“Responder a mudanças mais que seguir um plano”, é um dos 4 valores do Manifesto Ágil, lançado em 2001, que revolucionou o mundo do desenvolvimento de software, acompanhando o surgimento de uma série de metodologias ágeis e frameworks que até hoje são amplamente adotados nas empresas.

Esse valor foi destacado, justamente porque, após quase dois anos do início da pandemia de Covid-19, ficou bastante claro para as organizações a necessidade de saber se adaptar e responder às mudanças com agilidade.

Afinal, muitas tiveram que adaptar operações presenciais inteiras para o trabalho remoto, praticamente, do dia para a noite. Porém, sabemos que não foram todos que conseguiram fazer essa mudança com sucesso ou mesmo sobreviver aos efeitos da pandemia.

A agilidade é baseada em uma cultura de aprendizagem, renovação e inovação, que é capaz de criar um ambiente para que as empresas possam se adaptar com rapidez e tomando decisões que gerem o mínimo de impacto negativo possível.

A questão é que, por mais irônico que possa parecer, adotar frameworks e metodologias ágeis com seus times não significa ter business agility ou agilidade nos negócios como um todo. Business agility ou business agile, nada mais é do que a capacidade de se adaptar as mudanças com agilidade, de forma resiliente e ainda proporcionando crescimento e inovação.

Isso acontece porque, muitos acreditam que adotar frameworks como Scrum, Kanban, ou as squads vai automaticamente trazer as mudanças necessárias para conquistar a tão sonhada agilidade nos negócios, ainda mais quando estamos falando de empresas que ainda não passaram pela transformação digital e, portanto, estão lidando com departamentos burocráticos, o que impede a escalada do ágil na organização.

Pode acontecer também que o mindset ágil esteja presente apenas na área de desenvolvimento de software ou de produto, o que faz com que ocorram os famosos gargalos de operação, que não refletem os princípios do business agility. Tendo em vista, por exemplo, uma série de inovações que estão acontecendo com o Open Finance (que incluí as iniciativas de Open Banking, Open Insurance e Open Investment), é fundamental que as empresas desse setor estejam preparadas para ingressar nesse ecossistema de forma completa.

Além disso, é muito comum que nós busquemos inspirações em outras empresas, tentando entender a receita do sucesso. Porém, isso pode se tornar uma verdadeira armadilha, justamente porque ao fazer isso estamos priorizando as práticas em vez do contexto da própria organização.
Uma prova disso é que, de acordo com o 15th State of Agile Report, os maiores desafios da adoção do agile são:

  • 46% – Inconsistências nos processos e práticas;
  • 43% – Choques culturais;
  • 42% – Resistência a mudanças na organização como um todo;
  • 42% – Falta de habilidades ou de experiência;
  • 41% – Ausência da liderança;
  • 40% – Falta de suporte e apoio.

Como podemos ver, inconsistências nos processos adotados e problemas culturais aparecem em primeiro e segundo lugar, respectivamente. É provável que isso aconteça, porque as empresas estão adotando modelos e frameworks sem primeiro analisar o que está, de fato, acontecendo dentro de casa, quais são as necessidades, os pontos chave em relação à cultura e perfil de colaborador, assim como os objetivos e a missão do negócio.

Todas essas informações são essenciais para o entendimento do contexto do seu negócio e serão elas, as responsáveis por determinar o que vai, provavelmente, funcionar ou não em termos de agilidade. Ao priorizar a escolha das ferramentas ou dos frameworks, você vai continuar esbarrando nos desafios acima, sem conquistar os resultados esperados.

Essas são empresas que possuem identidade, sabem no que acreditam, onde querem chegar, quais são os objetivos do negócio, qual é o tipo de cultura cultivada, quais os processos adotados e, portanto, o que funciona ou não.

Muitas vezes as respostas estão dentro da própria organização e ferramentas de análise de contexto, como o sensemaking, podem te trazer essas respostas.

Business agility e Agile são a mesma coisa?

Por Walter Ruiz, co-owner – Business Development da OPUS Software, empresa que há mais de 30 anos auxilia na transformação digital dos seus clientes.

 

 

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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