Burnout: 1 a cada 5 profissionais sofrem com a doença. Cansaço excessivo, desânimo ao levantar de manhã para trabalhar, tristeza ou ansiedade aparecendo no domingo à tarde, podendo vir acompanhada de taquicardia, são alguns dos sintomas da síndrome de burnout, uma estafa mental e física por conta do trabalho.
Uma pesquisa inédita conduzida pela empresa Gattaz Health & Results, liderada pelo presidente do Conselho Diretor do Instituto de Psiquiatria da Universidade de São Paulo (IPq – USP), Wagner Gattaz, mostra que 18% dos profissionais brasileiros, 1 a cada 5, sofrem com a síndrome de burnout. O levantamento foi apresentado durante o Congresso Brasileiro de Psiquiatria, no início de outubro de 2022 em Fortaleza, Ceará.
A síndrome de Burnout costuma aparecer nos profissionais conhecidos como workaholics (viciados em trabalho), mas também pode aparecer naqueles colaboradores que atuam em empresas que exigem muito do funcionário, onde há cobrança excessiva, múltiplas funções e grandes responsabilidades.
O profissional precisa se autoconhecer para não adoecer. A partir daí, ele consegue prestar mais atenção em si e tomar algumas medidas como proteção. Desacelerar é o primeiro passo. Essas pessoas precisam ter em mente que mais vale a prevenção do que a recuperação após o adoecimento.
Os profissionais que não separarem algumas horas por semana para cuidarem do seu bem-estar, poderão sentir esse esgotamento mental. As pessoas precisam ficar atentas, pois na maioria das vezes o burnout chega de mansinho, rouba suas horas de sono, altera seu apetite, causa dores de cabeça ou no corpo, dificulta a concentração, sem falar no tradicional cansaço. Uma vez diagnosticada a síndrome, é necessário fazer acompanhamento com psiquiatra e psicólogo.
Os colaboradores de grandes empresas ou até aqueles de empresas menores com múltiplas funções, devem investir no autoconhecimento, assim dificilmente serão pegos pelas circunstâncias que despertam o burnout. A pessoa estará atenta, presente, e percebendo o que está acontecendo em seu entorno e vai se proteger de alguma forma. Para evitar a doença, algumas práticas podem ser adotadas: a meditação é uma delas. Se possível, meditar todos os dias, nem que seja uma meditação curta.
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É importante criar o hábito, o que só acontece depois de 21 dias consecutivos. A meditação ajuda a aplacar os sintomas de ansiedade, equilibra a parte mental, faz a pessoa ficar mais centrada. A terapia também é uma excelente ferramenta, ajuda a olhar pra si e encontrar as origens emocionais e psíquicas dos seus problemas, dentro da sua história.
Há dois cuidados que as pessoas precisam estar sempre atentas: alimentação e exercício físico. Uma dieta rica em frutas, verduras e legumes, pode garantir um bom funcionamento do corpo. Manter o corpo saudável é meio caminho andado. Se possível, fazer meia hora de exercício todos os dias, isso aumenta a produção de serotonina e endorfina no corpo. As mentorias e imersões também funcionam muito bem para o autoconhecimento e desenvolvimento humano.
Essas práticas darão um norte para as pessoas se aprofundarem nos seus processos e ajudar a dar um rumo à vida. É um momento de aconselhamento e acompanhamento. O terapeuta pode fazer esse papel ou a pessoa pode optar por um outro profissional que faça esse trabalho.
Vale ressaltar que: a pessoa que tem ou teve o burnout não deve passar pelo processo de coach, que é diferente da mentoria, por pelo menos por um ano. O coach estende os limites das pessoas e nesse momento ela precisa reconhecer seus limites e não tê-los estendidos.
Por Marcel Scalcko, bacharel em Administração e Direto, com pós-graduação em Administração de Marketing. É fundador e CEO do Grupo Scalco, empresa de consultoria em gestão para alta performance e de treinamentos comportamentais. É treinador comportamental há mais de 25 anos e já assistiu mais de 110 mil pessoas com suas metodologias próprias, como o Programa de Gestão para Alta Performance (G.A.P) e as Leis da Vida – uma abordagem de desenvolvimento humano que é apresentada pelo autor no seu best-seller “As 9 leis inegociáveis da vida”.
Ouça o Podcast RHPraVocê Cast, episódio 90, “Burnout como doença do trabalho: o que muda?” com Marcela Ziliotto, Head de People na Pipo Saúde e José Ricardo Amaro, Diretor de RH da Ticket. Clique no app abaixo:
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