O bullying nas escolas é amplamente discutido e combatido, mas pouco se fala sobre esse tipo de problema no ambiente corporativo. Normalmente, a vítima teme os agressores, seja por questões hierárquicas ou pela influência e intimidação que exercem sobre o contexto social em que a vítima está inserida.

De modo geral, o bullying é um ato de abuso de poder, que pode ser projetado de forma psicológica, verbal e/ou física. A prática também é caracterizada por uma intimidação contínua, ou seja, diversos episódios de fofocas, piadas, isolamento e até mesmo ameaças a um colaborador.

Há semelhanças com o assédio moral, já que ambas são situações de abuso de poder. A diferença, em teoria, é que atos de assédio estão sempre ligados a algum atributo social, seja classe, raça, gênero, idade, etc da vítima ou posição de hierarquia na empresa.

O bullying, por sua vez, pode incluir também agressões ligadas à características de personalidade da vítima e não precisa necessariamente ter ligação com alguma posição de poder social ou organizacional.

Além do impacto negativo na vida das vítimas, que ficam mentalmente e fisicamente esgotadas com esse tipo de violência, o bullying no trabalho também pode gerar altos custos para as companhias, como danos à reputação e cultura da empresa, processos jurídicos, queda de produtividade e ausência no trabalho.

O ponto mais importante para combater o bullying efetivamente, é não esperar o problema escalar para fazer alguma coisa a respeito. Muitas vezes, bullies são protegidos – isso porque eles intimidam não só as pessoas que estão agredindo mas quem está ao redor também.

Quando os sinais começam a aparecer, as pessoas responsáveis olham para o lado porque não querem encarar que existe um problema, porque não querem interferir no dia a dia daquela pessoa. Porém, se pararmos para pensar, isso é bem contraditório visto que quanto mais cedo você interferir, menor a chance de ter que tomar uma medida mais drástica para resolver uma situação.

É parte fundamental do papel da liderança ensinar quais são as expectativas em relação não só à performance mas também ao comportamento no trabalho. Vale ressaltar aqui, que simplesmente falar “seja respeitoso com as pessoas” ou “tenha uma postura profissional”, não é o suficiente.

É preciso estabelecer um código de conduta e ética, com descrições e exemplos que ajudem os funcionários a entender exatamente o que é e não é aceitável de forma clara. Além disso, os funcionários devem ter acesso a um canal seguro para relatar casos e ser incentivados a usá-lo, com a garantia de que serão protegidos pela empresa.

Bullying no trabalho: você sabia que isso existe?

Por Rafaela Frankenthal, co-fundadora da SafeSpace. É graduada em comunicação e marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), especialista em gênero, sociedade e representação pela University College London (UCL).

 

 

 

 

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Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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