Muito se tem dito no sentido de que a inteligência artificial, a robótica, tendem a revolucionar o mercado de trabalho, extinguindo muitas profissões. De fato, isso deve ocorrer.

No entanto, o historiador Yuval Noah Harari, em seu best seller “21 lições para o século 21” sustenta que “a perda de muitos trabalhos tradicionais, da arte aos serviços de saúde, será parcialmente compensada pela criação de novos trabalhos humanos”.

Se na área do trabalho a mudança é uma realidade, na educação não seria diferente. Defende o mesmo autor que o ser humano precisará se reinventar várias e várias vezes e que a mudança é a única constante.


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E, de fato, estamos vendo isso nos nossos dias, basta voltar os olhos para o chamado metaverso, para as profissões relacionadas à criação de jogos, a engenharia de sistemas e dados. Atividades inimagináveis no início do século passado.

Segundo instituições como Goldman Sachs e McKinsey & Company, aquela apontando que se trata de um universo digital estimado em 3 trilhões de dólares e esta de 5 trilhões de dólares em 2030. Para ter um comparativo, o PIB do Brasil em 2021 foi de R$ 8,7 trilhões de reais.

Inclusive, dentro deste ecossistema que está sendo criado, há profissões se desenvolvendo como, por exemplo, designers de vestuário, prédios, casas, ruas para avatares; arquitetos e engenheiros; criadores de softwares e hardwares; criadores de mundos; anunciantes e bloqueadores de anúncios.

Empresas como Carrefour, Itaú, Lojas Renner, Nike, Ralph Lauren já iniciaram seus movimentos dentro deste ambiente claramente em expansão.

Segundo notícias publicadas em diversos sites, gigantes como Meta (Facebook), Microsoft, Apple e Amazon, entre tantas outras menores, demandam esta mão de obra que está surgindo e pagando, para algumas posições, salários próximos de R$ 25.000,00. Naturalmente, o profissional deverá estar capacitado para entregar aquilo que está sendo demandado.

Estudos da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) de 2018 apontam a necessidade de capacitação no Brasil e indicam que a participação em programas como Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (PRONATEC) vem aumentando.

O ensino técnico, dentre ele o Sistema S (SESC, SENAI – instituições de alta qualidade), tem ganhado relevância nos últimos anos e colocado no mercado de trabalho jovens mais qualificados e, sem dúvida, isso deve ser mais bem desenvolvido nos próximos anos. Países da União Europeia têm, em média, 50,4% dos estudantes do ensino médio também matriculados em cursos profissionalizantes. Na Áustria, por exemplo, esse coeficiente é de 69,8%; na Finlândia, de 70,4%.

As chamadas instituições técnicas, ao lado das outras voltadas ao ensino superior, deverão ser responsáveis por preparar os trabalhadores para a Indústria 4.0, para a Internet 3.0.

E seguindo o caminho das mudanças, a aplicação, o desenvolvimento do Direito já se vê às voltas com a ciência dos dados, com a engenharia da computação, tecnologia da informação.

Uma ciência essencialmente humana há alguns anos está cada vez mais de mãos dadas com a ciência exata.

As mudanças, as adaptações são essenciais. Não é sem propósito que houve relevante atualização na legislação trabalhista em 2017 e outras virão, em todos os setores, porque o direito precisa caminhar ao lado da sociedade, contribuindo para um ambiente livre, inclusivo, diversificado, cada vez mais responsável por práticas éticas, sustentáveis.

Como Yuval Noah Harari afirma, a única constante é a mudança e, assim, que exercitemos cada vez mais a resiliência e caminhemos para o futuro.

A evolução das profissões e o mercado de trabalho

Por Alexandre Fragoso Silvestre, sócio do escritório Briganti Advogados. Especialista em Direito do Trabalho, possui mestrado e pós-graduação lato sensu pela PUC-SP.

 

 

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