Nos últimos anos, vivenciamos muitas mudanças nas relações de trabalho. A pandemia de Covid-19 colocou em pauta as fragilidades humanas e impactou de maneira significativa o olhar das empresas para com seus colaboradores, exigindo grandes transformações, sobretudo no que diz respeito à cultura organizacional dessas empresas. A Skill Economy veio como uma alternativa para enfrentar o novo mercado que se apresentava.
Skill Economy, numa tradução livre, significa “economia de habilidade”, é o conjunto de habilidades-chave que se espera que os trabalhadores de uma determinada indústria ou setor possuam. São habilidades que ajudarão a empresa a melhorar seus indicadores de performance. Se adaptarmos a frase para um contexto de futuro, significa o conjunto de habilidades que se espera que esses mesmos colaboradores possuam, considerando as transformações nos postos de trabalho.
A Revolução Industrial 5.0
Podemos definir como Revolução Industrial uma série de mudanças nos âmbitos econômico e social, caracterizada por um intenso desenvolvimento tecnológico, que tem impacto, principalmente, sobre a indústria.
A Quarta Revolução Industrial é caracterizada pela interconexão de todas as etapas de produção com a digitalização das informações e a utilização dos dados: Inteligência Artificial e Internet das Coisas (IOT). A Revolução 5.0, traz o contexto da 4.0, alinhando a tecnologia e robótica à inteligência humana.
Vale ressaltar que a inteligência artificial não substituirá o trabalho humano, mas ajudará as empresas a melhorarem, cada vez mais, seu nível de eficiência, pois são capazes de eliminar trabalhos repetitivos. A inteligência humana, o pensamento analítico e a criatividade, as máquinas ainda não são capazes de reproduzir, mas exigirão novas habilidades para comandar os sistemas cada vez mais complexos.
Como resultado desse processo, temos o surgimento de profissões que não existiam há 5 anos como, por exemplo, analistas de ética, analistas de cibercidade, advogados especialistas em proteção de dados, atendente virtual de pacientes, analistas de comunicação com máquinas, arquitetos especializados em projetar home office, e muitas outras. Segundo o Fórum Econômico Mundial, 65% das crianças que estão nas escolas hoje, trabalharão em profissões que ainda não existem.
A Skill Economy na era digital tem a mudança como a nova constante, a inovação é o novo padrão e a habilidade a nova moeda.
As empresas estão se preparando para esse novo modelo?
A pandemia acelerou a transformação digital. Antigamente as habilidades nada mais eram do que uma sessão dentro do currículo das pessoas, mas hoje são a chave para que as empresas se mantenham competitivas no mercado.
Pensando em retenção, hoje, as organizações já estão se mobilizando para criar e impulsionar uma cultura de aprendizagem continuada – lifelong learning – pois, para dar conta de tanta demanda, os profissionais que já estão no mercado de trabalho precisarão se adaptar às necessidades da empresa ou mesmo às que a própria pessoa julgue necessário para se desenvolver, enquanto plano de carreira. As empresas que não enxergarem a importância dessa transformação contínua, terão muitos desafios em atração, engajamento e retenção.
Nesse contexto, as tradicionais habilidades técnicas já não são suficientes. As organizações estão à procura de novas habilidades como, por exemplo, persuasão, inteligência emocional, criatividade, capacidade de ensinar outras pessoas etc.
É importante que a empresa disponibilize ferramentas para promover o desenvolvimento dos seus colaboradores, capacitando e mantendo um estado de aprendizagem contínuo. Para isso, é preciso personalizar o processo da gestão de talentos, compreendendo quais são as aspirações individuais e quais habilidades são necessárias desenvolver para alcançá-las.
Por Alexandre Campeão, Consultor de Soluções Educacionais Corporativas na D2L Brasil