Storytelling virou um chavão, que pode ser uma chave grande ou uma palavra que, de tão usada, ficou desgastada. Os dois casos funcionam para o nome storytelling.

Já está ficando “gasto” pois tem muito picareta usando com irresponsabilidade e também não deixa de ser um “chavão” pois ela pode abrir muitas portas para quem compreende e pratica os princípios de uma boa história, bem contada.

Quando eu pergunto nos meus workshops “o que é storytelling” a maioria das pessoas responde: “é contar histórias”. Mas isso é a tradução e não a definição.

Eu recebo um telefonema de um potencial cliente dizendo: “Eu queria contratar vocês para um vídeo, mas eu quero com storytelling”.

Dá vontade de dizer: “Com storytelling está em falta. Serve sem?”.

Ouço muito por aí: “Essa coisa de storytelling é moda”. Então quer dizer que pessoas falarem com pessoas é moda? Vamos parar de nos comunicar? Me avise quando isso vai acontecer pois preciso desenvolver minha capacidade de ficar no silêncio total e absoluto. O ser humano desde sempre cria, conta e vive de histórias.

“Essa coisa de storytelling não funciona na nossa empresa”. É o mesmo que falar: “Respirar não é comigo.”


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“Isso é coisa de conto de fadas”. O indivíduo que fala isso não sabe que os contos de fadas é melhor fonte de transmissão de valores para crianças e em muitos casos para adultos também. Originalmente, seus finais são bem mais pesados e não tem nada de “viveram felizes para sempre”. Afinal, se você bobear, a vida te coloca “de joelhos”. Sermos protagonistas fortes nesse momento é o coração de toda história. Ou seja, desejo, conflito e protagonismo.

Explicar o que é o storytelling é fácil. Tenho várias definições que me agradam, mas uma em especial: É a arte de criar e contar histórias para preparar as pessoas para viverem melhor as suas vidas. Uma boa história traz significado para que possamos entender como devemos viver nossas vidas.

Para quem quer um pouco de lógica, posso definir como:

  • Story = A ideia, a premissa e o roteiro de uma trama que tem um protagonista, um desejo e as forças contrárias a ele.
  • Telling = Como você interpreta o Story, dando vida ao roteiro e tornando-o mais interessante, fácil de digerir e com mais emoção

Uma boa “Story” salva um “Telling” ruim. Mas um bom “Telling” não salva uma “Story” ruim. Em outras palavras, de nada adianta espetáculos e efeitos visuais se a história não for boa.

Uso muito um princípio que diz “Save the best for the last” (guarde o melhor para o final). Essa é a importância do último ato, do clímax e do final de toda história.

Acabo então com 10 dicas para você melhorar sua capacidade de criar histórias, e só então, contá-las:

  1. Tenha um protagonista que seja verdadeiro, autêntico e preparado para enfrentar os conflitos da trama, mas coloque ele em perigo no começo, parecendo que sua jornada será bem difícil.
  2. Crie um desejo, que seja alcançável, para o protagonista perseguir durante o arco da história. Sem desejo não há história. E ele deve ter relação com o começo dela.
  3. Entenda o que pode se colocar entre o que o protagonista tem e seu desejo, que são as forças contrárias. Dificulte a sua trama aos poucos até chegar num ponto em que o protagonista tem que mostrar que aprendeu com a história e se transformou.
  4.  Defina um clímax específico para a sua história que seja surpreendente – pois ela não pode “adivinhar” o que vai acontecer e inevitável – no sentido que quando ele acontece a audiência pensa “tinha que ser assim”.  Afinal, “consumimos histórias” esperando onde ela vai dar. Se a audiência perde esse interesse, a trama teve algum problema.
  5. Crie diversas quebras de expectativas durante a história. Isso significa fazer o mundo reagir diferente do que o protagonista espera. Assim como é a vida.
  6. Antes de trazer o primeiro conflito da história, o incidente incitante, faça uma ambientação apresentando a vida do seu protagonista para que a audiência tenha empatia por ele.
  7. Defina o momento específico em que a vida do protagonista fica em desequilíbrio e faça deste evento o começo da sua história, onde ele terá um só desejo: voltar ao equilíbrio. Não necessariamente voltando a ter o que ele tinha, mas sim, deixar a sua vida com um certo equilíbrio.
  8. Garanta que todos os eventos da sua história estejam conectados numa relação de causa-efeito. Nada pode “cair do céu”. Um evento leva ao outro.
  9. Existem várias formas de estruturar a história. Eu prefiro a estrutura simples de 3 atos. Principalmente no mundo corporativo. No ato 1 você ambienta e traz o primeiro conflito, no ato 2 você complica progressivamente a história e no ato 3 você leva a audiência para experimentar o momento mais alto da história, seu clímax.
  10. E o principal: criar uma boa história demanda talento, criatividade, repertório e técnica. Se falta algum destes elementos, corra atrás!

10 dicas para um bom Storytelling

Por Joni Galvão, Co-fundador da SOAP | Criador do mercado de apresentações | Palestrante | Autor de 2 best-sellers | Discípulo de Robert McKee | Especialista em Storytelling (20 anos de prática).

 

 

Ouça o RHPraVocê Cast, episódio 127, “Como não perder a base de uma cultura sólida diante de um forte crescimento?” com Michele Mafissoni Heemann, vice-presidente de Pessoas, Cultura e Gestão e Michelle Carneiro, diretora de Pessoas e Cultura, ambas da Contabilizei. Clique no app abaixo:

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