Sentir um aperto no peito ao acompanhar notícias sobre tragédias ambientais tornou-se cada vez mais comum. A ecoansiedade — ou ansiedade climática — já é uma realidade no ambiente corporativo, alerta a Vidalink, empresa de planos de bem-estar corporativo. Esse tipo de angústia vai além das preocupações cotidianas, refletindo o medo crescente dos impactos das mudanças climáticas sobre o futuro. 

Quais são os sintomas da ecoansiedade? 

A ecoansiedade manifesta-se de maneiras diversas, mas há sintomas recorrentes que impactam o bem-estar emocional e o desempenho profissional. A Vidalink destaca os quatro mais frequentes:

  • Angústia e estresse constante: Sensação de aperto no peito ao acompanhar notícias ambientais. Essa preocupação pode evoluir para estresse crônico, dificultando a tomada de decisões;
  • Distúrbios do sono: Problemas como insônia e pesadelos frequentes, exacerbando a ansiedade e criando um ciclo de fadiga;
  • Impactos no desempenho e relacionamentos: Ataques de pânico, irritabilidade e dificuldade de concentração, afetando produtividade e relações interpessoais;
  • Estado de alerta: Medo constante que impede o relaxamento e pode levar ao esgotamento emocional e isolamento social. 

Impacto no ambiente de trabalho 

No Brasil, 41% dos profissionais se sentem ansiosos na maior parte dos dias, e 17% relatam sentimentos de angústia e ansiedade combinados. Esses dados vêm da segunda edição da pesquisa Check-up de Bem-Estar 2024, conduzida pela Vidalink, que analisou informações de 10.300 colaboradores em 220 companhias do país. A ecoansiedade agrava ainda mais esse cenário preocupante, potencializando sintomas como insônia, ataques de pânico, estresse crônico e depressão. 

"O bem-estar corporativo não pode ser apenas sobre produtividade. A ecoansiedade afeta o emocional de forma profunda e duradoura. As empresas têm a responsabilidade de criar um ambiente de apoio e oferecer recursos que ajudem os colaboradores a gerenciar essa nova forma de ansiedade," destaca Luis González (capa), CEO e cofundador da Vidalink.

RH TopTalks

Como as empresas podem apoiar os colaboradores? 

As empresas têm um papel fundamental na abordagem da ecoansiedade, especialmente porque o ambiente de trabalho é onde as pessoas passam grande parte do tempo. Promover um espaço que acolha as preocupações ambientais e cuide do bem-estar emocional dos colaboradores não é apenas uma responsabilidade social, mas uma necessidade estratégica. 

O RH pode liderar iniciativas internas, como:

  • Programas de bem-estar que abordem saúde mental e sustentabilidade em conjunto;
  • Workshops e treinamentos focados em lidar com a ansiedade climática;
  • Políticas de ESG bem-implementadas, inspirando os colaboradores a se sentirem parte da solução. 

Além disso, o executivo recomenda incentivar práticas de mindfulness, oferecer benefícios que garantam acesso a serviços de saúde mental, como terapia e tratamento medicamentoso, se indicado por um profissional, além de criar espaços de diálogo para promover uma cultura acolhedora. 

"Quando a empresa alinha suas ações de sustentabilidade com a promoção do bem-estar dos colaboradores, transforma uma fonte de angústia em um movimento coletivo por mudanças positivas," finaliza González.