Workation, semana de quatro dias, BYOAI (que na tradução significa “traga sua própria IA”), agentes de IA, ambidestria, open talent, entre outros. Nos últimos anos, diversos termos surgiram com o intuito de prever e entender o que o futuro do trabalho nos reserva.

A primeira grande mudança que tivemos em relação ao que seria o futuro do trabalho em si foi durante a pandemia de COVID-19, na qual nos vimos obrigados a trabalhar remotamente. Empresas que não estavam preparadas, precisaram se adaptar de forma rápida.

Cinco anos depois, nos vemos em um cenário no qual muitas companhias voltaram a atuar presencialmente. Por outro lado, outras mantêm os modelos remoto ou híbrido em prol daqueles que buscam equilíbrio entre bem-estar, lazer e trabalho.

Debate sobre os modelos de trabalho e avanços contínuos

O mercado continua debatendo sobre os melhores modelos de trabalho ao mesmo tempo que os avanços não param e novos desafios surgem. Há alguns meses, tive a oportunidade de participar de um programa em Stanford com mais de 120 lideranças da Prosus Group e, entre diversos estudos, algo chamou bastante a minha atenção. Estamos em um momento em que tudo é aprendizado - artigos, podcasts, matérias e até mesmo conversas - mas aprender formalmente algo novo é ainda mais valioso.

Trasição de carreira

Nesse panorama, gosto muito do conceito de lifelong learning, conhecido como aprendizado contínuo. Percebo que, no futuro do trabalho, que já está acontecendo, tudo aquilo que sabemos precisará ser reaprendido.

Ademais, o profissional que tiver esse entendimento e flexibilidade terá o seu destaque. Dessa forma, vejo que se estivermos abertos para o novo e desapegados do que fazemos hoje, entenderemos como ser um bom profissional também no futuro.

Um dos pilares da cultura do iFood que sou apaixonada e gosto muito de aplicar no meu dia a dia profissional é o conceito de ambidestria. A ambidestria nos estimula a navegar em ambientes, situações e contextos que são divergentes do que estamos acostumados, nos permitindo inovar para o futuro enquanto controlamos o resultado do dia a dia. Por consequência, é justamente isso, uma mentalidade de ambidestria, que o trabalho exigirá dos profissionais no futuro.

O futuro do trabalho: evolução e novas demandas

A notícia positiva é que os trabalhadores já observaram o movimento da ambidestria e estão caminhando para esse lado.

Um estudo recente chamado Futuro do Trabalho 2025, realizado pelo Fórum Econômico Mundial e em parceria com a Fundação Dom Cabral, apontou que o perfil do trabalhador está evoluindo significativamente. Consequentemente, essa evolução responde às novas demandas do mercado de trabalho.

  • 65% dos profissionais consideram a requalificação e a busca por novas competências como essencial;
  • 78% dos trabalhadores buscam oportunidades de treinamento oferecidas pelas empresas para aprimorar suas habilidades e
  • 70% dos trabalhadores estão dispostos a dedicar tempo fora do horário de expediente para cursos de aprimoramento. 

Gosto muito da visão que Michael Watkins traz em seu livro “As seis disciplinas do pensamento estratégico” sobre o profissional do futuro, onde ele destaca a relação simbiótica entre humanos e os sistemas de IA.

Nesse contexto, as lideranças que forem capazes de obter insights e perspectivas a partir da análise da enorme quantidade de dados processados pela IA vão conseguir tomar as melhores decisões. Consequentemente, essas lideranças poderão criar as melhores estratégias.

Além disso, a inteligência emocional, conceito da psicologia que descreve a capacidade de reconhecer, avaliar e lidar com os próprios sentimentos e os dos outros, continua sendo uma característica fundamental nas relações profissionais.

A tecnologia ajuda na resolução de ideias práticas, pragmáticas e analíticas. No entanto, o que realmente vai destacar é como as pessoas lidam emocionalmente consigo mesmas e com seus colegas, especialmente numa era de mudanças constantes.

E qual o futuro da área de gestão de pessoas?

