O RH Summit consolidou-se em sua edição de 2025 como um dos principais eventos de recursos humanos do país ao focar nos problemas imediatos do setor. Em seu segundo ano no formato presencial, o encontro dobrou o número de participantes e triplicou seu resultado comercial. A estratégia, segundo o CEO e curador Leo Kaufmann (capa), é clara: “Quero falar dos problemas de agora, não do futuro”.

O crescimento do evento, que antes de migrar para o físico impactou mais de meio milhão de pessoas em sua versão digital, reflete a demanda do mercado por discussões práticas. Em 2024, o RH Summit contou com 2.500 participantes e 40 marcas patrocinadoras. Neste ano, os números saltaram para 5.400 pessoas e 120 patrocinadores. A meta para a próxima edição, no Expo Center Norte, em São Paulo, é chegar a 7 mil participantes e 170 patrocinadores.

A curadoria do evento se destaca por romper com o modelo de um fio condutor único, com uma estrutura pensada para atender desde grandes corporações a PMEs e startups. “Detesto a palavra ‘subsistema de RH’. Gosto de falar em especialidades. Quero atingir o máximo de profissionais possível”, explica Kaufmann.

Essa visão foi percebida nos palcos. Segundo Felipe Almeida, Head de Marketing da Jedi CRM, que participou de 12 painéis e palestras – e acompanhou de perto a organização do RH Summit –, “o evento não focou especificamente em recrutamento. Você vê pessoas falando de diferentes áreas, complementando o que é a inteligência humana”.

Estrutura

“O palco foi dividido em três temas: estrutura, talento e liderança. Mas, ao mesmo tempo, temos um palco focado em pequenas e médias empresas (...) e um palco onde todos os palestrantes são CEOs” diz Almeida. Para ele, o evento fala de RH por completo: "a gente conseguiu juntar um conteúdo muito completo sobre a estrutura geral de uma empresa.”

Para ampliar a visão estratégica dos profissionais, o evento trouxe executivos de outras áreas e promoveu um debate intergeracional com representantes das gerações X, Y, Z e Alfa. A preocupação com a diversidade foi intencional.

“Vimos uma grade muito plural”, confirma Almeida. “O que a gente pensou, e o que entendo que foi o pensamento crítico do Léo ao criar o evento, é viver o que é o Brasil. Somos um país plural, diverso, com pessoas entrando nas empresas, sendo lideradas e que está investindo muito em inovação e tecnologia”. A inclusão de um estudante de 15 anos no painel sobre gerações é um exemplo dessa abordagem.

Felipe Almeida, Head de Marketing da Jedi CRM

Felipe Almeida, Head de Marketing da Jedi CRM

Transparência: a chave para atrair e reter talentos

Com uma visão de 360 graus após participar de dezenas de debates, Felipe Almeida aponta uma conclusão central como a melhor forma de uma empresa atrair e reter talentos: “transparência”.

Para ele, mais importante do que as tendências de tecnologia e a capacitação técnica é a clareza na relação com os colaboradores. “Transparência é criar expectativas reais, apresentar projetos reais, criar demandas reais. Não existe melhor propaganda para uma empresa do que um funcionário bem satisfeito”, argumenta.

Ele conecta a falta de clareza a um problema atual do mercado: a alta rotatividade de profissionais mais jovens. “Pessoas da geração Z têm uma média de permanência de nove meses nas empresas. E depois trocam. Por que isso acontece? Expectativa criada”, finaliza.

Vem mais por aí

O recado que tomou conta dos corredores do RH Summit 2025 foi bastante claro: em um mercado de trabalho que muda na velocidade da luz, a inovação do RH não deve acontecer sob o manto de premonições a longo prazo, mas do fazer transparente e plural no momento presente. 

Há ainda muita água – com detalhes desconhecidos e profundos – para rolar sobre a nova “inteligência de RH”, o diálogo intergeracional e o desafio da retenção. 

Confira o canal do RH Summit aqui no RH Pra Você. Em breve, mais conteúdos.

Por Noelle Neves