Atletas corporativos: o que as empresas podem aprender a partir dos exemplos do mundo esportivo. Quando o membro mais respeitado do time investe tempo e energia para mudar seus comportamentos em prol do coletivo, a mágica acontece
O que faz a beleza de um céu estrelado é que várias estrelas cintilam em diferentes intensidades, formando constelações de vários tamanhos, cada uma com sua história. Cada uma delas contribui para um espetáculo único, que é uma agradável noite de contemplação. No esporte e na vida não é diferente.
Nos últimos anos, jogadores excepcionais vêm despontando com espírito para ajudar o time inteiro a se desenvolver e atingir o seu potencial. Essa mudança de paradigmas é visível também nas organizações. Desenvolver times executivos de alta performance depende da compreensão que todos têm ao subir os degraus juntos, rumo à vitória.
Atletas corporativos, isto é, integrantes de times executivos de alta performance, são focados de maneira estratégica nos movimentos de todo o cenário que abrange seus negócios. Visão sistêmica, trabalho em equipe, organização dos processos e adaptabilidade são os pontos altos desses profissionais. E esse modus operandi é o mesmo dos times esportivos de alta performance.
Times de alta performance
As duas realidades, do esporte e das organizações, encontram paralelos muito próximos para se espelhar. Por que os parâmetros do sucesso no esporte podem ser também os parâmetros nas empresas? Essa é fácil: um time bem afinado é essencial para chegar ao pódio e, nas organizações, é necessário que todos estejam também na mesma sintonia em prol do objetivo do negócio.
A química de times de alta performance é semelhante, independentemente de ser a arena organizacional ou a do esporte. Cada setor de uma empresa joga na sua posição e todos se interconectam para alcançarem os melhores resultados. A bola — ou a oportunidade de negócio – segue por todos os espaços da quadra até chegar na cesta – ou no negócio a ser fechado. Para isso, todos precisam jogar juntos.
O mundo do esporte tem muito a ensinar para os atletas corporativos. Desde a importância da agilidade na linha de passe, da percepção de mudanças abruptas na posição dos players até quem deve ser marcado para perceber as jogadas do outro time. A estratégia é tudo, no esporte e nas empresas.
O case Michael Jordan
Tanto o atleta corporativo quanto aquele que está nos campos e nas quadras são pessoas competitivas, voltadas para alta performance, que gostam de vencer. Assistira um jogo de basquete, por exemplo, é uma aula para aprender com quem fez isso muito bem.
Michael Jordan – a maior estrela do basquete de todos os tempos – é um case de quem transformou a si mesmo para que o Chicago Bulls alcançasse a máxima performance. Michael aprendeu que compartilhar o brilho é essencial para todo o time chegar ao objetivo.
“Times são maiores do que indivíduos”
Existem situações nas organizações em que é preciso mudar a estratégia para realinhar todo o time em prol de resultados ainda melhores e a história do Chicago Bulls é um exemplo claro disso. Os Bulls tinham uma estrela do basquete, mas não conseguiam vencer títulos.
A mudança mais significativa para a transformação do Chicago Bulls não foi decidida na quadra de basquete, e sim na sala do board. O gerente-geral do time, Jerry Krause, defendia que times são maiores do que indivíduos e, por isso, decidiu que era preciso mudar, mesmo que para isso fosse necessário trocar de coach. E foi isso que aconteceu. Essa é uma das lições que coaches esportivos nos ensinam sobre times executivos de alta performance: às vezes é preciso mudar a estratégia para vencer o campeonato.
Liderar não é sobre brilhar, é sobre iluminar
Como acontece normalmente em times centrados em uma única figura, Michael Jordan teve dificuldades para assimilar sua nova posição no time e compreender que liderar é sobre dividir os riscos e aproveitar as oportunidades em equipe. Liderar, no final das contas, é sobre trazer a luz para os outros, deixar que cada pessoa do time tenha seu próprio brilho.
A construção de times de alta performance requer sincronização. Quando o board e o CEO de uma organização se comprometem como uma filosofia baseada em times e não em estrelas individuais isso cria riscos e oportunidades. Mas quando o membro mais respeitado do time investe tempo e energia para mudar seus comportamentos em prol do coletivo, a mágica acontece.
Por Caroline Marcon, Coach Executiva credenciada pela Columbia University em Nova York e instrutora de Mindfulness certificada pelo Chopra Center na Califórnia. Graduada em Direito e Administração de Empresas, também é Mestra em Comportamento Organizacional. É ainda professora de Liderança / Comportamento Organizacional nos programas de MBA da FGV.
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