Assim como o trabalho do futuro está ligado à tecnologia e ao aprendizado contínuo, a gestão de pessoas também se reinventa para fazer cada vez mais o uso de dados e evidências na tomada de decisão. Consequentemente, essa abordagem direciona a estratégia junto ao negócio.

No presente, já observamos o foco na construção de planos que consideram upskilling e reskilling como parte da estratégia. Adicionalmente, há iniciativas que valorizam a experiência dos colaboradores, com programas de Diversidade, Equidade e Inclusão (DE&I), e promoção do bem-estar e da saúde mental.

Além disso, as HR Techs (startups com soluções tecnológicas para automação da área de Recursos Humanos) e o uso de dados para a tomada de decisões eficazes crescem de maneira exponencial. 

Para continuar evoluindo, a prioridade será estimular o desenvolvimento de habilidades e a adaptabilidade frente a novas tecnologias, desenhando de forma muito intencional a experiência dos colaboradores em todas as etapas.

As novas tecnologias como Inteligência Artificial devem ser encaradas pelas áreas de RH como um assunto de cultura, afinal depende de pessoas e mentalidade para ser explorada em todo seu potencial.

ambidestria_foto da autora

Por Natalia Ubilla, Diretora de RH no iFood Pago, ingressando no iFood em 2022 e tendo atuado como Head de RH. Passou por empresas como frete.com, GE, Johnson & Johnson, entre outras. Formada em Relações Internacionais pela Universidade Anhembi Morumbi (UAM), Natalia possui pós-graduação em Gestão de Negócios e Marketing Digital pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e Executive & Life Coach pela ICI - Integrated Coaching Institute, entre outros certificados.



🎧Construindo Sua Marca Pessoal: Estratégias e Impacto das Redes Sociais
Ouça o episódio 148 do Podcast RH Pra Você Cast, “Personal branding: o que é e como gerenciar sua marca pessoal?”

Se você já se perguntou o que significa “personal branding” ou como gerenciar sua própria marca pessoal no ambiente corporativo, este é o episódio para você. No RH Pra Você Cast, mergulhamos no universo do branding pessoal e exploramos como profissionais podem construir uma identidade forte e impactante, incluindo posicionamento de ambidestria.

O Que É Personal Branding?

O termo “personal branding” refere-se à gestão consciente da sua imagem e reputação como profissional. É mais do que apenas ter um currículo bem escrito; envolve estratégia, tática e ações deliberadas para criar uma marca pessoal autêntica e memorável.

Estratégias para Construir Sua Marca Pessoal
  1. Autoconhecimento e Propósito: Antes de tudo, é essencial entender quem você é, quais são seus valores e qual é a sua paixão. Essa clareza ajudará a moldar sua marca pessoal de maneira genuína.
  2. Defina Seu Nicho: Em um mundo competitivo, ser especialista em algo é valioso. Identifique seu nicho e concentre-se em desenvolver expertise nessa área.
  3. Comunique-se com Clareza: Use uma linguagem simples e direta para transmitir sua mensagem. Seja consistente em todas as suas interações, desde o seu perfil no LinkedIn até suas conversas no dia a dia.
  4. Redes Sociais e Presença Online: As redes sociais desempenham um papel crucial no personal branding. Escolha as plataformas relevantes para o seu setor e compartilhe conteúdo relevante e autêntico.
O Papel das Empresas

As empresas podem ser aliadas na construção da sua marca pessoal. Elas podem oferecer treinamentos, mentorias e oportunidades para desenvolver habilidades específicas, incluindo o conceito de ambidestria. Além disso, um ambiente de trabalho positivo e inclusivo contribui para a sua reputação.

Redes Sociais: Amigas ou Inimigas?

As redes sociais têm um peso significativo no posicionamento da sua marca pessoal. Use-as a seu favor: compartilhe insights, participe de discussões relevantes e mostre seu lado humano. Mas lembre-se de manter um equilíbrio saudável e evitar excessos.

Em resumo, construir sua marca pessoal é um investimento contínuo. Seja autêntico, estratégico e ativo nas redes sociais. E, claro, não deixe de ouvir o episódio 148 do RH Pra Você Cast para mais dicas e inspiração!

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