Com a consolidação do home office, surgiram impactos negativos relacionados à comunicação e às relações interpessoais. Não se trata apenas de ferramentas ou processos, mas da necessidade humana de conexão e pertencimento. Sentimos falta dos encontros casuais, dos almoços ou cafezinhos presenciais, onde conversas informais revelavam histórias pessoais, interesses e desabafos.

O home office, muitas vezes, tornou as relações mais frias, com reuniões focadas em cobranças, alinhamentos rápidos ou tarefas, reforçando a ideia de que as pessoas são apenas suas funções. Isso aumenta o distanciamento e diminui o sentimento de pertencimento.

Saúde mental no home office: conexão e escuta são essenciais

Estudos revelam que 86% dos trabalhadores brasileiros já enfrentaram problemas de saúde mental relacionados ao trabalho. Além disso, os índices de estresse, ansiedade e insônia seguem elevados.
Por outro lado, a solidão se destaca como um dos maiores desafios do modelo remoto, sobretudo entre jovens profissionais. Para piorar, pesquisas indicam que 38% dos trabalhadores já sofreram da Síndrome de Burnout, sendo a Geração Z a mais impactada.

Trasição de carreira

Diante desse cenário, as empresas têm investido cada vez mais em saúde emocional. Além disso, plataformas como Vittude registraram um crescimento de 800% no número de vidas cobertas por programas corporativos. Da mesma forma, startups como Zenklub receberam investimentos milionários para ampliar o acesso à terapia online como benefício aos colaboradores.

Nesse contexto, as reuniões 1:1 (one-on-one) também ganham destaque. Afinal, esses encontros ajudam a recuperar parte da interação pessoal perdida com a distância.

Mais do que feedbacks formais entre líderes e colaboradores, os 1:1 devem ser espaços de escuta verdadeira e troca leve, onde o colaborador se sinta confortável para ser quem é, sem precisar estar na defensiva.

Reuniões entre colegas de áreas diferentes ou mesmo sem relação hierárquica podem ser igualmente enriquecedoras. São momentos para compartilhar experiências, apoiar escolhas profissionais, trocar ideias e criar conexões que reduzam o sentimento de isolamento. Marcar conversas 1:1 a cada 15 dias ou 3 semanas tem se mostrado eficaz. Não há uma pauta rígida, mas uma abertura genuína para o diálogo, abordando o que for relevante para o colaborador.

Conexões humanas no trabalho remoto fortalecem a equipe

Os 1:1 também funcionam como uma ferramenta prática para combater os efeitos nocivos do trabalho remoto. Ao promover conexões humanas autênticas, eles reduzem o isolamento, promovem empatia e ajudam a reforçar que as pessoas são mais do que tarefas. Não substituem o presencial, mas resgatam algo essencial: a presença do outro.

Na minha experiência, mantenho encontros com profissionais de diferentes áreas, sem uma pauta fixa ou cobrança. Uma vez, um colega perguntou: “Sem filtro, né? Sem pauta?” Respondi que sim, e ele quis saber mais sobre minha história. Durante a conversa, descobrimos pontos em comum, desafios semelhantes e visões alinhadas, fortalecendo uma conexão autêntica. Além das questões profissionais, o 1:1 é poderoso para recuperar a dimensão humana do trabalho. Ao abrir espaço para conversas livres, colegas se conhecem melhor, fortalecendo laços e promovendo empatia genuína.

Investir em encontros individuais periódicos é uma das formas mais eficazes de manter a eficiência e, principalmente, a saúde emocional da equipe no trabalho remoto. Eles recriam, de forma adaptada, aquela proximidade espontânea do ambiente presencial, contribuindo para uma equipe mais conectada, engajada e equilibrada.

home office_foto do autor

Por Ricardo Junior, CIO e CRO da aunica. Profissional com mais de 20 anos de experiência em tecnologia, inovação e transformação digital. Desde 2017, atua como Chief Revenue Officer (CRO) e Chief Innovation Officer (CIO) na aunica, integrando visão de negócios, dados e tecnologia para liderar estratégias de crescimento em mercados B2B e B2C no Brasil e América Latina.



🎧 Ouça o Episódio 180 do Podcast RH Pra Você Cast: A cada ano que passa, mais voltamos para o “velho normal”?

Neste episódio, exploramos as tendências para o mundo do trabalho em 2024. Enquanto alguns colaboradores resistem a abandonar o trabalho híbrido ou o home office, muitas organizações anseiam pelo retorno ao “velho normal” – a jornada 100% presencial. É o fim do home office?

Será que o “novo normal” está perdendo força?

Luciana Carvalho, CEO e Fundadora da Chiefs.Group, compartilha insights valiosos sobre essa questão e outros alertas relevantes para gestores. Portanto, ouça agora clicando abaixo:

Não se esqueça de seguir nosso podcast e interagir em nossas redes sociais:

Facebook
Instagram
LinkedIn
YouTube