um café online, um jogo ou até assistir um filme, pode ajudar nesse sentido. Afinal, quando as relações se estreitam, tudo tende a ficar mais fácil, inclusive a comunicação.
Manter a cultura da empresa à distância é tão possível quanto no presencial.
Por Nadi Sterchille, professora, pedagoga, empresária e gerente de recursos humanos. Formada em pedagogia e com MBA em Gestão Estratégica de Pessoas, migrou para a área de RH após atuar por 15 anos na área de educação. Atualmente é gerente do time People do Kinvo, assumindo o desafio de implantação do setor em plena pandemia por meio de processos 100% on-line. Realiza uma gestão focada em pessoas e acredita que a transição de carreira permitiu que ela conhecesse outros caminhos e desenvolvesse habilidades.
Ouça o PodCast RHPraVocê, episódio 92, “Como fortalecer a cultura organizacional em modelos flexíveis de trabalho?” com Bianca Carmignani, Head de Recursos Humanos da Nespresso no Brasil e Daniela Gartner, Sr Human Resources Director LATAM at NTT Ltd. Clicando no app abaixo:
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