2021 é o ano do cuidado no mundo corporativo e fora das organizações: A pandemia estourou as fronteiras entre a vida pessoal e o trabalho, apresentou novas configurações, como homeoffice e, de certa forma, ajudou a escancarar uma crise planetária de Saúde Mental no Trabalho que já estava em curso antes da eclosão da COVID-19.

Palavras como proteção, risco de contágio, protocolos de cuidado, controle de exposição, tão comuns no dia a dia de quem trabalha numa indústria, romperam os muros das fábricas e ganharam lugar na boca da senhorinha que compra no mercado do bairro e do jornalista da bancada do canal de notícias.

De repente, assistimos a sociedade pressionada por sobrevivência e autopreservação. A exigência da adoção de equipamento de proteção individual como a máscara e o face shield, além de comportamentos mais raros como lavagem constante das mãos e uso de álcool gel, se tornou comum. E toda a dificuldade que isto implica, todo esforço, o esquecimento, o gasto energético de desinfetar as compras toda vez que chega em casa, ou o constrangimento de recusar apertar a mão de um conhecido.

Eis que lá fora dos muros da empresa começamos a viver desafios e frustrações parecidos com os das médias e grandes corporações quando querem fortalecer uma Cultura de Saúde e Segurança – que eu mesma prefiro chamar de Cultura de Cuidado com a Vida. Por que muitas pessoas se recusam a adotar comportamentos seguros enquanto outras aderem a eles imediatamente? Por que a maioria tem dificuldade de perceber que cuidando de si está cuidando de todos os outros, e que tal atitude colaborativa e autorresponsável provavelmente foi o que ajudou o ser humano a perdurar neste planeta, enfrentando perigos e riscos dos mais diversos, incluindo epidemias?

As coincidências entre a gestão corporativa das demandas de Saúde e Segurança e a gestão pública desta pandemia não param por ai.

Quando percebemos os números alarmantes de mortos, as festas clandestinas e os profissionais de saúde exaustos, descobrimos que em nossa sociedade, assim como nas corporações, gerenciar risco para as pessoas e os negócios de forma bem sucedida envolve uma ação coordenada e engajada da alta cúpula.

É necessário também uma linha de gerenciamento robusta com investimento de recursos, mobilização de talentos em posições-chave de liderança, um atendimento direcionado sobre aspectos técnicos da emergência e da sustentabilidade da produção (da economia no caso da sociedade), além de um olhar especial para as pessoas. Tudo isto regado a muita transparência, apoiado em credibilidade e contando com o engajamento de todos e todas.

Fácil? Não.

Possível? Sim.

Tenho dito em todas as minhas palestras desde dezembro de 2020 que 2021 será “O ano do Cuidado”. Digo isto porque nossa situação está longe de poder ser vista como “gerenciada” ou perto do fim. Por diversas razões, nossos níveis de exposição a risco continuam altíssimos e todos nós estamos dependentes de nossas escolhas de autocuidado e cuidado com aqueles que influenciamos.

Neste cenário de esforços desencontrados e desarticulados entre lideranças, tudo indica que a sobrevivência e integridade em 2021 será diretamente proporcional ao compromisso individual com padrões controlados de exposição ao risco, com rotinas de proteção de nossa saúde emocional, de colaboração com os mais vulneráveis de perto e de longe, e com o ganho de aprendizagem com relação a procedimentos corretos caso venhamos a nos contaminar.

Em suma, ou praticamos Cuidado em sua máxima potência e nas mais variadas direções em 2021, ou não chegaremos saudáveis, nem como indivíduos nem como sociedade, até o fim deste ano.

2021 é o ano do cuidado no mundo corporativo

Por Juliana Bley, mestre psicóloga formada pela Universidade Federal de Santa Catarina. Palestrante do TEDxUFPR, autora do livro “Comportamento Seguro“, assim como Designer e Facilitadora de Aprendizagens. Juliana esteve à frente de grandes movimentos para transformação focada no desenvolvimento de pessoas, empresas e profissionais interessados em viver e trabalhar com mais Saúde, Integridade, Inovação e Cuidado. No seu portfólio atuou em grandes empresas como Natura, Petrobras, Mondelez, Vale.

 

Ouça também o RHPraVocê Cast, episódio 126, “Até o ‘bom dia’ vira reunião: é mesmo tão difícil se adaptar à comunicação assíncrona?”. Será que todos os líderes estão, de fato, preparados para se adaptar a um diferente estilo de comunicação? Há solução para as reuniões em excesso deixarem de ser parte do dia a dia?

Para responder a isso e auxiliar no melhor entendimento sobre a importância da comunicação assíncrona, o RH Pra Você Cast traz a neurocientista Ana Carolina Souza, sócia da Nêmesis, empresa de educação corporativa. Clique no app abaixo:

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