Muito se especula quanto ao momento que viveremos pós-pandemia. Em verdade, o chamado novo normal há tempos vem sendo especulado devido à transformação digital que toda a sociedade está passando, porém com a crise sanitária tal dúvida só aumentou e a única coisa certa é de que nada será como antes.

Afinal, mercados voláteis, desaparecimento de antigos processos, instabilidade política, entre outros ingredientes compõem a realidade atual. Mas, com tudo isso, vale ressaltar que a maior modificação está ocorrendo com o ser humano. E isso deve estar no radar dos recursos humanos das organizações.

Serão eles que, mais do que nunca, passarão a ter importância estratégica, pois cada organização precisa lidar com os executivos que estão numa corrida para se adaptarem as transformações e desenvolverem novas habilidades.

O desafio desses profissionais está em saber ou identificar por onde começar. A maioria insiste em processos ultrapassados ou técnicas equivocadas de gestão de pessoas. Nessa caminhada, eles precisam do RH e estes terão como melhores aliados o coaching para lidar com esse momento.

Vale registrar também que ao longo da pandemia muitos profissionais passaram a atuar como coach, um crescimento identificado no mundo inteiro. O maior registro foi na América Latina e Caribe, sendo que no Brasil o aumento foi de 174% nos últimos quatro anos, segundo dados da International Coach Federation – ICF.

No entanto, muitos profissionais de RH ainda não sabem lidar com a prática e acabam se frustrando. Isso acontece primeiro pela desinformação, já que muitas vezes eles, que são os contratantes efetivamente do serviço de coaching nas empresas, têm como paradigma a consultoria e como são seres humanos, para simplificar, enquadram o que não conhecem no padrão que conhecem.

Assim, querem contratar coaching com os mesmos parâmetros da consultoria, querendo controlar ou manipular o processo, porém isso não funciona no processo de coaching.

ORH, ao contratar o serviço de coaching, naturalmente espera algo em troca. Mas, no coaching você verá se o cliente de fato quer passar pelo processo e, o principal, se ele de fato deseja as metas que você visualiza para ele. Então, é importante que você, profissional de RH, saiba que coaching não é para ajudar uma pessoa a melhorar, mas sim para dar condições de escolha, com maior consciência.

Para auxiliar nesse processo, é preciso muito estudo e entendimento quanto as melhores práticas para o coaching. E isso envolve um patrocinador, um profissional que quer atuar na área ou mesmo o cliente que irá receber coaching.

No caso do RH, é importante que ele busque por informações, seja junto aos coaches, verificando sua experiência e credenciamento, como, por exemplo, pela ICF, ou até mesmo através da literatura que aborde o assunto.

Algo sobre como um coach pode ser avaliado antes e depois de contratado, além de ter à mão maiores subsídios para a tomada de decisão na escolha de um coach profissional para um gestor de equipe, especialista ou para os membros do alto escalão da empresa.

Já para os profissionais que querem atuar na área, o que chamo de coach “amador”, é importante que eles criem seus próprios processos para o coaching, entendendo melhor como praticar as habilidades necessárias.

E o coach profissional deve compreender como trabalhar a atitude de coach, além de aprimorar a oferta do serviço, ou seja, criando um plano de ação não só para praticar, mas para “vender o serviço de coaching”.

Por último, mas não menos importante, o cliente, aqui leia-se os executivos, deve buscar se informar de como se dá o coaching e o que esperar dele. O objetivo é que todos os stakeholders entendam o processo, pois o coaching quando mal conduzido pode pôr em dúvida a eficácia de uma prática comprovadamente bem sucedida.

Num mercado que movimenta altas cifras no mundo todo, só nos EUA, por exemplo, mais de U$ 2,3 bilhões por ano, é natural o interesse de muita gente, porém, se por um lado isso é positivo para a consolidação da prática, por outro, é inevitável o surgimento de inúmeros cursos rápidos, cuja preparação fica muito aquém do exigido pelas principais organizações do setor no mundo, como a ICF, onde os interessados irão encontrar os cursos que são acreditados em vários níveis para quem quer ser coach profissional.

Tanto quem deseja contratar um coach quanto o profissional que quer atuar na área precisa entender que é fundamental uma formação adequada, pois a prática de coaching profissional é a soma de muito estudo, pesquisas, treinamentos e horas de prática, tudo dentro de um trabalho supervisionado.

Dados da ICF, por exemplo, apontam que no Brasil 59% dos profissionais acreditam que ter certificação para atuar como coach é muito importante e 74% defendem a regulamentação da profissão.

Cada coach é um instrumento de mudanças, contribuindo para a criação, por parte do cliente, de um olhar apurado para experiências em constante transformação.

Estimulamos a autoconsciência e a responsabilidade, buscando levar indivíduos e grupos ao protagonismo por objetivos específicos, sejam eles pessoais e/ou profissionais. Para isso, é primordial estarmos muito bem preparados e os profissionais de RH, numa postura estratégica, atentos na escolha do Coach que apoiará o seu executivo.

Coaching estratégico para que serve? Por Eliana Dutra, sócia-diretora da ProFit Coach e autora do livro “Coaching – o que você precisa saber“.

 

 

 

 

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Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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