O Global Culture Report 2022, da consultoria de cultura corporativa OC Tanner, descobriu que 65% dos brasileiros sentem que o compromisso de uma empresa com o bem-estar dos funcionários é o principal atrativo ao considerar ingressar, engajar e permanecer no local de trabalho.
O relatório afirma que as empresas devem estar comprometidas com a promoção do bem-estar completo do funcionário, incluindo saúde física, emocional, social e financeira, além da integração trabalho/vida.
Dessa forma, a busca pela qualidade de vida é entendida como uma junção saudável entre o cotidiano profissional e pessoal. Para organizações construídas sobre um sistema de gestão mais tradicional, essa mudança nas expectativas pode exigir modernização para garantir que os gerentes estejam atentos às necessidades e oportunidades para seus funcionários.
As organizações que não priorizam o bem-estar dos funcionários correm o risco de perder competitividade no mercado no que diz respeito à atração e retenção de talentos, cultura de trabalho, qualidade dos resultados dos funcionários e muito mais.
Por experiência própria, sei que a flexibilidade da gestão e a capacidade de resposta às solicitações dos funcionários fazem a diferença.
Por exemplo, na Coda Payments, nossa estrutura global permite que nosso horário de trabalho esteja longe de ser rígido, mesmo que tenhamos que lidar com vários fusos horários e equipes diferentes. Realizamos reuniões no melhor horário para todos os membros do time envolvidos para ajudar a preservar o equilíbrio entre vida profissional e pessoal das equipes.
Uma pesquisa realizada pela consultoria Mercer levantou outro ponto interessante. Esta pesquisa com 11 mil indivíduos do setor empresarial constatou que 54% dos trabalhadores citaram oportunidades de aprendizado e treinamento como um passo fundamental para o avanço do mercado de trabalho, sustentando uma ênfase crescente nas oportunidades de crescimento e retenção de conhecimento.
Considero este um ótimo indicador para empresas de alto desempenho, uma vez que investimentos em aprendizagem contínua, conhecido como lifelong learning, são bem-vindos pelos funcionários enquanto impulsionam o crescimento geral dos negócios.
Vi essa teoria em funcionamento aqui na companhia onde nossa equipe de liderança e cultura corporativa promove cursos de desenvolvimento profissional para garantir que cada pessoa dentro da organização tenha acesso a experiências que inspiram o aprendizado de novas habilidades e conhecimentos.
No entanto, aprendi na minha jornada de gestão de pessoas que tudo pode e deve ser considerado desenvolvimento profissional, considerando três pilares principais: bem-estar físico, mental e social.
O bem-estar físico é fundamental para os níveis de energia no trabalho e até para uma vida mais feliz, engajada e gratificante.
O incentivo a práticas físicas e a dormir e comer bem também pode ajudar a construir uma comunidade entre os colegas. Em nossa empresa, esse incentivo ocorre por meio de um benefício financeiro que apoia o bem-estar físico e mental.
Já sobre o bem-estar mental, a pesquisa Mercer mostra que 81% dos colaboradores se sentem em risco de burnout, sendo que a razão central para tal afirmação é que não sentem que são reconhecidos ou recompensados o suficiente por suas ações e esforços no trabalho.
Para fechar essa lacuna, as empresas devem considerar não apenas as crenças, experiências e aspirações de seus funcionários, mas também priorizar recursos como programas de assistência interna e ferramentas ou grupos de apoio, e tomar medidas conscientes para garantir que todos se sintam valorizados como parte da melhoria geral do bem-estar.
Por último, cremos que a gestão eficaz de pessoas também deve se desenvolver por meio do bem-estar social, que afeta a capacidade de fazer e manter relacionamentos positivos significativos e o contato regular com pessoas.
No meu cotidiano, tenho contato com culturas diferentes todos os dias, falando com colaboradores de todas as partes do mundo.
Especialmente em um ambiente virtual, eventos de engajamento e atividades que estimulem a união da equipe são muito importantes.
No mais, o compromisso com a escuta ativa nos permite aprender com as experiências vividas não apenas de nossos parceiros e clientes externos, mas também de nossos colegas de equipe.
A chave para o sucesso são ações e políticas significativas e deliberadas que reforçam que as empresas são feitas de pessoas – e que essas pessoas são muito mais do que apenas seus títulos ou sua produtividade.
Por Raphael Negrão, marketing manager da Codashop no Brasil, parte do grupo interno de cultura global da companhia e palhaço voluntário em hospitais com a ONG Operação Arco-Íris.
Ouça também o PodCast RHPraVocê, episódio 94, “Qual foi o legado deixado pela Reforma Trabalhista?” com Dra. Cintia Fernandes, advogada especialista em Direito do Trabalho e sócia do escritório Mauro Menezes & Advogados. Clique no app abaixo:
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