Trabalho remoto, híbrido, presencial, chronoworking e inteligência artificial são temas refletidos com intensidade nos tempos atuais. A maneira como colaboramos profissionalmente passa por uma mudança profunda, que representa a maior transformação do mercado de trabalho desde a Revolução Industrial.
Embora os efeitos da Covid-19 tenham sido um catalisador, essa mudança já estava em andamento, com o conceito da Open Talent Economy, ou a Economia Aberta de Talentos, sendo moldada antes da pandemia. Estamos no meio de uma revolução digital, iniciada nos anos 2000 e intensificada nos anos seguintes pelo aumento do acesso à banda larga, o advento dos smartphones e o big data.
A primeira vez que se ouviu falar em Open Talent foi em um relatório da Deloitte em 2013. O material trouxe a analogia de que, assim como o que o modelo de código aberto fez para o software, a Open Talent Economy está fazendo para o trabalho. Esse novo formato de colaboração permite mais flexibilidade e transparência, facilitado pela tecnologia.
Ainda nesse cenário, em meados de 2010, a NASA, que adota o Open Talent desde então, criou o seu Centro de Inovação aberta – um modelo de gestão que busca soluções para o desenvolvimento de produtos, serviços e processos inovadores por meio da colaboração com parceiros externos.
Steve Rader, Gerente Centro de Excelência da Inovação Colaborativa NASA, que participou de forma virtual da minha palestra deste ano no Rio2C – maior evento de criatividade da América Latina, falou sobre o que espera para os próximos anos: “Estamos no meio da maior transformação de força de trabalho em mais de 100 anos. Essa migração do modelo de trabalho em tempo integral para o mundo freelancer não é por acidente. Isso não aconteceu pelo planejamento de ninguém, é bastante orgânico e acho que isso é por causa da taxa e do volume de avanços tecnológicos”.
Profissionais que escolhem estabelecer uma relação de trabalho sem um vínculo permanente estão se tornando cada vez mais comuns nas estatísticas de emprego. Paralelamente, as empresas estão adaptando suas estratégias de gestão de talentos para modelos mais dinâmicos, focados na solução de problemas específicos, onde há necessidade de profissionais experientes e altamente especializados.
Organizações que estão recrutando e retendo talentos e colaboradores em tempo integral como modelo único e de forma local estão desperdiçando a agilidade que o Open Talent traz por meio de ferramentas e plataformas que oferecem acessos a talentos de modo assertivo e flexível. No caminho para o futuro, as organizações terão que se reestruturar e passar a utilizar ecossistemas de trabalho na busca por diversidade de perfis e qualificações.
De acordo com o Google Trends, em um relatório divulgado este ano sobre o papel dos profissionais freelancers, 86% dos respondentes afirmaram que se sentem satisfeitos ou até mesmo muito satisfeitos em seu papel de freelancer.
Há uma preocupação frequente de que esses novos formatos substituam os trabalhadores tradicionais, semelhante às preocupações sobre os avanços da IA em comparação com a força de trabalho humana e sua sensibilidade. No entanto, é crucial ressaltar que essas novas possibilidades não são excludentes.
Elas permitem agregar valor na criação de um ambiente de trabalho colaborativo, onde a troca de conhecimentos promove o desenvolvimento profissional de toda a equipe envolvida.
As novas gerações trazem uma nova perspectiva sobre o mundo corporativo. Portanto, é essencial que as empresas adotem uma postura proativa para incorporar essa tendência em suas estratégias de negócios.
Por Karina Rehavia, fundadora e CEO da Ollo e da Social Talent, empreendedora e líder empresarial, com mais de 20 anos de carreira contribuindo para o desenvolvimento e crescimento de iniciativas empresariais de organizações nas áreas de desenvolvimento de negócios internacionais e gestão e liderança de projetos de grande escala. Além do Brasil, já atuou profissionalmente nos EUA, Inglaterra, China e Emirados Árabes Unidos.
Ouça o episódio 149, “Líder, já colocou a empatia no seu currículo?“. Na busca por uma gestão mais humanizada e em um momento em que o perfil das lideranças vem passando por transformações, a empatia surge como uma habilidade-chave para os líderes. Mas o que significa, na prática, ser um profissional empático? Como desenvolver essa habilidade? A pandemia e os períodos de crise também evidenciam a importância das soft skills no ambiente organizacional. Como o RH pode contribuir para que esse conceito faça parte da cultura da empresa? Conversamos com Vivian Laube, Especialista em Liderança e Comportamento Organizacional, e Priscila Monaco, Diretora Senior de RH da Visa. Acompanhe!
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