O algoritmo não nos deixa descansar. Os bons livros são aqueles que lemos com lentidão, pois não queremos que terminem. Na verdade, vemo-nos em estado de solidão quando terminamos de ler bons livros. Isso aconteceu comigo em O nome da rosa, de Umberto Eco.
Vamos adiando sempre um pouco, para que a leitura não chegue ao fim. Os livros são bons companheiros. Porém, terminar a leitura de um bom livro nos dá uma sensação de solidão.
Resgatar o hábito
No entanto, é preciso resgatar o hábito de concluir etapas em nossos dias, a fim de experimentarmos não a solidão do abandono, mas o prazer da solitude.
A rigor, as pausas e os ritos é que estão desaparecendo. Hoje há uma grande dificuldade em concluir, em “fechar” o ciclo para entrar na pausa do repouso da noite.
Embora o tempo seja o mesmo, os dias ficam inconclusos, como se eles se prolongassem noite adentro. Assim também acontece com as semanas, os meses e os anos.
O ano não acabou
É comum ouvir nos rádios e nos noticiários: o ano que se findou não acabou. As pausas são o tempo em que escolhemos o silêncio da calmaria e da lentidão.
As pessoas não terminam seus dias — elas continuam trabalhando em casa, e as pausas e o ócio têm desaparecido de nossas vidas. Dormir mais um pouco, andar descalço na grama ou na areia, mostrar-se um pouco mais lento e preguiçoso, tudo isso está ficando cada dia mais raro.
Estamos sempre sem tempo, correndo de um lado para o outro, sem saber para onde estamos indo.
O algoritmo não nos dá descanso
Depois de tudo, quando, exaustos, caímos em nossas camas, o algoritmo não nos deixa descansar: o cérebro interrompe a melatonina, como se dissesse à glândula pineal: “Vamos, ainda não anoiteceu, o dia não terminou.”
Estamos perdendo o tempo dos términos. A sociedade do desempenho quer interromper o término de tudo. Chegará o dia em que nem mesmo nos deixarão morrer em paz. No ato de morrer está a última mercadoria a ser vendida; morrer é contra a economia. Nosso modo de vida depende da morte adiada.
Por Clécio Branco, psicólogo, doutor em Filosofia e autor do livro “Isso não é um chapéu – Reflexões a Respeito de O Pequeno Príncipe”.
“Emoções no Ambiente de Trabalho: Impacto, Gestão e Papel do RH”
🎧 No episódio 168 do RHPraVocê Cast, mergulhamos na discussão sobre a presença das emoções no ambiente corporativo. Por que esse tema é tão espinhoso? E como as emoções afetam o engajamento, a produtividade e as finanças das empresas?
O Desafio de Abordar Emoções no Trabalho
Falar sobre emoções no escritório é como navegar por um território delicado. Afinal, a felicidade, a tristeza e outras emoções permeiam cada aspecto da jornada profissional. Mas como lidar com elas de forma construtiva?
O Papel do Líder e do RH
Nossa conversa destaca o papel crucial dos líderes e do departamento de Recursos Humanos. Eles têm a responsabilidade de criar um ambiente onde as emoções sejam reconhecidas, compreendidas e gerenciadas. Afinal, emoções impactam diretamente o desempenho e o bem-estar dos colaboradores.
Entrevista com Especialistas
Neste episódio, convidamos duas especialistas da Coppead/UFRJ: Paula Chimenti, Professora e Coordenadora do Centro de Estudos em Estratégia e Inovação, e Fernanda Souza, doutoranda e pesquisadora. Assim elas compartilham insights valiosos sobre como abordar o tema das emoções nas organizações.
Confira o episódio completo. Em suma, descubra como a gestão emocional pode ser um diferencial competitivo para as empresas!
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