Pandemia: desafios dos profissionais essenciais
Antes da pandemia, o trabalho remoto era limitado a poucas profissões. Durante a pandemia, a necessidade de isolamento se tornou imperativa, embora não fosse totalmente viável.
Profissionais de setores essenciais, como saúde, frigoríficos, logística e produção de alimentos, além de serviços públicos, como os bombeiros, por exemplo, precisavam estar presentes fisicamente para desempenhar suas funções.
Superada a pandemia, surge o debate sobre a manutenção do trabalho remoto, migração para o trabalho híbrido ou o retorno do modelo presencial. Todos desejavam aproveitar os benefícios do trabalho remoto conquistados, como a redução de custos de deslocamento e de aluguéis de escritórios. Da mesma forma, havia a possibilidade de conciliar de alguma forma o equilíbrio de demandas profissionais e pessoais.
Por que mudar algo que se provou eficaz?
No entanto, a crise mascarou certas dificuldades, como a gestão de recursos, de pessoas e de atividades. Em especial, a importância de interações presenciais entre pessoas, que muitas vezes fomentam colaborações invisíveis. Além disso, a facilidade de comunicação e interação em um modelo presencial é crucial para a agilidade dos negócios.
Por outro lado, nem todos apreciaram trabalhar em casa devido a questões como iluminação imprópria, mobiliário impróprio e dificuldades em manter horários. Ademais, a alimentação inadequada e interrupções familiares também foram fatores complicadores. Esses fatores, somados ao desejo de socializar além do círculo familiar, motivaram muitos a preferir o retorno aos escritórios.
Modelo de trabalho híbrido
Existem argumentos válidos para todas as preferências. Assim, excetuando-se atividades que exigem presença física, muitos passaram a adotar o modelo de trabalho híbrido. Este modelo está sendo ajustado gradualmente, com gestores buscando as melhores práticas para suas equipes e segundo os seus contextos de negócios
Muitas empresas passaram a adotar o esquema 3×2 (três dias no escritório e dois em casa, ou vice-versa), perceptível pelo aumento da intensidade do trânsito em determinados dias da semana. E recentemente, algumas grandes empresas de tecnologia decidiram retornar ao modelo 100% presencial, sem espaço para discordâncias. No final, a ocupação dos escritórios está acima dos 70%, semelhante à pré-pandemia.
Equilíbrio do bem-estar e produtividade no trabalho híbrido
Talvez a questão central não seja o modelo de trabalho híbrido, remoto ou presencial, mas como equilibrar o bem-estar dos colaboradores e a produtividade dos negócios. Do lado empresarial, a questão deve se concentrar na produtividade dos processos e na evolução dos resultados planejados.
Do ponto de vista dos colaboradores, é essencial compreender qual o modelo que melhor oferece um bem-estar. Conforme isso, este modelo simultaneamente facilita o trabalho em equipe, cuidando da qualidade das relações e dos compromissos, reduzindo-se estresses indesejáveis.
Esta evolução para o melhor modelo deve ainda considerar dois fatores. A evolução da tecnologia, sistemas e o uso de IA, que estão revolucionando os processos de trabalho, um caminho sem retorno.
Redesenho dos ambientes de trabalho
Outro ponto a ser observado – e ainda pouco comentado no Brasil – é o redesenho dos ambientes de trabalho para promover maior atividade física e menor sedentarismo. Igualmente importante, é a melhor interação com a natureza e, se possível, a redução do tempo de deslocamento. Muitos ambientes de trabalho permanecem tendo como referência a revolução industrial, custo por metro quadrado, e não o bem-estar das pessoas.
Muitas atividades podem ser efetivamente realizadas de casa, com ferramentas de reunião virtual que continuam evoluindo. Ignorar essas oportunidades conquistadas com a pandemia seria um desperdício. No entanto, como seres humanos, precisamos sentir que pertencemos a uma organização, apreciamos conquistas coletivas e gostamos de nos relacionar.
Equilíbrio ideal
A decisão sobre o equilíbrio ideal entre os modelos de trabalho é uma responsabilidade da liderança, que deve sempre priorizar o bem-estar dos colaboradores e a saúde organizacional.
Compete à liderança da organização decidir sobre o adequado balanço entre presencial, híbrido ou remoto. É ela que percebe como o negócio se desenvolve e qual o melhor modelo a ser seguido. Sem precisar copiar ninguém, sem precisar criticar empresas que decidiram ser 100% presenciais ou 100% remotas.
A referência é o alto desempenho sustentável, atendendo à saúde das pessoas e à saúde organizacional simultaneamente.
Por André Lit, CEO da Healthy Place Brasil.
🎧 Ouça o Episódio 180 do Podcast RH Pra Você Cast: A cada ano que passa, mais voltamos para o “velho normal”?
No episódio mergulhamos nas tendências que moldam o mundo do trabalho neste ano. Enquanto alguns colaboradores resistem a abandonar o trabalho híbrido ou o home office, muitas organizações anseiam pelo retorno ao “velho normal” – a jornada 100% presencial. Mas será que o “novo normal” está perdendo força?
O Debate: “Velho Normal” versus “Novo Normal”
- Trabalho Híbrido e Home Office: A resistência persiste. Alguns colaboradores adoram a flexibilidade do trabalho remoto, enquanto outros anseiam pelo ambiente do escritório. Como equilibrar essas preferências?
- Organizações e a Busca pelo Equilíbrio: As empresas estão reavaliando suas estratégias. O que é mais eficiente? O retorno total ao escritório ou uma abordagem híbrida? Luciana Carvalho, CEO e Fundadora da Chiefs.Group, compartilha insights valiosos.
- Alertas para Gestores: Além das questões de formato de trabalho, Luciana destaca outros desafios que os gestores enfrentam. Como manter a produtividade, a saúde mental e a conexão entre equipes?
Não perca esse episódio repleto de reflexões e dicas para líderes e profissionais de RH. Ouça agora! 🎧
Não se esqueça de seguir nosso podcast bem como interagir em nossas redes sociais: